Leitura bíblica e reflexão do 6 de janeiro de 2021

 Santa e abençoada quarta-feira a todos!!! 

 “Se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros” 

ORAÇÃO INICIAL

 Bom dia Pai. Neste dia 6 de janeiro estamos, na liturgia da Igreja, na quarta-feira depois da Epifania. Continuamos em tempo de Natal, e a ter assim oportunidade de nos deixarmos encharcar pelo mistério da Encarnação, por este sinal da Tua paixão pela humanidade. Fizeste-Te um de nós, porque queres que saibamos que caminhas connosco, mas também para que valorizemos totalmente a nossa condição e assim vivamos todo o nosso potencial como pessoas, como filhos de Deus. 

 PALAVRA DE DEUS

 Neste fechar do tempo de Natal, deixamo-nos desafiar pela Tua Palavra, através da 1ª carta de S. João (1.Jo.4, 11-18):

 Caríssimos, se Deus nos amou assim, também nós devemos amar-nos uns aos outros. A Deus nunca ninguém O viu; se nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o Seu amor chegou à perfeição em nós. Damos conta de que permanecemos Nele, e Ele em nós, por nos ter feito participar do Seu Espírito. Nós O contemplámos e damos testemunho de que o Pai enviou o Seu Filho como Salvador do mundo. Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus. Nós conhecemos o amor que Deus nos tem, pois cremos Nele. Deus é amor, e quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele. É nisto que em nós o amor se mostra perfeito: em estarmos cheios de confiança no dia do juízo, pelo facto de sermos neste mundo como Ele foi. No amor não há temor; pelo contrário, o perfeito amor lança fora o temor; de facto, o temor pressupõe castigo, e quem teme não é perfeito no amor. 

PISTAS

 Este pedaço da carta de João relembra que o Senhor nos chama a viver baseados na experiência do Seu próprio amor. A nossa vida é resposta à experiência que temos com Deus e com Jesus. Tal como as flores surgem na Primavera como resposta ao aquecer do tempo e às chuvas que molharam a terra, assim também somos convidados a deixar florir o amor na nossa vida, por constantemente experimentarmos que Deus nos ama e continua a amar cada um. Não podemos viver de frases feitas, não somos apenas memória e intelecto, somos também afecto e precisamos deixar-nos tocar e impressionar pelo Senhor. Não podemos viver somente das nossas forças ou dos estímulos exteriores de outros (ambos importantes, mas não suficientes): temos de ter o cuidado de não cair na tentação de querer ser cristãos mas sem o “fogo” que Jesus nos quer dar. Temos de ser “cristãos com Cristo”. João sentiu necessidade de afirmar que “damos testemunho de que o Pai enviou o Seu Filho como Salvador do mundo”. Ou seja, é importante ter presente que não encontramos a salvação pelos nossos meios, ou seja, a resposta para a vida, o encaixe da nossa fragilidade, do nosso pecado, das adversidades e dificuldades. A vida plena passa por ter Jesus, o Deus connosco, como alicerce, sem o qual ficamos enredados nos nossos nós interiores e podemos cair no desalento. Num tempo em que aparentemente a tecnologia e a ciência dão tantas respostas e explicam tantas realidades, somos facilmente tentados a esquecer que Deus é mesmo amor e o nosso motor… e a deixar de lado a experiência de que é Jesus quem me salva, quem me agarra por dentro e me leva a desejar o bem do outro, a querer ajudar, querer apoiar, querer construir, agradecer, acolher, querer cuidar… ou seja, que é Ele que me leva a viver com entusiasmo e amor. 

ORAÇÃO FINAL 

Senhor, obrigado por nos amares e convidares a viver com a experiência firme e renovada de que só Tu salvas, nos dás estrutura e sentido. Quero desfrutar hoje da Tua presença e dar o meu melhor em tudo, sabendo que tudo depende de Ti. Aumenta em mim o desejo de permanecer em Deus e, como Tu, ser construtor do Teu Reino, tratar bem os outros, acolhê-los, transmitir-lhes o mesmo carinho que Tu me dás, valorizar o que são, ser inteligente na resposta construtiva às adversidades, e estar atento às necessidades dos meus irmãos. Amém!