quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Semana abençoada no colo de Jesus


Semana abençoada no colo de Jesus
Amados,

Um relacionamento exige dedicação, abdicação, respeito, tolerância, companheirismo, amizade e sinceridade, e não uma tentativa de mudar alguém; a relação é a sabedoria de manter um elo que você pode manter muito forte durante muito tempo ou despedaçar facilmente em um curto espaço de tempo.

Nessa semana abençoada no colo de Jesus e recebendo hoje, a bênção nupcial, com certeza maravilhas aconteceram.

Liturgia do dia: 31 de janeiro de 2013

Quinta-feira, 31 de Janeiro de 2013.
SANTO DO DIA: São João Bosco, presbítero; Santo Eusébio, religioso

Cor litúrgica: Branco
Primeira leitura: Hebreus 10, 19-25
Leitura da carta aos Hebreus:
19Sendo assim, irmãos, temos plena liberdade para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus. 20Ele nos abriu um caminho novo e vivo, através da cortina, quer dizer, através da sua humanidade. 21Temos um grande sacerdote constituído sobre a casa de Deus. 22Aproximemo-nos, portanto, de coração sincero e cheio de fé, com coração purificado de toda má consciência e o corpo lavado com água pura. 23Sem desânimo, continuemos a afirmar a nossa esperança, porque é fiel quem fez a promessa. 24Sejamos atentos uns aos outros, para nos incentivar à caridade e às boas obras. 25Não abandonemos as nossas assembléias, como alguns costumam fazer. Antes, procuremos animar-nos mutuamente, e tanto mais quanto vedes o dia aproximar-se.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 24
Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com os seres que o povoam; porque ele a tornou firme sobre os mares, e sobre as águas a mantém inabalável.
R: É assim a geração dos que buscam a vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
- "Quem subirá até o monte do Senhor, quem ficará em sua santa habitação?" "Quem tem mãos puras e inocente coração, quem não dirige sua mente para o crime.
R: É assim a geração dos que buscam a vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
- Sobre este desce a bênção do Senhor e a recompensa de seu Deus e Salvador". "É assim a geração dos que o procuram, e do Deus de Israel buscam a face."
R: É assim a geração dos que buscam a vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.

Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Marcos 4, 21-25

- Aleluia! Aleluia! Aleluia!
- Vossa palavra é uma luz para os meus passos e uma lâmpada luzente em meu caminho (Sl 118, 105)
- Aleluia! Aleluia! Aleluia!


Naquele tempo, Jesus disse à multidão: 21"Quem é que traz uma lâmpada para colocá-la debaixo de um caixote, ou debaixo da cama? Ao contrário, não a põe num candeeiro? 22Assim, tudo o que está em segredo deverá ser descoberto. 23Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça". 24Jesus dizia ainda: "Prestai atenção no que ouvis: com a mesma medida com que medirdes, também vós sereis medidos; e vos será dado ainda mais. 25Ao que tem alguma coisa, será dado ainda mais; do que não tem, será tirado até mesmo o que ele tem".

- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.
Comentário ao Evangelho do dia feito por Beata Teresa de Calcutá
Fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade - (1910-1997)
«No Greater Love», p. 67
Ser a luz do mundo (cf. Mt 5,14)
Pode acontecer que eu seja incapaz de manter a minha atenção completamente fixa em Deus enquanto trabalho - mas Deus não exige isso de mim. Contudo, posso perfeitamente desejar e projectar fazer o meu trabalho com Jesus e para Jesus. E isso é uma coisa muito bonita e é isso que Deus quer. Quer que a nossa vontade e o nosso desejo se dirijam para Ele, para a nossa família, os nossos filhos, os nossos irmãos e os pobres.
Cada um de nós continua a ser apenas um pequeno instrumento. Se observarmos os componentes dum aparelho eléctrico, veremos um emaranhado de fios, grandes e pequenos, novos e velhos, caros e baratos. Se a corrente não passar por eles, não pode haver luz. Esses fios és tu e sou eu. A corrente é Deus. Nós temos o poder de deixar passar a corrente através de nós, de deixar que ela nos utilize, de deixar que ela produza a luz do mundo - ou de nos recusarmos a ser utilizados, deixando que as trevas alastrem.
Fonte: www.arautos.org

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Amar é cumplicidade, companheirismo, respeito.


Amar é cumplicidade, companheirismo, respeito.

Querer estar junto, se realizar no sorriso da pessoa amada.
Este é o verdadeiro amor o de estar juntos de mãos dadas, enfrentar momentos bons e ruins, ser o porto seguro do outro.
Amar é tornar-se um só ser.
Sem cobranças, competições fazendo do amor uma história de vida.

Liturgia do dia: 29 de janeiro de 2013

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013.
SANTO DO DIA: São Sulpício Severo, Bispo
Cor litúrgica: Verde
Primeira leitura: Hebreus 10, 1-10
Leitura da carta aos Hebreus:
Irmãos, 1 a lei possui apenas o esboço dos bens futuros e não o modelo real das coisas. Também, com seus sacrifícios sempre iguais e sem desistência repetidos cada ano, ela é totalmente incapaz de levar à perfeição aqueles que se aproximam para oferecê-los. 2 Se não fosse assim, não se teria deixado de oferecê-los, se os que prestam culto, uma vez purificados, já não tivessem nenhuma consciência dos pecados? 3 Mas, ao contrário, é por meio desses sacrifícios que, anualmente, se renova a memória dos pecados, 4 pois é impossível eliminar os pecados com o sangue de touros e bodes, 4 Por isso, ao entrar no mundo, Cristo afirma: "Tu não quiseste vítima nem oferenda, mas formaste-me um corpo. 6 Não foram do teu agrado holocaustos nem sacrifícios pelo pecado. 7 Por isso eu disse: Eis que eu venho. No livro está escrito a meu respeito: Eu vim, ó Deus, para fazer a tua vontade". 8 Depois de dizer: "Tu não quiseste nem te agradaram vítimas, oferendas, holocaustos, sacrifícios pelo pecado" - coisas oferecidas segundo a lei -, 9 ele acrescenta: "Eu vim para fazer a tua vontade". Com isso, suprime o primeiro sacrifício para estabelecer o segundo. 10 É graças a essa vontade que somos santificados pela oferenda do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 40
Esperando, esperei no Senhor, e, inclinando-se, ouviu meu clamor. Canto novo ele pôs em meus lábios, um poema em louvor ao Senhor.
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!
- Sacrifício o oblação não quisestes, mas abristes, Senhor, meus ouvidos; não pedistes ofertas nem vítimas, holocaustos por nossos pecados. E então eu vos disse: "Eis que venho!"
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!
Boas-novas de vossa justiça anunciei numa grande assembléia; vós sabeis: não fechei os meus lábios.
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!
Proclamei toda a vossa justiça, sem retê-la no meu coração; vosso auxílio e lealdade narrei. Não calei vossa graça e verdade na presença da grande assembléia.
R: Eis que venho fazer, com prazer, a vossa vontade, Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Marcos 3, 31-35


- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, pois revelaste os mistérios do teu reino aos pequeninos escondendo-os aos doutores (Mt 11, 25)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Marcos:

Naquele tempo, 31chegaram a mãe de Jesus e seus irmãos. Eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. 32Havia uma multidão sentada ao redor dele. Então lhe disseram: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora à tua procura". 33Ele respondeu: "Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?" 34E olhando para os que estavam sentados ao seu redor, disse: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos. 35Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor
Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Ireneu de Lyon
Bispo, Teólogo, Mártir - (c. 130-c. 208)
Contra as heresias III, 21,9-22,1; cf SC 211
Nossa Senhora do Sim: Aquela que faz a vontade de Deus
Deus havia prometido que da linhagem de David sairia o Rei eterno que reuniria todas as coisas em Si mesmo (Sl 131,11; Ef 1,10). Portanto, Deus retomou a obra que tinha projectado inicialmente (Gn 2,7). [...] E, tal como Adão, o primeiro homem modelado, recebeu a sua substância de uma terra virgem e imaculada [...] e foi moldado pela mão de Deus, isto é, a Palavra de Deus «por quem todas as coisas foram feitas» (Jb 10,8; Jo 1,3) [...], do mesmo modo foi de Maria ainda virgem que nasceu o Verbo, que é esta recuperação de Adão. [...] Por que foi que Deus não o tirou de novo do barro? Por que fez sair de Maria a obra que modelou? Foi para que a obra assim modelada não fosse diferente da primeira, mas a mesma, que não fosse outra a que é salva, mas a mesma, que a mesma fosse retomada, respeitando a semelhança.
Portanto, enganam-se os que dizem que Cristo nada recebeu da Virgem. Estes querem rejeitar a herança da carne, mas rejeitam também a semelhança [...]; já não se poderia dizer que Cristo era semelhante ao homem feito à imagem e à semelhança de Deus (Gn 1,27). Era o mesmo que afirmar que Cristo Se manifestou apenas na aparência, aparentando ser um homem, ou que Se tornou um homem sem nada assumir do homem. Se Ele não recebeu de um ser humano a substância da Sua carne, não Se fez homem nem Filho do homem; e se não Se fez aquilo que nós éramos, pouca importância têm as Suas dores e o Seu sofrimento. [...] O Verbo de Deus fez-Se verdadeiramente homem, recuperando em Si mesmo a obra que Ele tinha modelado. [...] O apóstolo Paulo afirma claramente na carta aos Gálatas: «Deus enviou o Seu Filho, nascido de uma mulher» (4,4).

Fonte: www.arautos.org

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Liturgia do dia: 28 de janeiro de 2013

Segunda-feira, 28 de Janeiro de 2013.
SANTO DO DIA: São Tomás de Aquino, presbítero e Doutor da Igreja; Beata Olímpia Bidà, virgem
Cor litúrgica: Branco
Primeira leitura: Hebreus 9, 15.24-28
Leitura da carta aos Hebreus:
Irmãos, 15Cristo é mediador de uma nova aliança. Pela sua morte, ele reparou as transgressões cometidas no decorrer da primeira aliança. E, assim, aqueles que são chamados recebem a promessa da herança eterna. 24Jesus não entrou num santuário feito por mão humana, imagem do verdadeiro, mas no próprio céu, a fim de comparecer, agora, na presença de Deus, em nosso favor. 25E não foi para se oferecer a si muitas vezes, como o sumo sacerdote que, cada ano, entra no Santuário com sangue alheio. 26Porque, se assim fosse, deveria ter sofrido muitas vezes, desde a fundação do mundo. Mas foi agora, na plenitude dos tempos, que, uma vez por todas, ele se manifestou para destruir o pecado pelo sacrifício de si mesmo. 27O destino de todo homem é morrer uma só vez, e depois vem o julgamento. 28Do mesmo modo, também Cristo, oferecido uma vez por todas, para tirar os pecados da multidão, aparecerá uma segunda vez, fora do pecado, para salvar aqueles que o esperam.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 98
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
R: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
- O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
R: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
- Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
R: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
- Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave! Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso Rei!
R: Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos 3, 22-30
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- Jesus Cristo salvador destruiu o mal e a morte; fez brilhar pelo evangelho a luz e a vida imperecíveis.
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos:
Naquele tempo, 22os mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam que ele estava possuído por Beelzebul, e que pelo príncipe dos demônios ele expulsava os demônios. 23Então Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como é que Satanás pode expulsar a Satanás? 24Se um reino se divide contra si mesmo ele não poderá manter-se. 25Se uma família se divide contra si mesma, ela não poderá manter-se. 26Assim, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, não poderá sobreviver, mas será destruído. 27Ninguém pode entrar na casa de um homem forte para roubar seus bens, sem antes o amarrar. Só depois poderá saquear sua casa. 28Em verdade vos digo: tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados, como qualquer blasfêmia que tiverem dito. 29Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo, nunca será perdoado, mas será culpado de um pecado eterno". 30Jesus falou isso, porque diziam: "Ele está possuído por um espírito mau".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Beato João Paulo II
Papa
(1920-2005)
Encíclica «Dominum et vivificantem», § 46 (trad. © Libreria Editrice Vaticana, rev.)
O pecado contra o Espírito Santo
Por que razão é a blasfémia contra o Espírito Santo imperdoável? Em que sentido devemos entender esta blasfémia? São Tomás de Aquino responde que se trata de um pecado «imperdoável por sua própria natureza, porque exclui aqueles elementos graças aos quais é concedida a remissão dos pecados». De acordo com esta exegese, a blasfémia não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste antes na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo, que age em virtude do sacrifício da Cruz. Se o homem rejeita deixar-se «convencer quanto ao pecado», convicção que provém do Espírito Santo (Jo 16,8) e tem carácter salvífico, rejeita simultaneamente a «vinda» do Consolador (Jo 16,7), aquela «vinda» que se efectuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do Sangue de Cristo: o Sangue que «purifica a consciência das obras mortas» (Heb 9,14).
Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito e o Sangue (1Jo 5,8) permanece nas «obras mortas», no pecado. E a blasfémia contra o Espírito Santo consiste exactamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que Ele é o dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por Ele operada na consciência. Se Jesus diz que o pecado contra o Espírito Santo não pode ser perdoado nem nesta vida nem na futura, é porque esta «não-remissão» está ligada, como à sua causa, à «não-penitência», isto é, à recusa radical a converter-se. [...]
A blasfémia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica o seu pretenso «direito» de perseverar no mal - seja ele qual for - e recusa por isso mesmo a redenção. O homem fica fechado no pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, consequentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida. É uma situação de ruína espiritual, porque a blasfémia contra o Espírito Santo não permite ao homem sair da prisão em que ele próprio se fechou

Fonte: www.arautos.org

domingo, 27 de janeiro de 2013

Critérios para a escolha dos cânticos liturgicos



Não é qualquer canto que se escolhe para as celebrações. Existem cantos litúrgicos (para as missas) e cantos mensagem (para outras ocasiões, encontros, etc.).
As características do Canto litúrgico são:
1) Conteúdo ou inspiração bíblica;
2) Qualquer salmo cantado é litúrgico;
3) Deve ter melodia fácil;
4) Todos os cânticos litúrgicos são personalizados (ritmo próprio, letra própria e momento próprio);
5) Ter cuidado com as músicas destinadas às partes fixas da Celebração (Glória, Santo, Pai Nosso, Cordeiro), pois cada um tem o seu conteúdo próprio e isto é da Tradição da Igreja.
As características a serem levadas em consideração são:
1. Canto de entrada:
Letra: Deve ser um convite à celebração! Deve falar do motivo da celebração.
Música: De ritmo alegre, festivo, que expresse a abertura da celebração.
2. Canto penitencial:
De cunho introspectivo, a ser cantado com expressão de piedade. Deve expressar confiança no perdão de Deus.
Letra: Deve conter um pedido de perdão, seguindo preferencialmente a fórmula do Missal.
Música: Lenta, que leve à introspecção. Sejam usados especialmente instrumentos mais suaves.
3. Canto do glória:
Letra: O texto deve seguir o conteúdo próprio da Tradição da Igreja.
Música: Festiva, de louvor a Deus. Podem ser usados vários instrumentos.
4. Salmo Responsorial:
Letra: Faz parte integrante da liturgia da palavra: tem que ser um salmo. Deve ser cantado, revezando solo e povo, ou, ao menos o refrão. Pode ser trocado pelo próprio salmo cantado, porém nunca por um canto de meditação.
Letra: Salmo próprio do dia
Música: Mais suave. Instrumentos mais doces.
5. Aclamação ao Evangelho:
Letra: Tem que ter ALELUIA (louvor a Deus), exceto na Quaresma. É um convite para ouvir; é o anúncio da Palavra de Jesus. Deve ser curto e tirado do lecionário próprio do dia.
Música: De ritmo festivo e acolhedor. Podem ser usados outros instrumentos.
6. Canto das oferendas:
É um canto facultativo. A equipe decide e combina com o padre. Caso não seja cantado, é oportuno um fundo musical (exceto Advento e Quaresma), até que as ofertas cheguem ao altar, cessando então, para que se ouça as orações de oferecimento que o padre, então, rezará.
Letra: é recomendável que se fale de pão e vinho.
Música: Melodia calma, suave. Uso de instrumentos suaves.
7. Santo:
É um canto vibrante por natureza.
Letra: o texto original indicado pela Tradição da Igreja.
Música: Que os instrumentos expressem a exultação desse momento e a santidade de Deus.
8. Doxologia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo”
É uma hora muito importante e solene. É o verdadeiro e próprio ofertório da missa. É cantado apenas pelo Sacerdote. O AMÉM conclusivo, aí sim cantado pelo povo, é o mais importante da Missa e deve ser cantado ao menos aos finais de semana.
9. Pai-Nosso:
Pode ser cantado, mas desde que com as mesmas e exatas palavras da oração. Não se diz o Amém, mesmo quando cantado.
10. Cordeiro de Deus:
Pode ser cantado com melodia não muito rápida e sempre com as mesmas palavras da oração.
11. Canto de Comunhão:
É um canto processional, para se cantar andando.
Letra: Preferência que tenha sintonia com o Evangelho e que seja “Eucarística”, ou seja, uma ação de graças.
Música: Processional
12. Ação de Graças:
Se for o caso, se canta dando graças, louvando e agradecendo o encontro com o Senhor e com os irmãos. No entanto, que se tenha tempo de silêncio profundo e de adoração e intimidade com o Senhor. Instrumentos mais doces e melodia lenta e que leve a adoração.
13. Canto final:
É para ser cantado após a Bênção Final, enquanto o povo se retira da Igreja: é o canto de despedida.
Letra: Deve conter uma mensagem que levaremos para a vida, se possível, preferencialmente sobre o Evangelho do dia.
Música: Alegre, vibrante.

Liturgia do 3º domingo tempo comum - ano C - 27.1.2013

Domingo, 27 de Janeiro de 2013.
SANTO DO DIA: Santa Ângela de Meríci, virgem; Beato Jorge Matulaitis, Bispo
Cor litúrgica: Verde
Primeira leitura: Neemias 8, 2-6.8-10
Leitura do livro de Neemias:
Naqueles dias, 2o sacerdote Esdras apresentou a Lei diante da assembleia de homens, de mulheres e de todos os que eram capazes de compreender. Era o primeiro dia do sétimo mês. 3Assim, na praça que fica defronte da porta das Águas, Esdras fez a leitura do livro, desde o amanhecer até ao meio-dia, na presença dos homens, das mulheres e de todos os que eram capazes de compreender. E todo o povo escutava com atenção a leitura do livro da Lei.4aEsdras, o escriba, estava de pé sobre um estrado de madeira, erguido para esse fim. 5Estando num lugar mais alto, ele abriu o livro à vista de todo o povo. E, quando o abriu, todo o povo ficou de pé. 6Esdras bendisse o Senhor, o grande Deus, e todo o povo respondeu, levantando as mãos: "Amém! Amém!" Depois inclinaram-se e prostraram-se diante do Senhor, com o rosto em terra. 8E leram clara e distintamente o livro da Lei de Deus e explicaram seu sentido, de maneira que se pudesse compreender a leitura. 9O governador Neemias e Esdras, sacerdote e escriba, e os levitas, que instruíam o povo, disseram a todos: "Este é um dia consagrado ao Senhor, vosso Deus! Não fiqueis tristes nem choreis", pois todo o povo chorava ao ouvir as palavras da Lei. 10E Neemias disse-lhes: "Ide para vossas casas e comei carnes gordas, tomai bebidas doces e reparti com aqueles que nada prepararam, pois este dia é santo para o nosso Senhor. Não fiqueis tristes, porque a alegria do Senhor será a vossa força".
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 19
A lei do Senhor Deus é perfeita, conforto para a alma! O testemunho do Senhor é fiel, sabedoria dos humildes.
R: Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!
- Os preceitos do Senhor são precisos, alegria ao coração. O mandamento do Senhor é brilhante, para os olhos é uma luz.
R: Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!

- É puro o temor do Senhor, imutável para sempre./Os julgamentos do Senhor são corretos/ e justos igualmente.
R: Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!

- Que vos agrade o cantar dos meus lábios/ e a voz da minha alma; que ela chegue até vós, ó Senhor, meu Rochedo e Redentor!
R: Vossas palavras, Senhor, são espírito e vida!

Segunda leitura: Primeira carta aos Coríntios 12, 12-30 ou 12-14.27
Leitura da primeira carta de São Paulo aos Coríntios:
Irmãos: 12Como o corpo é um, embora tenha muitos membros, e como todos os membros do corpo, embora sejam muitos, formam um só corpo, assim também acontece com Cristo. 13De fato, todos nós, judeus ou gregos, escravos ou livres, fomos batizados num único Espírito, para formarmos um único corpo, e todos nós bebemos de um único Espírito. 14Com efeito, o corpo não é feito de um membro apenas, mas de muitos membros.  27Vós, todos juntos, sois o corpo de Cristo e, individualmente, sois membros desse corpo . 28 E, na Igreja, Deus colocou, em primeiro lugar, os apóstolos; em segundo lugar, os profetas; em terceiro lugar. Os que tem o dom e a missão de ensinar; depois, outras pessoas com dons diversos, a saber: dom dos milagres, dom de curas, dom para obras de misericórdia, dom de governo e direção, dom de línguas. 29 Acaso todos são apóstolos? Todos são profetas? Todos ensinam? Todos realizam milagres? 30 Todos tem o dom das curas? Todos falam em línguas? Todos as interpretam?
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 1, 1-4;4, 14-21
Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Foi o Senhor quem me mandou boas notícias anunciar; ao pobre, a quem está no cativeiro, libertação eu vou proclamar (Lc 4, 18)
Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
1Muitas pessoas já tentaram escrever a história dos acontecimentos que se realizaram entre nós, 2como nos foram transmitidos por aqueles que, desde o princípio, foram testemunhas oculares e ministros da palavra. 3Assim sendo, após fazer um estudo cuidadoso de tudo o que aconteceu desde o princípio, também eu decidi escrever de modo ordenado para ti, excelentíssimo Teófilo. 4Deste modo, poderás verificar a solidez dos ensinamentos que recebeste. Naquele tempo, 4,14Jesus voltou para a Galileia, com a força do Espírito, e sua fama espalhou-se por toda a redondeza. 15Ele ensinava nas suas sinagogas e todos o elogiavam. 16E veio à cidade de Nazaré, onde se tinha criado. Conforme seu costume, entrou na sinagoga no sábado, e levantou-se para fazer a leitura. 17Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus achou a passagem em que está escrito: 18"O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos 19e para proclamar um ano da graça do Senhor". 20Depois fechou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21Então começou a dizer-lhes: "Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabastes de ouvir".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Ambrósio
Bispo de Milão, Doutor da Igreja (c. 340-397)
Comentário do Salmo 1, 33
«Cumpriu-se hoje esta passagem da Escritura,
que acabais de ouvir»
Bebe primeiro do Antigo Testamento, para beberes em seguida do Novo. Se não beberes do primeiro, não poderás dessedentar-te do segundo. Bebe do primeiro para aplacares a sede, do segundo para a saciares completamente. [...] Bebe da taça do Antigo Testamento e da do Novo, porque ele é a vinha (Jo 15,1), é o rochedo que fez jorrar a água (1Co 10,4), Ele é a fonte da vida (Sl 35,10). Bebe Cristo, porque Ele é «um rio [...] [que] alegra a cidade de Deus» (Sl 45,5), Ele é paz (Ef 2,14), e «hão-de correr do Seu coração rios de água viva» (Jo 7,38). Bebe Cristo para te saciares do sangue da tua redenção e do Verbo de Deus. O Antigo Testamento é a Sua palavra, o Novo é-o também. Bebemos a Sagrada Escritura e comemo-la; então o Verbo eterno, a Palavra de Deus, correrá nas veias do espírito e na vida da alma: «Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» (Dt 8,3; Mt 4,4). Dessedenta-te portanto com este Verbo, mas pela ordem que convém: bebe primeiro do Antigo Testamento e depois, sem tardar, do Novo.
Ele mesmo o diz, como a insistir: «O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; habitavam numa terra de sombras, mas uma luz brilhou sobre eles» (Is 9,1 LXX; Mt 4,16). Bebe então, sem mais demora, e uma grande luz te iluminará: não será já a luz quotidiana do dia, do sol ou da lua, mas essa outra luz que repudia a sombra da morte (Lc 1,79

Fonte: www.arautos.org

sábado, 26 de janeiro de 2013

REFLEXÃO 3º domingo tempo comum - ano C 27.1.13



 Santo Livro
 A Liturgia de hoje nos lembra a importância
da Palavra de Deus na vida do Povo de Deus.

Na 1ª Leitura, encontramos o Povo reunido em assembléia lendo e estudando a Palavra de Deus. (Ne 8,2-4.5-6.8-10)

No retorno do exílio da Babilônia, Esdras e Neemias tentam reconstruir o país, recuperar a memória do passado e conservar a própria identidade como povo.
O instrumento encontrado para essa obra foi a PALAVRA DE DEUS.

O texto mostra a importância que a Palavra de Deus
deve assumir na vida de uma comunidade.
- Toda comunidade é convocada para escutar a Palavra.
- O local da leitura é cuidadosamente preparado.
  O Livro é acolhido de pé, de forma solene e em atitude de respeito.
- A Palavra é aclamada pela assembléia, é proclamada claramente pelos levitas
  e explicada numa linguagem compreensível a todos.
- A Palavra interpela e provoca no povo uma atitude de conversão.
- Tudo termina numa grande festa: a Palavra é geradora de alegria e festa.
* É um Manual de como deve ser ainda hoje uma "Celebração da Palavra".

Na 2ª Leitura Paulo, falando dos carismas no "Corpo de Cristo" (Igreja),
sublinha que a Comunidade cristã é gerada e alimentada, na unidade,
pela PALAVRA DE DEUS. (1Cor 12,12-30)

No Salmo rezamos: "Vossas Palavras, Senhor, são espírito de vida". (Sl 18)

No Evangelho, Cristo proclama e atualiza a PALAVRA DE DEUS,
numa reunião de sábado, na sinagoga de Nazaré. (Lc 1,1-4;4,14-21)

É o início do evangelho de São Lucas, que iremos estudar nesse ano litúrgico.
São dois textos diferentes:
- No primeiro, temos uma introdução ao Evangelho de São Lucas.
- No segundo, o início da Pregação de Jesus, anunciando a sua MISSÃO:
  É o profeta que Deus ungiu para concretizar a missão libertadora.

A missão de Jesus é a nossa Missão...
Também nós fomos ungidos pelo Espírito Santo
e enviados para anunciar uma Boa Nova de Esperança...
e levar os oprimidos a gozar a vida plena...
- FONTE: Palavra de Deus... que devemos conhecer e anunciar...
- ONDE: Na comunidade... (na Missa... nos Grupos... na vida pessoal)
- MODELO: Cristo: "O espírito do Senhor me ungiu e me enviou..."
- CONTEÚDO: a Boa Nova da Libertação: de esperança e alegria...
         + aos pobres: mais abertos a Deus...
+ aos presos: Libertar da miséria, vícios, injustiças, do pecado...
+ aos cegos: pela miséria, a exploração e estruturas anticristãs...
+ aos oprimidos: para a conquista dos seus direitos...
+ A Bíblia é a Palavra de Deus para nós.

- O Povo de Deus serviu-se da Palavra de Deus para reconstruir o país,
  quando voltou enfraquecido do exílio.

- Cristo com a Palavra de Deus iniciou sua Missão e apresentou seu programa.

- O Salmo diz: "Tua Palavra, Senhor, é lâmpada para meus pés,
   e luz para meu caminho". (Sl 119,105)

- Paulo afirma: "Toda Escritura inspirada por Deus
  é útil para instruir e refutar, para corrigir e formar na justiça,
  a fim de que o homem de Deus seja  perfeito,
  qualificado para toda a espécie de boas obrar". (2Tm 15,4)

- Em todas as épocas da história, sobretudo em épocas de crise,
  os homens voltaram a alimentar-se da Bíblia,
  procurando nela um sentido para a sua vida e o encontraram.

- A própria Igreja, no Concílio Vaticano II, redescobriu o valor da Bíblia e
  fez dela a fonte de inspiração para um profundo trabalho de renovação.
  Além de um documento dedicado à "Palavra de Deus",
  propôs maior espaço para a Bíblia na Liturgia, na Catequese,
  nas Comunidades, nos grupos e na vida pessoal dos cristãos...

- O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica afirma:
  "A Sagrada escritura dá suporte e vigor à vida da Igreja.
   É para seus filhos firmeza da fé, alimento e fonte de vida espiritual.
   É a alma da teologia e da pregação pastoral...
   A Igreja exorta por isso à freqüente leitura da Sagrada Escritura,
   porque a ignorância das escrituras é ignorância de Cristo". (CCIC 24)

O sentido da Bíblia

- O primeiro livro, que Deus escreveu para nós, é a NATUREZA,
  criada pela PALAVRA de Deus; são os fatos, os acontecimentos,
  a história, tudo que existe e acontece na vida do povo;
  é a realidade que nos envolve; é a vida que vivemos.

- O segundo livro é a BÍBLIA.
  "Ela foi escrita para nos ajudar a decifrar o mundo,
   para nos devolver o olhar da fé e da contemplação,
   e para transformar a realidade numa grande revelação de Deus". (S. Agostinho)
                                                                                            
- A Bíblia é isso para você?

  Ou Ela continua sendo apenas um objeto de enfeite na prateleira da sala,
  ou pior, permanece esquecida no fundo de uma gaveta?

- Cristo nos convoca com a sua Palavra,
  para que completemos a Obra iniciada por Ele...

                                                    Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 27.01,2013

Liturgia do dia: 26 de janeiro de 2013

Sábado, 26 de Janeiro de 2013.
SANTO DO DIA: São Timóteo e São Tito, Bispos; Santo Alberico de Cister, abade
Cor litúrgica: Branco
Primeira leitura: Segunda carta a Timóteo 1, 1-8
Leitura da segunda carta de São Paulo a Timóteo:
1Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo pelo desígnio de Deus referente à promessa de vida que temos em Cristo Jesus, 2a Timóteo, meu querido filho: Graça, misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Senhor! 3Dou graças a Deus - a quem sirvo com a consciência pura, como aprendi dos meus antepassados - quando me lembro de ti, dia e noite, nas minhas orações. 4Lembrando-me das tuas lágrimas, sinto grande desejo de rever-te, e assim ficar cheio de alegria. 5Recordo-me da fé sincera que tens, aquela mesma fé que antes tiveram tua avó Loide e tua mãe Eunice. Sem dúvida, assim é também a tua. 6Por este motivo, exorto-te a reavivar a chama do dom de Deus que recebeste pela imposição das minhas mãos. 7Pois Deus não nos deu um espírito de timidez mas de fortaleza, de amor e sobriedade. 8Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho, fortificado pelo poder de Deus.
- Palavra do Senhor
- Graças a Deus

Salmo 96
Cantai ao Senhor Deus um canto novo, cantai ao Senhor Deus, ó Terra inteira! Cantai e bendizei seu santo nome!
R: Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!
Dia após dia anunciai sua salvação, manifestai a sua glória entre as nações e entre os povos do universo seus prodígios!
R: Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!
Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória, dai-lhe a glória que é devida ao seu nome!
R: Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!
Publicai entre as nações: "Reina o Senhor!" Ele firmou o universo inabalável, e os povos ele julga com justiça.
R: Anunciai entre as nações os grandes feitos do Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 10, 1-9
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
- O Espírito do Senhor repousa sobre mim e enviou-me a anunciar aos pobres o evangelho (Lc 4, 18)
- Aleluia, Aleluia, Aleluia!
Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:
Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: "A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!' 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa. 8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, 9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós' ".
- Palavra da salvação
- Glória a Vós, Senhor.


Comentário ao Evangelho do dia feito por Catecismo da Igreja Católica

§§ 863-865
Timóteo e Tito, sucessores dos apóstolos
Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Cristo à terra inteira» (Vaticano II).
«Sendo Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital com Cristo. Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas. Mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (Vaticano II).
A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última, porque é nela que existe desde já, e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus», que veio até nós na Pessoa de Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que n'Ele estão incorporados, até à sua plena manifestação escatológica. Então, todos os homens por Ele resgatados e n' Ele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (Ef 1,4), serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro», «a Cidade santa descida do céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus»; e «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21,14).

Fonte: www.arautos.org

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

São Paulo Apóstolo



São Paulo Apóstolo
A vocação é um dom concedido liberalmente por Deus. E, por vezes, compraz-se o Senhor em chamar alguém aparentemente contrário à missão para a qual Ele o destina, a fim de manifestar com maior fulgor o poder de Sua Graça e a gratuidade do Seu chamado. Nesses casos, apesar dos aparentes paradoxos e à revelia do próprio interessado, cujas aspirações parecem entrar em choque com os desígnios Divinos, o Senhor vai preparando os caminhos, servindo-Se até dos próprios obstáculos para fazer cumprir sua Santa Vontade.
Jovem fariseu de Tarso
Nada parecia indicar que aquele jovenzinho de rosto vivo e inteligente, de nome Saulo, viesse a transformar-se num intrépido defensor de Jesus Cristo. Nascido em Tarso, na Cilícia, no seio de uma família judaica, o pequeno Saulo esteve, desde muito cedo, sujeito a duas fortes influências que pesariam grandemente na formação de seu caráter.
De um lado, as convicções religiosas que aprendera de seus pais não tardaram em fazer dele um autêntico fariseu, apegado às tradições, anelante pela chegada de um Messias vitorioso e libertador do povo eleito, então submetido ao jugo estrangeiro, e zeloso cumpridor da Lei até em suas mínimas prescrições.
De outro lado, o ambiente de sua cidade natal marcou profundamente a personalidade do jovem fariseu. Tarso - metrópole grega, súdita do Império Romano - tornarase, por sua localização privilegiada, um dos centros de comércio mais importantes daquele tempo. Regurgitava de gente, proveniente das nações mais diversas, cujas línguas e costumes misturavam-se sob o fator preponderante da cultura helênica. A Providência começava a preparar o jovem fariseu para sua futura missão de Apóstolo das Gentes.
Discípulo de Gamaliel
Apenas saído da adolescência, Saulo abandonou sua pátria para instalar-se na cidade-berço da religião de seus antepassados: Jerusalém. Ali tornou-se assíduo estudioso das Escrituras, instruído pelo douto Gamaliel, um dos mais destacados membros do Sinédrio. Também aqui podemos notar a mão de Deus intervindo em sua vida, pois o conhecimento dos Livros Sagrados, que adquiriu ao longo desses anos, servir-lhe-ia mais tarde para abrir seus horizontes a respeito da realidade messiânica de Jesus Cristo.
Entretanto, se Saulo progredia a passos rápidos nas doutrinas farisaicas, sob o olhar vigilante de Gamaliel, em nada pareceu assimilar a prudência que caracterizava seu mestre, sempre cauto em seus juízos e comedido nas apreciações. Pelo contrário, o jovem aluno dava mostras de um exaltado fanatismo religioso, como ele mesmo confessaria em sua epístola aos Gálatas: "Avantajava-me no judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meus pais" (Gl 1, 14).
No interior do discípulo de Gamaliel latejava um coração sincero, à procura da verdade. Buscava-a ardorosamente, desejoso de alcançar o pleno conhecimento dela. Não sabia que o termo desses seus anseios encontravase nAquele que, de Si mesmo, dissera: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim" (Jo 14, 6).
Sim, Saulo não poderia chegar ao Pai, Suprema Verdade, sem passar por Jesus, o Mediador entre Deus e os homens. A afirmação proferida pelo Divino Mestre, momentos antes de Sua Paixão, ele a veria cumprir-se em sua vida, ainda que contra a sua vontade e apesar de suas relutâncias. E a ocasião se haveria de apresentar justamente quando as convicções de Saulo, chocadas ante o Cristianismo que surgia, haviam-se convertido em ódio profundo contra este.
Encontro de Saulo com o Cristianismo
Saulo passara alguns anos fora de Jerusalém, que coincidiram com o período da vida pública de Jesus. Quando voltou, verificou uma grande mudança. A Cidade Santa não era a mesma que ele conhecera em seus tempos de estudante: após a tragédia da Paixão, pesava sobre a consciência do povo e, sobretudo, das autoridades a figura ensangüentada da Vítima do Gólgota, que eles em vão procuravam lançar no esquecimento. E mais: os discípulos daquele Homem não temiam pregar sua doutrina no próprio Templo, proclamando que esse Jesus a quem haviam matado ressuscitara dos mortos (cf. At 3, 11ss.).
Tais acontecimentos não podiam deixar indiferente um fariseu convicto como Saulo. Não compreendia que aqueles simples galileus se levantassem impunemente contra a religião de seus antepassados, arrastando atrás de si tamanha multidão de seguidores. Sua irritação chegou ao auge quando, estando na sinagoga chamada dos Libertos, onde semanalmente se reuniam judeus de todas as comunidades da Diáspora, deparou- se com um jovem chamado Estêvão, que anunciava denodadamente as glórias do Crucificado.

Momentos mais tarde, tendo sido apresentado Estêvão ao tribunal do Grande Conselho, Saulo escutou atentamente o longo discurso no qual este demonstrou, por meio de exemplos históricos e de profecias, ser Jesus o Messias esperado. O jovem fariseu sentia-se incomodado: as palavras de Estêvão eram tão inspiradas e convincentes, que não se lhe podia resistir (Cf. At 6, 10); de outro lado, a imagem desse Jesus Nazareno, que ele não conhecera, parecia perseguilo, e constantemente via-se obrigado a ouvir falar a respeito, de tal modo os seus adeptos se espalhavam por Jerusalém. Duro lhe era recalcitrar contra o aguilhão (cf. At 26, 14). E, entretanto, Saulo recalcitrava!
Indignado diante da coragem de Estêvão, aprovou entusiasticamente sua morte (cf. At 8, 1) e considerou como uma honra a missão de custodiar os mantos dos apedrejadores, uma vez que sua idade não lhe permitia levantar a mão contra o condenado.
Surge o perseguidor dos cristãos
A partir daquele dia, o exaltado discípulo de Gamaliel não pôs mais freio à sua fúria. Acreditando "que devia fazer a maior oposição ao nome de Jesus de Nazaré" (At 26, 9), entrava nas casas dos fiéis e arrancava delas homens e mulheres para entregálos à prisão (cf. At 8, 3); chegava a maltratá-los para obrigá-los a blasfemar (cf. At 26, 11). Não contente com devastar apenas a Igreja de Jerusalém, foi apresentar-se ao príncipe dos sacerdotes, pedindo-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de prender, nessa cidade, todos os que se proclamassem seguidores da nova doutrina (cf. At 9, 2).
Mas, esse Jesus a quem ele teimava em perseguir (At 9, 5), viria a atravessar- Se de novo em seu caminho, desta vez de modo definitivo e eficaz.
No caminho de Damasco
Podemos imaginar a ânsia do jovem Saulo ao aproximar-se de Damasco, antegozando a hora de saciar sua cólera no cumprimento da missão que se propunha. Mas eis que, subitamente, uma luz fulgurante vinda do Céu envolveu-o e a seus companheiros, derrubando-o do cavalo. Ali, caído por terra e cegado pelo resplendor dos raios divinos, o orgulhoso fariseu não pôde mais resistir ao poder de Cristo e declarou-se vencido: "Senhor, que queres que eu faça?" (At 9, 6).
De perseguidor que era, poucos instantes antes, passava a servo fiel, pronto para obedecer aos mandatos do Divino Perseguido. Quanta glória para o Crucificado! Por um simples toque de Sua graça, transformara em Seu Apóstolo um dos mais ferventes discípulos daqueles que haviam sido seus principais contendores, durante sua vida pública.
Ajudado por seus companheiros, Saulo ergueu-se do chão. Entretanto, mais do que levantar-se do solo, surgiu em sua alma "o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4, 24). O blasfemador de outrora permaneceria para sempre prostrado num amoroso reconhecimento de sua derrota: "Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro. Se encontrei misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos os que, a seguir, nEle crerem, para a vida eterna" (I Tm 1, 15-16).
Saulo converte-se em Paulo
Com a mesma radicalidade com que outrora se apegara ao judaísmo, Saulo abraçava agora a Igreja de Cristo. A graça respeitara a natureza, conservando as características próprias de sua personalidade que viriam mais tarde a contribuir na formação da escola paulina de vida espiritual. A partir desse momento, o Saulo convertido, o novo Paulo, só se moveria por um único ideal, que tomava todas as fímbrias de sua alma e dava verdadeiro sentido à sua existência: "Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gl 6, 14).
Doravante essa Cruz - na qual Paulo não apenas considerava os sofrimentos do Salvador, mas via, sobretudo, os esplendores da Ressurreição - seria para ele o rumo de sua vida, a luz dos seus passos, a fortaleza de sua virtude, o seu único motivo de glória. Esse amor, que num instante operara a sua transformação, o impelia agora a falar, a pregar, a percorrer os confins do mundo a fim de conquistar almas para Cristo, arrancando-lhe, do fundo do coração, este gemido: "Ai de mim se eu não evangelizar!" (I Cor 9, 16).
Por esse amor estava disposto a enfrentar todas as tribulações, a suportar os piores tormentos, fossem de ordem natural, como também os de ordem moral: "Muitas vezes vi a morte de perto. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites, menos um. Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos! Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias, com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação cotidiana, a solicitude por todas as igrejas!" (II Cor 11, 23-28).
Ele havia se proposto, antes de tudo, à glorificação de Jesus Cristo e da Sua Igreja, e isto constituía para ele o suco essencial, o norte de sua vida. A este respeito comenta São João Crisóstomo: "Cada dia ele subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam. [...] Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias, triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: ‘Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar' (II Cor 2, 14)."
Apóstolo das Gentes
Assim, pouco a pouco, por meio de suas viagens apostólicas e das numerosas cartas através das quais sustentava na Fé seus filhos espirituais, Paulo ia assentando os fundamentos da Esposa Mística de Cristo. Nem mesmo internamente havia de lhe faltar adversários: por vezes, entre os próprios cristãos, surgiam conceitos errôneos, como o de querer obrigar os pagãos convertidos a praticar os costumes da Lei Mosaica. A esse respeito Paulo levou sua ousadia até o ponto de discutir com o próprio Apóstolo Pedro, "resistindo-lhe francamente, porque era censurável" (Gl 2, 11).
Pedro aceitou com humildade o ponto de vista de Paulo e apressou-se em colocá-lo em prática. Mas os cristãos que haviam espalhado suas idéias pelas igrejas da Galácia não o imitaram, acrescentando ainda que a justificação provinha estritamente do cumprimento da Lei. Nada poderia ser tão nocivo para a Igreja nascente do que tais enganos, e Paulo logo o percebeu. Decidiu deixar por escrito toda a doutrina sobre esse ponto, e o fez com tanta segurança e clareza que deduz-se têla recebido dos lábios do próprio Jesus.
Assim, a epístola dirigida aos Gálatas é um escrito polêmico, sem receios de apresentar a verdade tal como ela é: "Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado? [...] Todos os que se apóiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição" (Gl 3, 1.10). E pouco antes, afirmava: "Nós cremos em Jesus Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em Cristo, e não pela prática da lei" (Gl 2, 16).
São Paulo e os gregos
Se Paulo teve de enfrentar oposições dentro de seu próprio povo, viuse também contestado pelos gregos, que apresentavam objeções de teor completamente diferente, mas não menos perigosas. A Grécia, principal centro da cultura naqueles tempos, orgulhava-se da fama de seus pensadores e de ser o berço da filosofia. Ora, a palavra e a pregação trazidas por Paulo, "longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria" (I Cor 2, 4), como ele mesmo afirmava.
Assim, não raras vezes tornavase ele alvo do desprezo ou objeto de vergonha para os convertidos. Ele pouco se importava com as ofensas feitas à sua pessoa, mas receava que seus discípulos fizessem eco a idéias tão vãs ou viessem a sucumbir, por medo das humilhações. Por isso, escrevia ele aos fiéis de Corinto, cidade onde principalmente essas falsas doutrinas haviam encontrado aceitação: "A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para nós, é uma força divina" (I Cor 1, 18).
Não era esse, porém, o pior dos obstáculos encontrados por Paulo na Grécia. Afundados na devassidão e na desordem moral, os gregos haviam elaborado, ao longo dos tempos, uma justificativa para os seus maus costumes, negando a ressurreição dos mortos. Alguns mesmo, como Epicuro de Samos (†270 a.C.), chegaram a afirmar que a alma humana é material e mortal.
No próprio Evangelho percebemos lampejos dessa candente temática quando os saduceus - que, por influência helênica, não acreditavam na ressurreição - se aproximaram de Jesus para pô-lo a prova, mediante uma pergunta capciosa (cf. Lc 20, 27-39). A discussão, como vemos, vinha de longa data e se erguia como principal empecilho para o desenvolvimento do apostolado paulino.
Talvez Paulo, em seus tempos de fervor fariseu, já tivera de enfrentar os mesmos saduceus a esse propósito. gora, porém, como cristão, possuía o argumento da Ressurreição de Cristo e contava com o poderoso auxílio da graça.
Grande Apóstolo da Ressurreição
As dúvidas expostas pelos gregos, quando não a oposição aberta, servirlhe- iam de estímulo para aprofundarse mais na doutrina da ressurreição e deixá-la explicitada para os séculos futuros. Assim escreveu ele aos coríntios: "Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. [...] Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos como primícias dos que morreram!" (I Cor 15, 12-14; 19-20).
Custoso era, para aqueles gregos de vida desregrada, ter de assimilar esses princípios. Aceitando a ressurreição da carne, ver-se-iam forçosamente convidados a uma mudança de costumes e a abraçarem um modo de pensar e de comportar-se condizente com essa esperança. Mas até mesmo suas relutâncias contribuiriam para o bem, como afirma o próprio Paulo: "Oportet et haereses inter vos esse" (I Cor 11, 19) - é necessário que haja partidos, ou heresias, entre vós. Impelido pelas circunstâncias, Paulo se transforma no grande Apóstolo da Ressurreição.
Cordeiro e leão ao mesmo tempo
Nem tudo, porém, eram combates para o incansável Paulo. Se face ao erro e à falta de fé ele mostrava todo o seu ardor combativo e sua intransigência, em relação aos bons deixava entrever um fundo de alma extremamente afetuoso e compassivo, ordenado segundo a caridade de Cristo. Nesta admirável conjugação de virtudes, na aparência opostas, Paulo assemelhava-se ao Divino Mestre, sempre disposto a perdoar ou pronto a repreender, a ser Cordeiro e Leão ao mesmo tempo.
Em sua carta aos fiéis de Filipos, que se inquietavam por seus sofrimentos e suas necessidades, assim escreve: "Deus me é testemunha da ternura que vos consagro a todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo!" (Fil 1, 8). E ainda, aos mesmos gálatas, que antes invectivara a respeito de seus desvios, escrevia mais adiante: "Filhinhos meus, por quem de novo sinto dores de parto, até que Cristo seja formado em vós, quem me dera estar agora convosco" (Gl 4, 19).
São Paulo, segundo Bossuet
Difícil é exaltar o Apóstolo das Gentes em espaço tão exíguo. A pluralidade estonteante de seus feitos, o poder de sua voz e o alcance de sua ação apostólica, cujos frutos até hoje alimentam a Igreja, deixam em embaraço qualquer escritor. Por isso recorremos à incomparável eloqüência de Bossuet, que assim descreveu o ímpeto da pregação do Apóstolo:
"Este homem, ignorante na arte do bem-falar, de locução rude e de acento estrangeiro, chegará à esmerada Grécia, mãe de filósofos e oradores, e, apesar da resistência mundana, fundará mais igrejas do que Platão teve discípulos. Pregará a Jesus em Atenas, e o mais sábio dos oradores passará do Areópago para a escola deste bárbaro. Continuará mais adiante em suas conquistas, e abaterá aos pés do Senhor a majestade das águias romanas na pessoa de um prócônsul, e fará tremer em seus tribunais os juízes diante dos quais fora citado. Roma ouvirá sua voz, e um dia aquela velha mestra sentir-se-á mais honrada com uma só carta do estilo bárbaro de São Paulo, dirigida a seus cidadãos, do que por todas as famosas arengas que outro dia escutara de Cícero."
A prisão em Jerusalém
Sim, Roma, haveria de ouvir sua pregação e suas ruas calçadas de grandes pedras seriam pisadas pelos pés do Apóstolo. Esses pés, entretanto, arrastariam pesadas correntes que lhe tolheriam a liberdade dos movimentos. Acusado pelo ódio de seus concidadãos, por causa de sua fidelidade a Cristo, Paulo fora entregue à justiça romana. Se seu corpo suportava as cadeias e os grilhões, sua alma sentia pesar sobre si o suave jugo de Cristo. Prisioneiro do Espírito (cf. At 20, 22), Paulo recebera, à noite, esta revelação: "Coragem! Deste testemunho de Mim em Jerusalém, assim importa também que o dês em Roma" (At 23, 11).
Obediente à inspiração recebida, Paulo exclamará no tribunal do governador Festo: "Estou perante o tribunal de César. É lá que devo ser julgado. [...] Apelo para César!" (At 25, 10-11). Querendo desfazer-se de caso tão complicado, que envolvia assuntos da religião judaica, Festo apressou- se em satisfazer o desejo do preso, mandando-o para Roma, algemado e sob a guarda do centurião Júlio.
O primeiro período de pregação em Roma
Durante a viagem, Paulo não perdia a oportunidade de anunciar o Evangelho em todos os lugares por onde passava. Após várias dificuldades ao longo da travessia e enfrentar um naufrágio, fez escala em Siracusa, na Sicília, e dali foi conduzido a Reggio (cf. At 28, 12-13).
Uma vez chegado à capital do Império e instalado em prisão domiciliar, Paulo realizava um anseio que havia tempos acalentava no coração, como ele mesmo o expressara aos cristãos de Roma: "Daí o ardente desejo que eu sinto de vos anunciar o Evangelho também a vós, que habitais em Roma" (Rm 1, 15). Dois anos haveria de durar seu doloroso cativeiro, mas ele, como afirma São João Crisóstomo, "considerava como brinquedo de criança os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo". Aproveitou o tempo para pregar o Reino de Deus (cf. At 28, 31), escrever numerosas cartas às comunidades da Grécia e da Ásia, as chamadas Epístolas do cativeiro.
Mas a Providência pedia de seu Apóstolo ainda mais alguns anos de abnegação e fadigas, a ele que suspirava pela morte, considerando-a um lucro para ganhar a Cristo (cf. Fl 1, 21).
Novas viagens e retorno à capital do Império
Libertado por um decreto jurídico, Paulo ainda visitaria Creta, Espanha e novamente as conhecidas igrejas da Ásia Menor, pelas quais tanto se dedicara. Afinal voltaria a Roma para onde se sentia atraído, talvez por um secreto pressentimento da proximidade da "coroa da justiça" (II Tm 4, 8) que ali o aguardava.
Sobre o trono dos césares sentavase então o terrível Nero, cuja crueldade, aliada a um orgulho patológico, já fizera sua fama. Era conhecido o ódio que votava aos cristãos, e Paulo não passou despercebido à perspicácia dos espiões do tirano.
Acusado como chefe da seita, foi preso pela polícia imperial e lançado no Cárcere Mamertino, onde, segundo uma antiga tradição, já se encontrava Pedro. Nesse escuro subterrâneo, de estreitas dimensões e teto baixo, o Pontífice da Igreja de Cristo e o Apóstolo das Gentes estiveram acorrentados a uma mesma coluna. Assim, unidos numa mesma Fé e esperança, estavam ambos amarrados pelas cadeias do amor ao Rochedo, que é Cristo (cf. I Cor 10, 4).
O martírio de São Paulo
Chegou por fim o dia em que Paulo deveria "ser imolado" (II Tm 4, 6). Para ele a morte pouco significava, pois já se achava morto para o pecado e vivo para Deus (cf. Rm 6, 11). Uma entranhada e exclusiva união o ligavam a seu Senhor. Não era ele mesmo que vivia, mas sim Cristo quem nele habitava (cf. Gl 2, 20) e operava.
Condenado à morte, Paulo, por ser cidadão romano, não podia, como Pedro, sofrer a pena ignominiosa da crucifixão, mas sim a da decapitação, e esta devia dar-se fora dos muros da cidade. Conduzido por um grupo de soldados, o Apóstolo arrastou seus pesados grilhões ao longo da Via Ostiense e, depois, pela Via Laurentina, até alcançar um distante vale, conhecido pelo nome de Aquæ Salviæ.
Ali, entre a vegetação daquela região pantanosa, o sublime imitador de Jesus Cristo selava seu testemunho com o próprio sangue. Sua cabeça, ao cair no solo sob o golpe fatal da espada, saltou três vezes, fazendo brotar em cada um dos pontos uma fonte de água borbulhante. Este fato, se não comprovado pela História, baseia- se numa piedosa tradição confirmada pelo nome de Tre Fontane, que ostenta o mosteiro trapista construído naquele local.
"Combati o bom combate"
Paulo morrera, mas sua monumental obra apostólica, fundamentada na caridade que consumira sua vida, continuava viva e produziria ao longo dos tempos abundantes frutos para a Igreja. Até o último alento, sua vida não fora senão uma grande luta. Luta de entusiasmo e de entrega, de desprendimento e de heroísmo; luta para levar o Evangelho a todas as gentes, confiando sempre na benevolência de Cristo.
Os piores vagalhões da vida não puderam atingir o seu tabernáculo interior. Sua firmeza, semelhante à imobilidade de um rochedo batido pelas ondas do mar, mantinhase inalterável em meio às maiores angústias e agonias, certo de que nem a vida nem a morte o poderiam separar do amor de Cristo (cf. Rm 8, 38-39).
E uma vez concluído o combate, percorrida toda a sua carreira e chegado ao termo de sua peregrinação terrena (cf. II Tm 4, 7), o Apóstolo apareceu ante o olhar admirado da humanidade, em toda a sua estatura de gigante da Fé, transmitindo para os séculos futuros esta mensagem: "Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade. A caridade jamais acabará!" (I Cor 13, 13.8).
Estando preso em Roma, o incansável Apóstolo não deixou de pregar, e obteve a conversão de incontáveis almas. Posto em liberdade no início do ano 64, dirigiu-se à Espanha e à Ásia. Retornando a Roma, foi preso novamente, desta vez com São Pedro.
Ficaram eles na prisão mais antiga de Roma, o Cárcere Mamertino, local impregnado de bênçãos, que comove a quantos por lá passam. Com efeito, como não se impressionar ao contemplar, logo nos primeiros degraus da estreita escada que leva ao calabouço, a marca do rosto do Príncipe dos Apóstolos, milagrosamente impressa na parede de pedra? E que emoção ao ver no canto da cela a fonte que brotou do solo, possibilitando aos Apóstolos batizarem os próprios carcereiros, convertidos pelo seu exemplo e pregação!
No final de sua heróica vida, pôde o Apóstolo das Gentes cantar este hino de triunfo do varão que sente a consciência limpa na hora do encontro com o Supremo Juiz: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição" (11).
Grandiosa foi sua vida, tal será também sua morte. Sendo cidadão romano, São Paulo não podia ser crucificado. Foi, assim, decapitado pela espada, no ano 67. Conta-nos a tradição que sua cabeça, rolando ao solo, saltou três vezes e fez brotar três fontes que podem ser vistas ainda hoje na Igreja de San Paolo alle Tre Fontane, na via d'Ostia, em Roma.
(Revista Arautos do Evangelho, Jul/2008, n. 79, p. 26 à 33)