domingo, 25 de abril de 2021

HOMILÉTICA DO DOMINGO DO BOM PASTOR - 25.04.2021

 O Bom Pastor 

O 4º domingo de Páscoa é conhecido como o Domingo do BOM PASTOR, porque nele todos os anos, Jesus é apresentado como o "Bom Pastor".

 - No Antigo Testamento, essa imagem aparece com frequência… Grandes personagens foram pastores (Abel… Moisés… Davi…)   Num país árido, a presença do pastor era vital para a ovelha sobreviver...   O pastor passava o dia todo com ela e estabelecia profunda identidade com ela. 

- O próprio Deus se compara a um Pastor,   que guia, defende e alimenta o seu povo (Sl 80).

- Quase todos os Reis de Israel foram "Maus pastores",   que conduziram o Povo por caminhos de morte e desgraça. Por isso, o Senhor promete: "Eu mesmo apascentarei as minhas ovelhas". (Ez 34,15)

 A 1ª Leitura mostra o PRIMEIRO PASTOR da jovem Comunidade: Pedro responde ao Sinédrio, que curou o aleijado: "em nome de Jesus Cristo, crucificado por vós, mas ressuscitado por Deus". (At 4,8-12) Ele é o único Salvador, o "Pastor verdadeiro" que nos conduz à verdadeira vida.

 O Salmista agradece porque a pedra rejeitada pelos construtores tornou-se a pedra angula. (Sl 118)

 Na 2ª Leitura, João afirma que somos todos FILHOS DE DEUS. Mas essa filiação divina não é uma conquista nossa, mas um dom do Deus que habita em nós. (1Jo 3,1-2)

 No Evangelho, Jesus afirma: "Eu sou o BOM PASTOR". (Jo 10,11-18) É uma Catequese sobre a pessoa e a missão de Jesus: conduzir o homem às pastagens verdejantes e às fontes cristalinas, de onde brota a vida em plenitude.

 O BOM PASTOR é diferente dos outros, por duas razões: 

- Porque está disposto a DAR A VIDA pelas ovelhas que ama. (5 x)   O mercenário no perigo abandona as ovelhas e foge…

- Porque CONHECE suas ovelhas e é conhecido por elas… Ele as chama pelo nome… e elas o seguem… "Conhecer" é mais que um ato intelectual… é comunhão de vida... É fruto do convívio e do diálogo, e gera o amor.

+ Quem são as ovelhas desse rebanho?

   São os que seguem a voz do Pastor. Mas não só os que participam da Igreja de modo organizado: "Tenho ainda outras ovelhas que não são desse rebanho, é preciso que eu as conduza. E elas ouvirão a minha voz. E haverá um só rebanho e um só pastor".

* Esse apelo de unidade de Cristo nos pede:

  - um zelo apostólico para cativar outras ovelhas que ainda não descobriram o amor apaixonado do Bom Pastor...

- um espírito de unidade: que vença as barreiras que nos separam... Ele não quer uma Igreja dividida em rebanhos separados... É um convite ao verdadeiro ecumenismo...

+ Quem é o nosso Pastor, que nos aponta caminhos e nos dá segurança?

- O Pastor por excelência é CRISTO.

- Pastores são também o Papa, os Bispos, os padres...

- São também as pessoas que prestam um serviço na família, na sociedade, no ambiente de trabalho...

- São também pessoas que receberam de Deus e da Igreja a missão de presidir e animar, em nossas comunidades cristãs, apesar das suas limitações. Cada um pode ser um pouco "Pastor" de seu irmão... Mas o "único Pastor", que devemos escutar e seguir sem condições, é Cristo. Os outros pastores têm uma missão válida se receberam de Cristo. E a sua atuação nunca pode ser diferente do jeito de atuar de Cristo.

+ Como Cristo exerce a Missão de Pastor?

Ele não atua por interesse pessoal como o mercenário, mas por amor: Ele aponta caminhos, defende as suas ovelhas no momento de perigo, mantém uma relação pessoal com cada uma, conhece os seus sofrimentos, sonhos e esperanças.

* As Pastorais são serviços de Pastor nos diversos setores da Comunidade.

- Qual é o espírito com que atuamos? Por amor ou preocupados em levar alguma vantagem, prestígio ou poder?

+ Como reconhecer o "Bom Pastor"?

   Para distinguir a "voz" do "Bom Pastor" (ou falsos pastores) é preciso um permanente diálogo íntimo com Cristo, um confronto permanente com a sua Palavra e a participação ativa nos sacramentos, onde ele nos comunica essa vida, que o Pastor nos oferece.

* Jesus mostra o rosto bondoso de Deus e os gestos de carinho e de acolhida do Bom Pastor. Sejamos continuadores dos gestos e das palavras do Bom Pastor, que dá a vida por todos.

+ Nesse domingo, celebramos o 58º Dia Mundial de Oração pelas Vocações.

   Lema:  «São José: o sonho da vocação»

   A vida de São José sugere-nos TRÊS PALAVRAS-CHAVE para a vocação: SONHO. SERVIÇO. FIDELIDADE. (mais ideias do papa na mensagem...)

Lema:  «São José: o sonho da vocação»

 "São José é uma figura extraordinária e «tão próxima da condição humana»".

 "Através da sua vida normal, realizou algo de extraordinário aos olhos de Deus.

  A vida de São José sugere-nos TRÊS PALAVRAS-CHAVE para a vocação:

1) A primeira é SONHO.

"Os Evangelhos falam de QUATRO SONHOS:

- o primeiro perturbou o seu noivado, mas tornou-o pai do Messias;

- o segundo fê-lo fugir para o Egito, mas salvou a vida da sua família.

- o terceiro ordenava o regresso à pátria,

- o quarto que o levou a seguir para Nazaré. "

2) A segunda marca o itinerário de São José e da vocação: SERVIÇO...

 "Pode-se dizer que foi a mão estendida do Pai Celeste para o seu Filho na terra. Assim é modelo para todas as vocações, chamadas a ser as mãos operosas do Pai em prol dos seus filhos e filhas...."

São José, guardião de Jesus e da Igreja, é também guardião das vocações.

3) "A terceira que atravessa a vida de São José e a vocação cristã,

      cadenciando o seu dia a dia: a FIDELIDADE de cada dia."

"Esta fidelidade é o segredo da ALEGRIA. Era a alegria diária e transparente da simplicidade, a alegria que sente quem guarda o que conta: a proximidade fiel a Deus e ao próximo. São José, guardião das vocações, vos acompanhe com coração de pai!"                                                     Francisco

FONTE:http://www.buscandonovasaguas.com/

 

 

 

 

 

 

 

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Evangelho e reflexão do dia 14 de abril de 2021

 Santa e abençoada quarta-feira para todos!!! “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz” 

ORAÇÃO INICIAL

 Obrigado, Senhor, pela oportunidade de teres hoje uma palavra para nós, e para mim em concreto. Procuro-te e abro-me à tua presença!

 PALAVRA DE DEUS

 Hoje vens ao nosso encontro através do Evangelho de São João 3, 16-21: Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus». 

 PISTAS DE ORAÇÃO

 Desde a Quaresma que me tem acompanhado esta personagem com o nome de Nicodemos. Etimologicamente do Grego: Nike (Vitoria) Demos (Povo). Esta personagem pertencente ao núcleo do mundo Judaico e, portanto, está ligado ao cumprimento estrito das leis. Sabemos que o nome da pessoa está ligado à sua missão e este Nicodemos estava ligado à sua missão de dar e de ser vitória do povo. Esta personagem aparece três vezes no Evangelho de João, através das quais se pode acompanhar o processo de passagem das trevas à luz que Nicodemos vai fazendo, em sentido inverso ao dos discípulos. Enquanto os discípulos, durante o tempo pascal vão da luz, da companhia de Jesus até às trevas e fuga, Nicodemos é aquele que começa a ser convidado a nascer de novo no meio do seu medo; é justamente quando Jesus começa a ser perseguido que, pouco a pouco, Nicodemos se vai aproximando mais de Jesus, até ser o próprio, com José de Arimateia a ir buscar e cuidar do corpo de Jesus, dando assim testemunho da sua fé diante de todos. Na leitura que lemos e escutámos, Jesus não fica a dar uma lição de moral a Nicodemos, diz as coisas como são, abrindo-lhe o desejo e a possibilidade: “Quem pratica a verdade aproxima-se da luz!” Talvez para nós, agora que ainda paira no ar o aroma pascal, seja este o convite de Jesus: aproximar-me mais de Jesus, da luz, pouco a pouco e, assim, ser salvação do povo. Por tudo isto, e para refrescar a minha memória espiritual, tem-me ajudado muitíssimo calçar umas Nike.

 ORAÇÃO FINAL

 Obrigado, Senhor, pela Tua Palavra. Que também eu, com o meu testemunho, possa ser uma personagem viva do Teu Evangelho e possa acompanhar muitos das trevas à luz. Amém!!!

terça-feira, 13 de abril de 2021

Evangelho e reflexão do dia 13 de abril de 2021

 Santa e abençoada terça-feira para todos!!! «Os que haviam abraçado a fé tinham um só coração e uma só alma» 

ORAÇÃO INICIAL 

Senhor, neste tempo em que continuamos a celebrar a Páscoa queremos reiterar e experimentar que a vida e o amor têm mais força que a morte – e em especial neste ano tão único. Ajuda-me a ressuscitar a esperança. 

PALAVRA DE DEUS 

A primeira leitura de hoje é Atos dos Apóstolos 4, 32-37: A multidão dos que haviam abraçado a fé tinha um só coração e uma só alma; ninguém considerava seu o que lhe pertencia, mas tudo entre eles era comum. Os Apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor Jesus com grande poder e gozavam todos de muita simpatia. Não havia entre eles qualquer necessitado, porque todos os que possuíam terras ou casas vendiam-nas e traziam o produto das vendas, que depunham aos pés dos Apóstolos, e distribuía-se então a cada um conforme a sua necessidade. José, um levita natural de Chipre, a quem os Apóstolos chamaram Barnabé – que quer dizer «Filho da Consolação» – possuía um campo. Vendeu-o e trouxe o dinheiro, que depositou aos pés dos Apóstolos. 

PISTAS 

Jesus, neste tempo de Páscoa, de continuidade da Tua Ressurreição, gostaria de compreender, viver, sentir e saborear mais do que significam aquelas palavras “Ele venceu a morte”. De cada vez que o ano litúrgico “dá a volta” tantas perguntas voltam... Hoje, ouvindo a forma de vida dos que estiveram, caminharam, riram, falaram e discutiram contigo, Jesus, penso que talvez me possam dar pistas para responder à pergunta: afinal o que é a vida que vence? Sinto que eles, “a multidão dos que haviam abraçado a fé”, como diz a leitura, são no fundo a parte visível e humana que sobra de Ti. Eles, em diferentes circunstâncias, mas como Tu, também viveram a perda, a frustração, a perseguição. Esconderam-se diante da experiência de morte, parecem ter ficado mudos, assustados, confundidos e sem sentido. Eu também… Há tantos dias em que me sinto muda, cansada, assustada, confundida, sem sentido, frustrada, sem esperança, sem visão… Contudo, esta leitura fala-me do outro lado da moeda. É como se os Teus discípulos me perguntassem: e se o que conheces como fim não fosse um fim, mas uma transformação? Como seria? Eles mesmos dão algumas respostas, não com palavras, mas com a vida. A mim dizem-me: experiência de vida é experiência relacional, é experiência de ressurreição. Experimentar a ressurreição é descobrir que já não sou um mas que o ser com todos nos faz um. “Tinham um só coração e uma só alma”. Não creio que fossem todos iguais e monocromáticos, creio que tinham um só coração, um só centro, moviam-se com o mesmo ponto de partida e desde aí expandiam tudo o que era vida. Parece que vida e comunhão são inseparáveis, de facto, muitos dizem por aí que “nenhum homem é uma ilha”. Onde posso, Senhor, descobrir estes sinais de vida nova no meu dia a dia? 

ORAÇÃO FINAL

 Ajuda-me, Jesus, a saborear e viver estas palavras de John Donne: “Nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo”. Amém!!!