segunda-feira, 13 de agosto de 2018

O Hábito de Agradecer – Enquanto o Sábio Agradece o Pobre de Espírito Reclama

Para ser feliz, você não precisa de grandes conquistas materiais. Já tem o pôr-do-sol, as estrelas, os pássaros, o sorriso dos amigos, seus irmãos. Agradeça a Deus, pois você tem sua vida, o dia que está começando, sua força e determinação. Com todos esses presentes da vida, o resto você constrói…
O sábio agradece às pessoas que acreditaram nele porque o ajudaram a se sentir abençoado, mas agradece também àqueles  que o desqualificaram, pois foram eles que o ensinaram a ser um  guerreiro. Numa equipe integrada, as pessoas agradecem aos companheiros.
Agradecem não só individualmente mas também — e principalmente — na frente dos demais.

A gratidão gera um clima em que todos se sentem importantes para o resultado do grupo.
Agradeça: uma ajuda, um toque, uma orientação oportuna,  uma crítica pertinente.
Agradeça: o esforço de varar a noite para entregar um projeto, o de chegar mais cedo numa emergência, o de ficar uma semana sem almoço para substituir um colega doente. Agradeça: uma boa idéia, uma presença positiva e cooperativa. O agradecimento faz o outro se sentir importante e cria a consciência de pertencer a um grupo.
*** Roberto Shinyashiki Os Donos do Futuro

Mensagem do dia 13 de agosto de 2018

Ter um lugar pra ir é lar. Ter alguém para amar é família. Ter os dois é benção.
Pe. Marcelo Rossi

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Mensagem do dia 8 de agosto de 2018

Onde há fé, há amor; onde há amor, há paz; onde há paz, há Deus, e onde há Deus, nada falta. Se Deus não atender os seus pedidos de mudar alguma coisa em sua vida, é porque Ele está tentando mudar o seu coração.
PPe. Marcelo Rossi

Nem uma só letra ou vírgula

- Falando ao povo, no Sermão da Montanha, o Divino Mestre transmite ensinamentos que se opõem categoricamente ao relativismo.
Nem uma só letra ou vírgula.jpg
Lei natural e Dez Mandamentos
Para que possamos entender bem as afirmações de Nosso Senhor a respeito da Lei, vejamos o que escreve Monsenhor João Clá:
"Deus implantou na alma humana uma luz intelectual pela qual o homem conhece que o bem deve ser praticado e o mal, evitado.
Essa luz - denominada sindérese pela Escolástica - não se apagou com o primeiro pecado, mas permanece em nossa alma. Conforme afirma o Concílio Vaticano II, o homem ‘tem no coração uma lei escrita pelo próprio Deus', a lei natural.
"E como nosso espírito é governado por uma lógica monolítica, não conseguimos praticar qualquer ação má sem procurar justificá-la de alguma maneira. Por isso, para poder pecar, o homem recorre a falsas razões que sufocam sua reta consciência e levam o entendimento a apresentar à vontade o objeto desejado como um bem. É essa a origem dos sofismas e doutrinas errôneas com os quais procuramos dissimular nossas más ações.
"À vista disso, tornou-se indispensável - além do selo impresso por Deus no mais íntimo das nossas almas - a existência de preceitos concretos a lembrar-nos de forma clara e insofismável o conteúdo da lei natural. São eles os Dez Mandamentos entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai.
"Com efeito, de modo muito sintético, compendia o Decálogo as regras postas por Deus na alma humana. Deus ‘escreveu em tábuas' o que os homens ‘não conseguiam ler em seus corações', afirma Santo Agostinho. E o fato de ter sido gravado em pedra - elemento firme, estável e duradouro - simboliza o caráter perene da sua vigência.
O Decálogo é essencialmente imutável
Afirmou o Divino Mestre: "Em verdade, Eu vos digo: antes que o Céu e a Terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo se cumpra" (Mt 5, 18).
Continua Monsenhor João Clá:
"Os adeptos da chamada ‘moral de situação' defendem a mutabilidade dos princípios éticos em função do contexto no qual são eles aplicados. Segundo essa filosofia, se os costumes evoluem ao longo dos tempos, o mesmo deve ocorrer com as normas morais.
"Ou então, mesmo admitindo serem elas universais e perenes, deve-se evitar sua aplicação de forma absoluta nas situações concretas, reduzindo seu valor ao de meras orientações a serem ponderadas em função das circunstâncias do momento.
"Ora, a Lei sintetizada nos preceitos do Decálogo é absoluta e permanente, conforme ensina o Catecismo da Igreja Católica: ‘Visto que exprimem os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo, os Dez Mandamentos revelam, em seu conteúdo primordial, obrigações graves. São essencialmente imutáveis, e sua obrigação vale sempre e em toda parte. Ninguém pode dispensar-se deles.'".
E Jesus acrescentou: "Portanto, quem desobedecer a um só destes Mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino dos Céus" (Mt 5, 19).
Pior que desobedecer aos preceitos da Lei divina é criar ou propagar uma doutrina, modas, que incitem as pessoas a transgredi-los.
"Quem assim procede perde, sem dúvida, a graça de Deus e, caso não se emendar, ‘será considerado mínimo no momento do Juízo; ou seja, será reprovado, será o último. E o último cairá inexoravelmente no Inferno'.
Perda do senso moral
Afirmou também Jesus, nesse Sermão: "Seja o vosso ‘sim': ‘Sim', e o vosso ‘não': ‘Não'. Tudo o que for além disso vem do maligno" (Mt 5, 37).
Devo sempre dizer "sim" a tudo quanto Cristo espera de mim. E um firme "não" às propostas e sugestões do demônio, bem como às pessoas e aos ambientes que me induzem ao pecado.
Escreve Plinio Corrêa de Oliveira:
Muitas vezes me deixei levar "pela abominável preguiça de enfrentar os que me rodeiam, de dizer ‘não' aos que formam meu ambiente, pelo medo de ser ‘diferente dos outros'. Como se me tivésseis criado, Senhor, não para Vos imitar, mas para imitar servilmente os meus companheiros".
A leitura desses trechos do Evangelho nos reporta a "um dos problemas mais graves do mundo moderno: a terrível perda do senso moral que assola as almas de tantos dos nossos contemporâneos".
Devido ao relativismo, as noções de verdade e erro, bem e mal, belo e feio estão se esboroando. Adulterando o próprio conceito de liberdade, propaga-se a ideia de que tudo é permitido e todas regras ou preceitos devem ser abolidos.
"Hoje, mais do que nunca, é preciso lembrar que a Lei de Deus não é um castigo pelo pecado dos nossos primeiros pais, mas sim um precioso meio de nos tornar mais semelhantes a Ele. [...] São as faltas praticadas pelo homem - e não os preceitos divinos - que tolhem sua liberdade: ‘todo homem que se entrega ao pecado é seu escravo' (Jo 8, 34).
"No Céu, a Lei reluzirá gloriosa para aqueles que a praticaram nesta vida, os Bem-aventurados; enquanto se apresentará como eterna censura aos que se revoltaram contra ela e foram condenados ao fogo eterno. Dessa inexorável alternativa, ninguém escapa: quem não está na Lei da misericórdia divina, cai na Lei da justiça de Deus. Não há uma terceira opção."
Peçamos a Nossa Senhora a graça da seriedade sacral e da combatividade invencível para nos opormos eficazmente aos erros do mundo atual, a fim de estarmos unidos a seu Divino Filho.
Por Paulo Francisco Martos
(Noções de História Sagrada - 159
Link e site: https://www.gaudiumpress.org/content/97102

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Evangelho e Reflexão do dia 27 de abril de 2018



Evangelho (Jo 14,1-6)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 1“Não se perturbe o vosso coração. Tende fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai, há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós, 3e quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que onde eu estiver estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”.
5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor.
Homilia
A fé é a luz que ilumina a nossa vida
A fé coloca-nos na condição de combate diante de todas as dificuldades que enfrentamos na vida
“Disse Jesus a seus discípulos: Não se perturbe o vosso coração. Tende fé em Deus, tende fé em mim também” (João 14,1).
Experimentamos muitas tribulações em nosso coração e essas perturbam o nosso coração, deixam o nosso coração inquieto, roubam a paz, a tranquilidade, a serenidade da nossa alma e da nossa vida.
Andamos quietos e tensos demais, porque os problemas que estão a nossa frente roubam a nossa paz interior, por isso, Jesus está dizendo: “Não perturbas-te”. Só tem um jeito de não nos perturbarmos, é quando olhamos mais para a nossa fé e a colocamos como a luz que guia a nossa vida, o nosso coração e que ilumina tudo aquilo que nós vivemos.
A fé não resolve todos os nossos problemas, ela faz muito mais do que isso. A fé cuida de todos nós para que tenhamos maturidade, tranquilidade e serenidade para lidarmos com as situações adversas da vida. A fé não tira os problemas da nossa vida, pelo contrário, a fé nos amadurece e nos ilumina; ela coloca-nos na condição de combate diante de todas as dificuldades que enfrentamos na vida.
Se estamos perturbados, alucinados e inquietos não teremos forças para o combate que há na nossa vida . O remédio para as situações adversas da vida é a serenidade da alma e a serenidade vem da fé que é alimentada na confiança, e na esperança, que se rendem aos cuidados do Senhor. A fé é quando tiramos o olhar dos nossos problemas, das nossas dificuldades e o mantemos em Jesus. Não é que nos tornamos indiferentes ou simplesmente não assumimos as nossas responsabilidades. Tornamo-nos realmente inteiros no que fazemos, enfrentamos de frente a nossa vida com tudo aquilo que precisamos enfrentar, mas iluminados, guiados e direcionados pela nossa fé que temos em Jesus. 
Deus abençoe você!

CONVITE


              PROFESSORES CATÓLICOS - CONVITE
A APC convida todos os professores para participar numa Conferência subordinada ao tema “Testemunho Católico do professor na sala de aula”, no dia 5 de maio, sábado, às 15:30 no Centro Paroquial da Praia.
Agradecemos desde já a vossa presença.

terça-feira, 24 de abril de 2018

Mensagem do Pe. Zé Álvaro para o Dia do Professor Cabo-verdiano

FELIZ A NAÇÃO QUE PODE CONTAR COM MUITOS E BONS PROFESSORES E OS VALORIZA TODOS OS DIAS DO ANO

Caros professores de Cabo Verde

Uma sociedade que se preze, deve valorizar sempre os professores. são eles que, com a família, determinam o futuro de um país.
Uma sociedade que não valoriza adequadamente e sempre os seus professores, está destinada a um eterno sub-subdesenvolvimento intelectual, social, mental e espiritual! A classe (A ORDEM) dos professores devia ser a mais reconhecida duma nação justa e com visão de futuro.
Escolas já temos. E muitas. A qualidade precisa ser sempre cada dia superada.. Para além dos edifícios e equipamentos que o país construiu, a preocupação maior seja a valorização dos professores. Que a Nação cabo-verdiana, tão devedora a tantos heróicos professores de todos os tempos, preste a devida homenagem a tantos professores-Mestres de um povo cuja maior riqueza são os seus recursos humanos.
Que transmitam conhecimentos e valores.
Viva a classe tão nobre dos Professores deste país !
Deus a todos abençoe, abundantemente, todos os professores e faça render o fruto do seu empenho.

Padre Álvaro
(Reitor do Seminário de S. José)

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2018

MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO
PARA A QUARESMA DE 2018
«Porque se multiplicará a iniquidade,
vai resfriar o amor de muitos» (
Mt 24, 12)

Amados irmãos e irmãs!
Mais uma vez vamos encontrar-nos com a Páscoa do Senhor! Todos os anos, com a finalidade de nos preparar para ela, Deus na sua providência oferece-nos a Quaresma, «sinal sacramental da nossa conversão»,[1] que anuncia e torna possível voltar ao Senhor de todo o coração e com toda a nossa vida.
Com a presente mensagem desejo, este ano também, ajudar toda a Igreja a viver, neste tempo de graça, com alegria e verdade; faço-o deixando-me inspirar pela seguinte afirmação de Jesus, que aparece no evangelho de Mateus: «Porque se multiplicará a iniquidade, vai resfriar o amor de muitos» (24, 12).
Esta frase situa-se no discurso que trata do fim dos tempos, pronunciado em Jerusalém, no Monte das Oliveiras, precisamente onde terá início a paixão do Senhor. Dando resposta a uma pergunta dos discípulos, Jesus anuncia uma grande tribulação e descreve a situação em que poderia encontrar-se a comunidade dos crentes: à vista de fenómenos espaventosos, alguns falsos profetas enganarão a muitos, a ponto de ameaçar apagar-se, nos corações, o amor que é o centro de todo o Evangelho.
Os falsos profetas
Escutemos este trecho, interrogando-nos sobre as formas que assumem os falsos profetas?
Uns assemelham-se a «encantadores de serpentes», ou seja, aproveitam-se das emoções humanas para escravizar as pessoas e levá-las para onde eles querem. Quantos filhos de Deus acabam encandeados pelas adulações dum prazer de poucos instantes que se confunde com a felicidade! Quantos homens e mulheres vivem fascinados pela ilusão do dinheiro, quando este, na realidade, os torna escravos do lucro ou de interesses mesquinhos! Quantos vivem pensando que se bastam a si mesmos e caem vítimas da solidão!
Outros falsos profetas são aqueles «charlatães» que oferecem soluções simples e imediatas para todas as aflições, mas são remédios que se mostram completamente ineficazes: a quantos jovens se oferece o falso remédio da droga, de relações passageiras, de lucros fáceis mas desonestos! Quantos acabam enredados numa vida completamente virtual, onde as relações parecem mais simples e ágeis, mas depois revelam-se dramaticamente sem sentido! Estes impostores, ao mesmo tempo que oferecem coisas sem valor, tiram aquilo que é mais precioso como a dignidade, a liberdade e a capacidade de amar. É o engano da vaidade, que nos leva a fazer a figura de pavões para, depois, nos precipitar no ridículo; e, do ridículo, não se volta atrás. Não nos admiremos! Desde sempre o demónio, que é «mentiroso e pai da mentira» (Jo 8, 44), apresenta o mal como bem e o falso como verdadeiro, para confundir o coração do homem. Por isso, cada um de nós é chamado a discernir, no seu coração, e verificar se está ameaçado pelas mentiras destes falsos profetas. É preciso aprender a não se deter no nível imediato, superficial, mas reconhecer o que deixa dentro de nós um rasto bom e mais duradouro, porque vem de Deus e visa verdadeiramente o nosso bem.
Um coração frio
Na Divina Comédia, ao descrever o Inferno, Dante Alighieri imagina o diabo sentado num trono de gelo;[2] habita no gelo do amor sufocado. Interroguemo-nos então: Como se resfria o amor em nós? Quais são os sinais indicadores de que o amor corre o risco de se apagar em nós?
O que apaga o amor é, antes de mais nada, a ganância do dinheiro, «raiz de todos os males» (1 Tm 6, 10); depois dela, vem a recusa de Deus e, consequentemente, de encontrar consolação n'Ele, preferindo a nossa desolação ao conforto da sua Palavra e dos Sacramentos.[3] Tudo isto se permuta em violência que se abate sobre quantos são considerados uma ameaça para as nossas «certezas»: o bebé nascituro, o idoso doente, o hóspede de passagem, o estrangeiro, mas também o próximo que não corresponde às nossas expetativas.
A própria criação é testemunha silenciosa deste resfriamento do amor: a terra está envenenada por resíduos lançados por negligência e por interesses; os mares, também eles poluídos, devem infelizmente guardar os despojos de tantos náufragos das migrações forçadas; os céus – que, nos desígnios de Deus, cantam a sua glória – são sulcados por máquinas que fazem chover instrumentos de morte.
E o amor resfria-se também nas nossas comunidades: na Exortação apostólica Evangelii gaudium procurei descrever os sinais mais evidentes desta falta de amor. São eles a acédia egoísta, o pessimismo estéril, a tentação de se isolar empenhando-se em contínuas guerras fratricidas, a mentalidade mundana que induz a ocupar-se apenas do que dá nas vistas, reduzindo assim o ardor missionário.[4]
Que fazer?
Se porventura detetamos, no nosso íntimo e ao nosso redor, os sinais acabados de descrever, saibamos que, a par do remédio por vezes amargo da verdade, a Igreja, nossa mãe e mestra, nos oferece, neste tempo de Quaresma, o remédio doce da oração, da esmola e do jejum.
Dedicando mais tempo à oração, possibilitamos ao nosso coração descobrir as mentiras secretas, com que nos enganamos a nós mesmos,[5] para procurar finalmente a consolação em Deus. Ele é nosso Pai e quer para nós a vida.
A prática da esmola liberta-nos da ganância e ajuda-nos a descobrir que o outro é nosso irmão: aquilo que possuo, nunca é só meu. Como gostaria que a esmola se tornasse um verdadeiro estilo de vida para todos! Como gostaria que, como cristãos, seguíssemos o exemplo dos Apóstolos e víssemos, na possibilidade de partilhar com os outros os nossos bens, um testemunho concreto da comunhão que vivemos na Igreja. A este propósito, faço minhas as palavras exortativas de São Paulo aos Coríntios, quando os convidava a tomar parte na coleta para a comunidade de Jerusalém: «Isto é o que vos convém» (2 Cor 8, 10). Isto vale de modo especial na Quaresma, durante a qual muitos organismos recolhem coletas a favor das Igrejas e populações em dificuldade. Mas como gostaria também que no nosso relacionamento diário, perante cada irmão que nos pede ajuda, pensássemos: aqui está um apelo da Providência divina. Cada esmola é uma ocasião de tomar parte na Providência de Deus para com os seus filhos; e, se hoje Ele Se serve de mim para ajudar um irmão, como deixará amanhã de prover também às minhas necessidades, Ele que nunca Se deixa vencer em generosidade?[6]
Por fim, o jejum tira força à nossa violência, desarma-nos, constituindo uma importante ocasião de crescimento. Por um lado, permite-nos experimentar o que sentem quantos não possuem sequer o mínimo necessário, provando dia a dia as mordeduras da fome. Por outro, expressa a condição do nosso espírito, faminto de bondade e sedento da vida de Deus. O jejum desperta-nos, torna-nos mais atentos a Deus e ao próximo, reanima a vontade de obedecer a Deus, o único que sacia a nossa fome.
Gostaria que a minha voz ultrapassasse as fronteiras da Igreja Católica, alcançando a todos vós, homens e mulheres de boa vontade, abertos à escuta de Deus. Se vos aflige, como a nós, a difusão da iniquidade no mundo, se vos preocupa o gelo que paralisa os corações e a ação, se vedes esmorecer o sentido da humanidade comum, uni-vos a nós para invocar juntos a Deus, jejuar juntos e, juntamente connosco, dar o que puderdes para ajudar os irmãos!
O fogo da Páscoa
Convido, sobretudo os membros da Igreja, a empreender com ardor o caminho da Quaresma, apoiados na esmola, no jejum e na oração. Se por vezes parece apagar-se em muitos corações o amor, este não se apaga no coração de Deus! Ele sempre nos dá novas ocasiões, para podermos recomeçar a amar.
Ocasião propícia será, também este ano, a iniciativa «24 horas para o Senhor», que convida a celebrar o sacramento da Reconciliação num contexto de adoração eucarística. Em 2018, aquela terá lugar nos dias 9 e 10 de março – uma sexta-feira e um sábado –, inspirando -se nestas palavras do Salmo 130: «Em Ti, encontramos o perdão» (v. 4). Em cada diocese, pelo menos uma igreja ficará aberta durante 24 horas consecutivas, oferecendo a possibilidade de adoração e da confissão sacramental.
Na noite de Páscoa, reviveremos o sugestivo rito de acender o círio pascal: a luz, tirada do «lume novo», pouco a pouco expulsará a escuridão e iluminará a assembleia litúrgica. «A luz de Cristo, gloriosamente ressuscitado, nos dissipe as trevas do coração e do espírito»,[7] para que todos possamos reviver a experiência dos discípulos de Emaús: ouvir a palavra do Senhor e alimentar-nos do Pão Eucarístico permitirá que o nosso coração volte a inflamar-se de fé, esperança e amor.
Abençoo-vos de coração e rezo por vós. Não vos esqueçais de rezar por mim.
Vaticano, 1 de Novembro de 2017
Solenidade de Todos os Santos

Francisco