quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Associação celebra missa em saudação ao novo ano letivo

Neste domingo, 25 de setembro, a APC celebrou uma missa em saudação ao novo ano letivo, na Igreja Matriz da Praia, missa essa que contou com a celebração do bispo da  Diocese de Santiago, com as honrosas presenças do ministro do Ensino Superior, Inovação e Ciência, delegada do ministério da Educação, em representação da ministra da tutela, Primeira Dama, professores da associação, alunos e de muitos outros professores nessa que foi uma celevbração transmitida em direto para todo o pa]is pela TCV.
Um bom ano letivo a todos.
Um obrigado a todos os envolvidos

sábado, 24 de setembro de 2011

Reflexão das leituras do XXVI domingo - Ano A

SIM, PaiCelebramos hoje o "Dia Nacional da Bíblia"...
no último domingo de setembro,
em homenagem a São Jerônimo (30/09),
que dedicou 35 anos de sua vida na tradução da Bíblia...
A melhor homenagem à Bíblia é ler, estudar... e sobretudo VIVER...
Diante da Palavra de Deus, podemos dizer SIM,
assumindo um compromisso coerente ou evitar qualquer compromisso.
Na 1ª Leitura, Ezequiel convida os israelitas exilados na Babilônia
a viverem com coerência o Sim dado ao Senhor e à Aliança. (Ez 18,25-28)
Na 2ª Leitura, Paulo apresenta o exemplo de Jesus:
despoja-se da condição divina, assume a condição humana
e diz "SIM" ao Pai até a morte de Cruz. (Fl 2,1-11)
O Evangelho fala de dois tipos de SIM. (Mt 21,28-32)
Continuamos a refletir sobre a Igreja, "Vinha do Senhor".
Vimos já que todos somos chamados a trabalhar na vinha do Senhor...
Hoje veremos qual pode ser a nossa resposta a esse chamado...
Com a Parábola, Jesus ilustra duas atitudes diversas:
Ao Pai que convida os dois filhos a trabalharem na Vinha,
o primeiro se nega no começo, mas depois acaba indo...
o segundo responde Sim, Pai, mas depois não vai.
E a parábola questiona: "Qual dos dois fez a vontade do Pai?"
A resposta é clara: Não quem DISSE "Sim",
mas quem FEZ a vontade do Pai.
* A Parábola tinha endereço certo:
Os dois filhos representam dois grupos do tempo de Jesus:
Os "pecadores inveterados" e os "justos estabelecidos".
- Os judeus eram os "justos estabelecidos", fiéis praticantes da Lei,
que há séculos tinham dito o seu SIM a Deus pela Aliança,
e agora rejeitavam o Cristo, enviado de Deus e ficavam fora do Reino...
O modo como viviam o seu "Sim" à Lei
os levou a dizer "Não" ao Evangelho.
- Os "pecadores inveterados" eram os cobradores de impostos e as prostitutas,
que por muito tempo disseram NÃO à vontade de Deus expressa na lei,
mas agora acabavam dizendo "SIM" ao apelo de Jesus e
entravam no Reino, seguindo a sua proposta.
É interessante notar que essa parábola só foi narrada por Mateus,
um cobrador de impostos, antes considerado um pecador público e
agora um discípulo ardoroso de Cristo.
+ O que a PARÁBOLA nos diz HOJE?
Também em nossos dias, Deus continua tendo dois filhos:
- Alguns, no Batismo, dizem "Sim", mas depois, na vida concreta,
transformam o "Sim" em muitos "Não".
- Outros nunca disseram um "Sim" explícito para Deus,
mas, na prática de cada dia, amam o irmão, se sacrificam pelos outros,
executam muitas obras de caridade.
Estes, ainda que não batizados, são verdadeiros Filhos de Deus...
"Nisto conhecerão que sois meus discípulos,
se vos amardes uns aos outros como eu vos amei..."
- Hoje muitos, que se dizem católicos, afirmam: Cristo SIM, Igreja NÃO.
Não é possível ser CRISTÃO, prescindindo da IGREJA.
Somos cristãos pela graça de Deus e essa graça nós a recebemos na Igreja,
fundada por Jesus, como sacramento universal de salvação,
como fonte e sinal do favor de Deus à humanidade
como povo eleito, organizado e unido na comunhão da caridade
sob a animação pastoral dos apóstolos e dos sucessores.
* É inútil ter dito "Sim" para Deus no dia do Batismo,
se em seguida, durante a vida vão sendo revogadas as promessas.
A Vida inteira deve ser um "Sim" permanente ao Senhor.
"É melhor ser cristão sem dizê-lo, que o dizer sem sê-lo".
- A que grupo pertencemos? A que filho nos assemelhamos?
Ao primeiro, ao segundo? Ou um pouco de cada?
Ou seria melhor que fôssemos como o terceiro filho,
do qual a parábola não fala: aquele que diz "Sim" e vai mesmo!
+ Todos são chamados a trabalhar na vinha do Pai.
Ninguém está dispensado de colaborar com Deus na construção
de um mundo mais humano, mais justo, mais verdadeiro, mais fraterno.
Os chamados de Deus, nós os conhecemos pela sua Palavra,
contida na BÍBLIA, cujo dia hoje comemoramos.
+ Qual é a nossa resposta à Palavra de Deus?
- SIM, nós compramos a Bíblia e a colocamos num lugar nobre da casa,
mas NÃO a lemos, muito menos nos esforçamos em vivê-la?
- Aceitamos toda a Bíblia, sem preconceitos e sem interesses...
também os pontos que nos questionam e nos comprometem:
Ou, isso Sim, isso Não!... Batismo sim, Casamento não...
Ela nos garante:
"Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática..."
Façamos nossa Profissão de fé = nosso SIM à PALAVRA DE DEUS...
De mão estendida para a Bíblia: cantemos:
"Creio, Senhor, mas aumentai a minha fé..."

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 25.09.2011

XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano A

Roteiro Homilético – XXVI Domingo do Tempo Comum – Ano A


RITOS INICIAIS

Dan 3, 31.29.30.43.42

ANTÍFONA DE ENTRADA: Vós sois justo, Senhor, em tudo o que fizestes. Pecámos contra Vós, não observámos os vossos mandamentos. Mas para glória do vosso nome, mostrai-nos a vossa infinita misericórdia.

Introdução ao espírito da Celebração

Cumprir a vontade de Deus não significa ter uma prática mais ou menos ritual ou de legalidade. A vontade de Deus somente é efectuada quando satisfazemos o preceito do amor para com os nossos irmãos.
Já paramos um pouco para pensar nas nossas atitudes? Serão verdadeiramente cristãs ou adoptaremos dupla posição? Estaremos em conformidade com esse mandamento ou fixámo-nos apenas na realização de alguns costumes ditos religiosos, mas ocos, que nada condizem com o verdadeiro cristianismo?
Nós somos frágeis e nem sempre actuamos segundo a vontade de Deus, recolhamo-nos um pouco, estudemos a nossa vida do dia-a-dia e peçamos perdão ao Senhor pelas incoerências encontradas.

ORAÇÃO COLECTA: Senhor, que dais a maior prova do vosso poder quando perdoais e Vos compadeceis, infundi sobre nós a vossa graça, para que, correndo prontamente para os bens prometidos, nos tornemos um dia participantes da felicidade celeste. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura

Monição: Nesta leitura, o profeta Ezequiel confronta o nosso modo de avaliar com a maneira como Deus procede. Deus pretende corrigir os nossos planos simplistas de qualificarmos as pessoas, ou de as fazermos joguetes da desventura. Este trecho ajudar-nos-á a vencer o fatalismo pagão e a adoptar com confiança as nossas responsabilidades.
Ezequiel 18, 25-28

Eis o que diz o Senhor: 25«Vós dizeis: ‘A maneira de proceder do Senhor não é justa’. Escutai, casa de Israel: Será a minha maneira de proceder que não é justa? Não será antes o vosso modo de proceder que é injusto? 26Quando o justo se afastar da justiça, praticar o mal e vier a morrer, morrerá por causa do mal cometido. 27Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar o direito e a justiça, salvará a sua vida. 28Se abrir os seus olhos e renunciar às faltas que tiver cometido, há-de viver e não morrerá».

A leitura é tirada da secção do livro que contém uma série de oráculos contra Judá e Jerusalém (Ez 4 – 24. O profeta não se cansa de sublinhar a responsabilidade individual e a necessidade e o valor da conversão individual e a esperança na clemência divina; o pecador que se arrepende «há-de viver e não morrerá» (v. 28).

Salmo Responsorial


Sl 24 (25), 4-5.6-7.8-9 (R. 6a)


Monição: Quando, em momentos de indecisão, não sabemos a melhor maneira de agir, poderemos rezar este salmo. Com ele suplicamos ao Senhor que nos auxilie a encontrar o Seu caminho e o rumo correcto a preferir. Pensemos bem no conteúdo desta respeitosa oração.
Refrão: LEMBRAI-VOS, SENHOR, DA VOSSA MISERICÓRDIA.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,
ensinai-me as vossas veredas.
Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,
porque Vós sois Deus, meu Salvador:
em vós espero sempre.
Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias
e das vossas graças que são eternas.
Não recordeis as minhas faltas
e os pecados da minha juventude.
Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,
por causa da vossa bondade, Senhor.
O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.

Segunda Leitura*

Monição: Esta segunda leitura constitui um persistente apelo à união e à caridade como imagem dos sentimentos e atitudes do próprio Jesus Cristo. Importa assimilá-lo e pô-lo em prática na nossa vida e nas nossas comunidades.

* O texto entre parêntesis pertence à forma longa e pode ser omitido.

Forma longa: Filipenses 2, 1-11 Forma breve: Filipenses 2, 1-5

Irmãos: 1Se há em Cristo alguma consolação, algum conforto na caridade, se existe alguma consolação nos dons do Espírito Santo, alguns sentimentos de ternura e misericórdia, 2então, completai a minha alegria, tendo entre vós os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração. 3Não façais nada por rivalidade nem por vanglória; mas, com humildade, considerai os outros superiores a vós mesmos, 4sem olhar cada um aos seus próprios interesses, mas aos interesses dos outros.5Tende em vós os mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus.
[6Cristo Jesus, que era de condição divina, não Se valeu da sua igualdade com Deus, mas aniquilou-Se a Si próprio. 7Assumindo a condição de servo, tornou-Se semelhante aos homens. Aparecendo como homem, 8humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. 9Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, 10para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem no céu, na terra e nos abismos, 11e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.]

É este um dos mais preciosos textos paulinos: o entranhável apelo à caridade – união fraterna e espírito de serviço – é alicerçado na humildade, a exemplo de Cristo, que, sem deixar de ser Deus, tomou a condição de servo, a fim de nos poder servir.
Ver notas supra, para a 2ª leitura da Festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de Setembro).
Aclamação ao Evangelho


Jo 10, 27
Monição: Para Jesus não existe povo anónimo. Ele conhece cada um de nós pelo nome. Ao ouvirmos a Sua voz devemos escutar o Seu chamamento e segui-l’O sem indecisão, conforme as promessas feitas quando fomos baptizados.
ALELUIA

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, diz o Senhor; Eu conheço-as e elas seguem-Me.

Evangelho

São Mateus 21, 28-32

Naquele tempo, disse Jesus aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo: 28«Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Foi ter com o primeiro e disse-lhe: ‘Filho,vai hoje trabalhar na vinha’. 29Mas ele respondeu-lhe: ‘Não quero’. Depois, porém, arrependeu-se e foi. 30O homem dirigiu-se ao segundo filho e falou-lhe do mesmo modo. Ele respondeu: ‘Eu vou, Senhor’. Mas de facto não foi. 31Qual dos dois fez a vontade ao pai?» Eles responderam-Lhe: «O primeiro». Jesus disse-lhes: «Em verdade vos digo: Os publicanos e as mulheres de má vida irão diante de vós para o reino de Deus. 32João Baptista veio até vós, ensinando-vos o caminho da justiça, e não acreditastes nele; mas ospublicanos e as mulheres de má vida acreditaram. E vós, que bem o vistes, não vos arrependestes, acreditando nele».

A parábola dos dois filhos, que é contada apenas no Primeiro Evangelho, pertence ao conjunto das controvérsias de Jesus com os judeus, que S. Mateus agrupa no ministério de Jesus em Jerusalém, capítulos 21-23, a partir de Mt 21, 23. A parábola visaria particularmente os fariseus, que se ufanavam da exacta fidelidade à Lei, aqui representados pelo filho que diz «eu vou», mas que na realidade não faz a vontade de seu pai; também eles ficavam só em palavras e exterioridades. Jesus, por outro lado, põe em evidência que a conversão é possível e que os maiores pecadores, através da penitência, se podem tornar santos de primeira categoria. Para os fariseus, «ospublicanos e as mulheres de má vida» (vv. 31-32) eram dos pecadores mais abomináveis. Note-se que nunca se nomeiam as prostitutas entre as pessoas que seguiam na companhia de Jesus, mas apenas se diz que «acreditaram» (v. 32) e irão diante dos príncipes dos sacerdotes e dos anciãos do povo para o reino de Deus (v. 31), o que põe em evidência tanto o valor da conversão, como a misericórdia do coração de Cristo.
Sugestões para a homilia
As incoerências religiosas
A necessidade de conversão
O apelo de S. Paulo

As incoerências religiosas

Nesta parábola dos dois filhos, hoje escutada, somos confrontados com posições muito reais que se podem encarar como a repetição das nossas próprias incoerências.

Descobrimos três pessoas: um pai e dois filhos. Naturalmente identificamos o pai com Deus; o primeiro filho com Israel, o povo eleito; o segundo com os gentios, os não pertencentes ao povo israelita, mas que se converteram e foram os primeiros a labutar na «vinha».

A parábola inicialmente pode parecer-nos perturbadora. Todavia, Jesus vem avaliar a nossa franqueza e a nossa lealdade. Ainda hoje Deus continua a ter dois filhos: na Igreja, nas nossas comunidades cristãs, no mundo… subsistem sempre os dois filhos. Uns solicitam o Baptismo, dizem «sim», mas, logo, na vida real, o seu «sim» é mudado em muitos «nãos». Porém, existem muitas pessoas que nunca aceitaram claramente a Deus, mas na sua experiência diária amam o irmão, dedicam-se aos outros, praticam desprendidamente a caridade.

Sob uma fictícia teimosia, pode existir um verdadeiro amor que no instante próprio se exterioriza francamente. No oposto, certas formas de obediência podem constituir apenas desinteresse, por falta de amor autêntico. É o facto das pessoas que pronunciam sempre «sim», porque não são capazes de dizer «não»: verdadeiramente nunca passam das palavras às obras, não sentem necessidade de conversão.
A necessidade de conversão

Jesus, como desfecho da parábola, pôs em confrontação a disposição dos filhos do Povo Eleito com a dos pagãos. De igual modo, o profeta Ezequiel – como escutamos na primeira leitura - comparou o modo de julgar do povo israelita com a maneira como Deus procede. Ninguém acarreta os delitos dos outros. Pelo brado do profeta, Deus pretende repreender os esquemas simplistas com que, às vezes, classificamos sem recurso as pessoas, ou as fazemos joguetes das desgraças. Para Deus todo o homem, mesmo grande pecador, tem capacidade de se converter, como também aquele que se acha bom e justo, pode cair. O Senhor conhece-nos bem e espera que empreguemos conscientemente a nossa autonomia.

As palavras do profeta, confirmadas pelas sentenças de Jesus no final da parábola, são palavras fortes, que encerram uma denúncia sempre actual. Devemos pensar séria e autenticamente sobre elas, para ver qual é a nossa forma de agir: se copiamos os que se pensam bons e não fazem nenhuma tentativa por se converterem, ou se respeitosamente nos identificamos pecadores e com mansidão nos convertemos ao Senhor, consoante o apelo de S. Paulo.
O apelo de S. Paulo
A segunda leitura vem fortalecer as duas leituras antecedentes. A comunidade de Filipos era admirável e Paulo vangloriava-se dela. Mas lá, como também acontece nas nossas melhores comunidades, havia a dificuldade da inveja entre cristãos. Existia quem desejasse distinguir-se, não olhando ao estilo como agia, pretendendo ter o encargo de alguma função a seus olhos relevante (a proclamação da Palavra durante as celebrações litúrgicas, a administração dos bens da comunidade, a organização da vida comunitária, a responsabilidade pelos cânticos…). É verdade que aspiravam a tais incumbências para ajudar os irmãos, mas também para afirmação própria, para mandar, para se exibirem.

Paulo, que sempre guardara muito afecto pelos Filipenses, pede-lhes que lhe dêem a imensa alegria de conviverem sem interesse, sem espírito de preponderância, mas unidos em efectiva caridade, não pretendendo o próprio proveito, mas o dos outros. O Apóstolo não se apraz em aconselhar: alude ao modelo, Jesus Cristo, e pede que nas relações recíprocas retratem a sensibilidade e maneiras de Jesus.

Tomara que com a reflexão destes textos, escritos há mais de dois mil anos, mas actuais, consigamos corrigir alguma postura menos correcta que em nós ainda persista, a fim de sermos verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, presente através de cada um de nós, no mundo de hoje.
LITURGIA EUCARÍSTICA

ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS: Deus de misericórdia infinita, aceitai esta nossa oblação e fazei que por ela se abra para nós a fonte de todas as bênçãos. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
SANTO

Monição da Comunhão

Que a comunhão do vosso Corpo, que vamos receber, nos auxilie a não nos atraiçoarmos a nós mesmos executando normas vazias de conteúdo, mas nos amplie a inclinação para acolher o dom de Deus sabendo-o pôr em prática no serviço generoso e desinteressado à nossa comunidade e a todos os irmãos.

Salmo 118, 9-5

ANTÍFONA DA COMUNHÃO: Senhor, lembrai-Vos da palavra que destes ao vosso servo. A consolação da minha amargura é a esperança na vossa promessa.
Ou
1 Jo 3, 16
Nisto conhecemos o amor de Deus: Ele deu a vida por nós; também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos.

ORAÇÃO DEPOIS DA COMUNHÃO: Fazei, Senhor, que este sacramento celeste renove a nossa alma e o nosso corpo, para que, unidos a Cristo neste memorial da sua morte, possamos tomar parte na sua herança gloriosa. Ele que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

RITOS FINAIS
Monição final
 Fomos hoje convidados a converter a nossa forma de actuar como sendo o terceiro filho de que não fala a parábola. Esse filho é aquele que diz «sim» e vai mesmo trabalhar desapaixonadamente na vinha do Senhor. Que assim suceda no nosso dia-a-dia.
Celebração e Homilia: ANTÓNIO E. PORTELA
Nota Exegética: GERALDO MORUJÃO
Sugestão Musical: DUARTE NUNO ROCHA

Fonte: http://www.presbiteros.com.br/

Missa em saudação ao novo ano letivo

ASSOCIAÇÃO DOS PROFESSORES CATÓLICOS

CONVITE

     A Associação dos Professores de Cabo Verde tem a honra de convidar o(a) Exmo(a). Sr(a). Diretora da escola e os seus professores a participarem numa eucaristia Solene presidida pelo Bispo de Santiago no próximo domingo, dia 25, às 10:30 na Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça, rezando pelo amor e paz nas nossas escolas em saudação ao início do ano letivo 2011/2012.

     Queira ainda representar a sua escola no acto com um aluno devidamente identificado.

Com as saudações,

A Presidente,
______________________
/Maria de Fátima Sanches/

sábado, 17 de setembro de 2011

Reflexão das leituras deste domingo / 18/09/2011

Na Vinha

A Liturgia nos leva a refletir novamente sobre a Igreja, na qual somos convidados a trabalhar.
Qual será o critério de Deus no "pagamento" pelo trabalho nela realizado.
As leituras bíblicas nos dão a resposta.
Na 1ª Leitura, Isaías afirma que o jeito de Deus ser é muito diferente de como nós o imaginamos. Deus não pensa como nós.
Ele não julga pela quantidade, mas pela qualidade com que se faz. (Is 55,6-9)

A 2ª Leitura apresenta o testemunho de Paulo, que fez de Cristo o centro de sua vida.
"Para mim o viver é Cristo, e o morrer um lucro". (Fl 1,20c-24.27a)

O Evangelho destaca que Deus chama à Salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, ou os créditos pelo trabalho realizado. (Mt 20,1-16)
A Parábola da VINHA é exclusiva de Mateus:
- Um patrão contrata trabalhadores para a sua vinha, em vários momentos.
- No final do dia, paga uma diária completa a todos.
- Os primeiros "murmuram, reclamando indignados:
"Eles trabalharam apenas uma hora, e tu os igualaste a nós".
- O dono da vinha responde ao primeiro descontente:
"Não sou injusto contigo. Não tinhas combinado comigo uma diária?
Estás com inveja, porque eu sou bom?"
* Os murmuradores eram os escribas e fariseus que confiavam em seus créditos.
Deus não é um negociante que contabiliza os créditos dos homens para depois lhes pagar conforme a quantia produzida.
A Salvação é mais obra de Deus do que merecimento do homem.
Deus é um Pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e sobre todos derrama o seu amor. Ele nos dá muito mais do que merecemos...

O que a PARÁBOLA queria dizer?
+ Para Jesus, que era criticado porque acolhia os pecadores e os publicanos,
- os primeiros chamados foram os judeus, como povo escolhido e herdeiro das promessas do Antigo Testamento;
- os últimos: os pecadores, que, convidados por ele, também entraram no ambiente da misericórdia de Deus.

* O Reino de Deus é para todos; não há excluídos, indignos, desclassificados.
Para Deus há pessoas a quem ele ama, a quem ele oferece a salvação e a quem ele convida para trabalhar na sua vinha. A única coisa realmente decisiva é se os convidados aceitam ou não trabalhar na sua vinha.

+ Para Mateus, que escrevia para judeus convertidos ao cristianismo,
- os primeiros trabalhadores chamados eram os cristãos oriundos do judaísmo;
- os últimos eram os não-judeus, isto é, todos os homens.

* Para Deus, não há Judeus ou gregos, escravos ou livres,
cristãos da primeira hora ou da última hora.
Não há graus de antiguidade, de raça, de classe social, de merecimento…
Todos são filhos amados do mesmo Pai.

+ Para nós, Cristo continua convidando: "Ide também vós para a minha vinha".
- muitos ouviram o chamado de Deus logo no alvorecer de sua existência;
- outros escutaram este apelo no vigor da juventude;
- outros apenas na idade madura ou bastante avançada...
Deus não pensa como nós, Deus não olha o tempo...
mas a atitude pronta e generosa de nossa resposta...
Não remunera pela eficiência, mas pela necessidade...
Mede muito mais pelo amor, do que pelo produto do mesmo.

- Diante da recompensa gratuita e universal de Deus, qual a nossa atitude?
- nos alegramos com o amor de Deus que acolhe a todos?
- ou nos deixamos levar por sentimentos de inveja ou ciúmes?
- ou nos consideramos merecedores de direitos, ou "privilégios"?
- Como explicar essa aparente injustiça de Deus?
Humanamente é difícil entender... só entenderemos numa visão de fé.
Quem trabalha para o Reino de Deus, deve fazê-lo por amor.
E quando alguém faz por amor não se interessa pela recompensa...
pelos elogios... pelo pagamento...
A fidelidade ao Senhor já é uma recompensa....
Sem dúvida, Deus nos dá muito mais que merecemos,
* Que pensar dos que se sentem "donos" da Comunidade
porque estão há mais tempo do que os outros,
ou porque contribuíram para a Comunidade mais do que os outros?
Na Comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a posição hierárquica, não servem para garantir direitos, privilégios ou superioridade...
Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e
todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.
+ Se na Vinha do Senhor há lugar para todos,
por que muitas pessoas continuam "desempregadas"?
- Será que não há trabalho para elas?
- Será que não tiveram oportunidade, "porque ninguém as contratou"?
- Será que elas se acomodaram, não querendo compromisso?

+ Deus não quer ninguém desocupado.
Cristo continua convidando: "Ide também vós para a minha vinha!..."
- Qual será a nossa resposta ao chamado de Deus?
- Qual é o nosso lugar na vinha do Senhor.

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 18.09.2011

Fonte: http://www.buscandonovasagguas.com/

17 de setembro: Evangelho do dia

Evangelho do dia

Evangelho segundo São Lucas 8,4-15

Sábado, 17 de Setembro de 2011.

SANTO DO DIA: São Roberto Belarmino, Bispo e doutor da Igreja; São Pedro Arbués, presbítero e mártir; Santa Hildegarda, Virgem

Primeira Leitura: Primeira carta aTimóteo 6,13-16

Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo:

Caríssimo: 13Diante de Deus, que dá a vida a todas as coisas, e de Cristo Jesus, que deu o bom testemunho da verdade perante Pôncio Pilatos, eu te ordeno: 14guarda o teu mandato íntegro e sem mancha até à manifestação gloriosa de nosso Senhor Jesus Cristo. 15Esta manifestação será feita no tempo oportuno pelo bendito e único Soberano, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, 16o único que possui a imortalidade e que habita numa luz inacessível, que nenhum homem viu, nem pode ver. A ele, honra e poder eterno. Amém.

- Palavra do Senhor.

- Graças a Deus

Salmo 99

Aclamai o Senhor, ó terra inteira, servi ao Senhor com alegria, ide a ele cantando jubilosos!

R: Com canto apresentai-vos diante do Senhor!

Sabei que o Senhor, só ele, é Deus, Ele mesmo nos fez, e somos seus, nós somos seu povo e seu rebanho.

R: Com canto apresentai-vos diante do Senhor!

Entrai por suas portas dando graças, e em seus átrios com hinos de louvor; dai-lhe graças, seu nome bendizei!

R: Com canto apresentai-vos diante do Senhor!

Sim, é bom o Senhor e nosso Deus, sua bondade perdura para sempre, seu amor é fiel eternamente!

R: Com canto apresentai-vos diante do Senhor!

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8,4-15

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas:

Naquele tempo: 4Reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola: 5'O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os pássaros do céu a comeram. 6Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos cresceram juntos, e a sufocaram. 8Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um.' Dizendo isso, Jesus exclamou: 'Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.' 9Os discípulos lhe perguntaram o significado dessa parábola. 10Jesus respondeu: 'A vós foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas aos outros, só por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam. 11A parábola quer dizer o seguinte: A semente é a Palavra de Deus. 12Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram, mas, depois, vem o diabo e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem e não se salvem. 13Os que estão sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria. Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14Aquilo que caiu entre os espinhos são os que ouvem, mas, com o passar do tempo, são sufocados pelas preocupações, pela riqueza e pelos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15E o que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.

- Palavra da Salvação.

- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Santo Amadeu de Lausana

(1108-1159), monge cisterciense, mais tarde bispo - Homilias Marianas, n.º 6, SC 72

«Deu fruto centuplicado»
Lançado à terra, morreu e deu muito fruto (Jo 12, 24). Deixou-Se lançar como a semente para recolher, em colheita, o género humano. Feliz o ventre de Maria, onde uma tal semente germinou! Feliz aquela a quem foi dito: «O teu ventre é monte de trigo, todo cercado de lírios» (Ct 7, 3). Com efeito, não será monte de trigo esse ventre da Virgem, que se dilatou pela acção d'Aquele que nele foi lançado, e no qual cresceu toda a colheita dos resgatados? Sim, mortos para o pecado desde a fonte baptismal pelo banho da regeneração, renascemos em Cristo a fim de vivermos n'Aquele que por nós morreu. Por isso diz o Apóstolo Paulo: «Todos os que fostes baptizados em Cristo, revestistes-vos de Cristo» (Gl 3, 27). De um só grão nascido da Virgem Maria provém assim uma colheita inumerável.

Por isso se chama monte de trigo, não tanto por causa do número de resgatados, mas pela força da semente e da eficácia do semeador, mais do que pela multiplicidade dos recolhidos. [...] Ele é teu filho, Maria! Foi Ele Quem ao terceiro dia por ti ressuscitou dos mortos e na tua carne subiu acima dos céus para reconciliar todas as coisas. Por isso, ó bem-aventurada!, és a detentora de toda a alegria, pois recebeste em partilha o fruto da tua vontade e a coroa da tua cabeça. [...] Alegra-te e exulta, pois Aquele que é a tua glória ressuscitou. Tu, que te alegraste com a Sua concepção e te afligiste na Sua Paixão, rejubila agora com a Sua Ressurreição e ninguém poderá tirar-te a tua alegria, porque Cristo ressuscitado já não morrerá mais, a morte não tem poder algum sobre Ele (Rm 6,
Fonte: http://arautos.org/

Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011: Santo do dia: São Cornélio, Papa; São João Macías, religioso

Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011:

SANTO DO DIA: São Cornélio, Papa; São João Macías, religioso

Evangelho do dia: 16 de setembro de 2011

Evangelho segundo São Lucas 8,1-3


Naquele tempo: 4Reuniu-se uma grande multidão, e de todas as cidades iam ter com Jesus. Então ele contou esta parábola: 5'O semeador saiu para semear a sua semente
Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011.
SANTO DO DIA: São Cornélio, Papa; São João Macías, religioso
Primeira Leitura: Primeira carta a Timóteo 6, 2-12
Leitura da Primeira Carta de São Paulo a Timóteo:
Caríssimos, 2E os que têm patrões que abraçaram a fé, nem por isto os menosprezem, sob pretexto de serem irmãos. Ao contrário, deverão servi-los ainda melhor, pelo fato de que eles são fiéis amados de Deus e participantes de seus benefícios. 3Quem ensina de outra forma e discorda das salutares palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, bem como da doutrina conforme à piedade, 4é um obcecado pelo orgulho, um ignorante, doentio por questões ociosas e contendas de palavras. Daí se originam a inveja, a discórdia, os insultos, as suspeitas injustas, 5os vãos conflitos entre homens de coração corrompido e privados da verdade, que só vêem na piedade uma fonte de lucro. 6Sem dúvida, grande fonte de lucro é a piedade, porém quando acompanhada de espírito de desprendimento. 7Porque nada trouxemos ao mundo, como tampouco nada poderemos levar. 8Tendo alimento e vestuário, contentemo-nos com isto. 9Aqueles que ambicionam tornar-se ricos caem nas armadilhas do demônio e em muitos desejos insensatos e nocivos, que precipitam os homens no abismo da ruína e da perdição. 10Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Acossados pela cobiça, alguns se desviaram da fé e se enredaram em muitas aflições. 11Mas tu, ó homem de Deus, foge desses vícios e procura com todo empenho a piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. 12Combate o bom combate da fé. Conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e fizeste aquela nobre profissão de fé perante muitas testemunhas.

 Palavra do Senhor.
- Graças a Deus

Salmo 48

Por que temer os dias maus e infelizes, quando a malícia dos perversos me circunda? Por que temer os que confiam nas riquezas e se gloriam na abundância de seus bens?

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Ninguém se livra de sua morte por dinheiro nem a Deus pode pagar o seu resgate. A isenção da própria morte não tem preço; não há riqueza que a possa adquirir, nem dar ao homem uma vida sem limites e garantir-lhe uma existência imortal.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Não te inquietes quando um homem fica rico e aumenta a opulência de sua casa; pois, ao morrer, não levará nada consigo, nem seu prestígio poderá acompanhá-lo.

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Felicitava-se a si mesmo enquanto vivo: "Todos te aplaudem, tudo bem, isto que é vida!". Mas vai-se ele para junto de seus pais, que nunca mais e nunca mais verão a luz!

R: Felizes os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 8, 1-3

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo, segundo São Lucas:
Naquele tempo, 1Depois disso, Jesus andava pelas cidades e aldeias anunciando a boa nova do Reino de Deus. 2Os Doze estavam com ele, como também algumas mulheres que tinham sido livradas de espíritos malignos e curadas de enfermidades: Maria, chamada Madalena, da qual tinham saído sete demônios; 3Joana, mulher de Cuza, procurador de Herodes; Susana e muitas outras, que o assistiram com as suas posses.

- Palavra da salvação.

- Glória a Vós, Senhor.

Comentário ao Evangelho do dia feito por Papa Bento XVI
Audiência geral de 14/02/07 - (trad. © Libreria Editrice Vaticana) (rev.)

Acompanhavam-No os Doze e algumas mulheres

Também no âmbito da Igreja primitiva a presença feminina não é de modo algum secundária. [...] Devemos a São Paulo uma mais ampla documentação sobre a dignidade e sobre o papel eclesial da mulher. Ele parte do princípio fundamental segundo o qual, para os baptizados, não só «não há judeu nem grego, não há escravo nem livre», mas também «não há homem nem mulher». O motivo é que «todos somos um só em Cristo Jesus» (Gal 3,28), ou seja, estamos todos irmanados pela mesma dignidade de fundo, embora cada um tenha funções específicas (cf 1 Cor 12,27-30). O Apóstolo admite como algo normal que na comunidade cristã a mulher possa «profetizar» (1 Cor 11,5), isto é, pronunciar-se abertamente sob o influxo do Espírito, contanto que isto seja para a edificação da comunidade e feito de modo digno. [...]

Já encontrámos a figura de Prisca ou Priscila, esposa de Áquila, que em dois casos é surpreendentemente mencionada antes do marido (cf Act 18,18; Rom 16,3); de qualquer maneira, ambos são explicitamente qualificados por Paulo como seus «colaboradores» (Rom 16,3). [...] É necessário reconhecer também que a breve Carta a Filémon é na realidade endereçada por Paulo também a uma mulher chamada «Ápia» (cf Film 1,2). [...] Na comunidade de Colossos, ela devia ocupar um lugar de relevo; de qualquer forma, é a única mulher mencionada por Paulo entre os destinatários de uma carta sua. Noutro lugar, o Apóstolo menciona uma certa «Febe», qualificada como diákonos da Igreja de Cêncreas (cf Rom 16,1-2). [...] Embora o título não tenha, naquele tempo, um específico valor ministerial de tipo hierárquico, ele expressa um autêntico exercício de responsabilidade desta mulher em favor daquela comunidade cristã. [...] No mesmo contexto epistolar, o Apóstolo recorda com traços de delicadeza outros nomes de mulheres: uma certa Maria, depois Trifena, Trifosa e a «querida» Pérside, além de Júlia (Rom 16, 6.12a.12b.15). [...] Depois, na Igreja de Filipos, deviam distinguir-se duas mulheres chamadas «Evódia e Síntique» (Fil 4,2): a exortação que Paulo faz à concórdia recíproca deixa entender que as duas mulheres tinham uma função importante no interior daquela comunidade. Em síntese, a história do cristianismo teria tido um desenvolvimento muito diferente, se não fosse o generoso contributo de muitas mulheres.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Novo ano letivo

A Associação dos Professores de Cabo Verde (APC) deseja a todos os elementos da associação, professores e alunos de Cabo Verde um bom início de ano letivo e que Deus derrame as suas bençãos àqueles que estão nesta seara que é ensinar.

Pela Associação dos Professores de Cabo Verde

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

8 de setembro: Natividade de Nossa Senhora

Igreja celebra Natividade de Nossa Senhora

Precisamente nove meses depois de comemorar a Imaculada Conceição da Virgem, a Igreja celebra hoje a festividade do seu Nascimento.
Assim se exprimiu o Padre António Vieira sobre essa celebração:

"Quereis saber quão feliz, quão alto é e quão digno de ser festejado o Nascimento de Maria?
Vede o para que nasceu. Nasceu para que d’Ela nascesse Deus. (...)
Perguntai aos enfermos para que nasce esta celestial Menina,
dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde;
perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios;
perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo;
perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação;
perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres;
perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança.

Os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz;
os discordes, para Senhora da Paz;
os desencaminhados, para Senhora da Guia;
os cativos, para Senhora do Livramento;
os cercados, para Senhora da Vitória.

Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho;
os navegantes, para Senhora da Boa Viagem;
os temerosos da sua fortuna, para Senhora do Bom Sucesso;
os desconfiados da vida, para Senhora da Boa Morte;
os pecadores todos, para Senhora da Graça;
e todos os seus devotos, para Senhora da Glória.

E se todas estas vozes se unirem em uma só voz,
dirão que nasce para ser Maria e Mãe de Jesus"
( do Sermão do Nascimento da Mãe de Deus).

À mesa da palavra: agosto e setembro de 2011

O que nos dizem as leituras do Evangelho nos meses de agosto e setembro?

No Evangelho de Mateus, os milagres de Jesus alternam com os seus discursos ou palavras. No número anterior atravessámos o capítulo 13, nuclear neste Evangelho, que privilegia as parábolas para falar do mistério do Reino de Deus (Reino do Céu) e da Igreja. Neste, os dois movimentos vão repetir-se.

TEMPO COMUM

Nos Domingos XIX e XX continuamos a série de milagres iniciada no último Domingo; do XXI ao XXIV voltam as palavras, com incidência no tema da Igreja; no XXV e XXVI retomamos uma série de parábolas, que vão continuar em Outubro.
Confiança no silêncio e na tempestade

07 de Agosto
XIX DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: 1 Rs 19,9a.11-13a. Salmo 85,9ab-10. 11-12.13-14. R/ Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor e dai-nos a vossa salvação. 2ª: Rm 9,1-5. Evangelho: Mt 14,22-33. III Semana do Saltério.
Por vezes, julgando conhecer Deus e a linguagem dos seus mistérios, limitamo-lo ou cingimo-lo à nossa medida, tomamos a fronteira como destino e ficamos sem horizonte de progressão na permanente procura da verdade. E somos surpreendidos como Elias, quando Deus muda de pedagogia e nos surge como/onde não pensávamos encontrá-lo. Depois de passar a noite numa gruta, no monte Horeb, o profeta recebera ordens de sair e permanecer no monte «à espera do Senhor». Mas não saiu de si mesmo, e daí a surpresa. Habituado a ouvir/ver Deus a céu aberto, no furacão ou no fogo, não o esperava numa «ligeira brisa» e «à entrada da gruta» (1ª Leitura)!
Outras vezes, ficamos assustados como os Apóstolos, que, não tendo entendido a fonte do poder de Jesus na multiplicação dos pães e dos peixes (os milagres não são evidências! – ver o Evangelho de Domingo passado), assustaram-se «vendo-o caminhar sobre o mar». Mas isso fá-los crescer: do medo inicial («pensando que era um fantasma, gritaram cheios de medo»), saiu a dúvida e o risco («Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas», disse Pedro) e depois o apelo na aflição («Salva-me, Senhor!»); da falta de fé («Homem de pouca fé, porque duvidaste?»), veio a adoração e a confissão de fé comunitário: «Prostraram-se diante de Jesus, e disseram-lhe: “Tu és verdadeiramente o Filho de Deus!”» Curiosamente, só quando «saíram do barco, o vento amainou», diz o texto. Aquele barco da descrença, não era o seu barco. Mesmo sendo figura da Igreja, era apenas um lugar de provação e purgação da fé. A dizer-nos que nem a própria Igreja está isenta de tempestades, mas que estas não são, forçosamente, o trágico naufrágio com que tantas vezes as queremos identificar, nem nos devem fazer descrer do timoneiro (Evangelho).
Como Elias, precisamos do silêncio e da reflexão para ouvir/ler/entender os novos sinais de Deus que cada dia renova todas as coisas (Ap 21,5). Para termos a fé dos Apóstolos, precisamos da oração de Jesus, que, entre o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes e a caminhada sobre as águas, «subiu a um monte para orar a sós». É a oração que nos faz entrar no mistério de Deus e reconhecer o «Filho de Deus» no Deus feito homem.
O Deus da «ligeira brisa» é o mesmo do «vento contrário» e das ondas bravas. É o Senhor da Natureza e da História, preside ao destino dos povos, mas tem outra linguagem para falar ao coração e convidar as pessoas à sua intimidade no dia a dia. É o Senhor da Comunidade: está connosco para não soçobrarmos às primeiras dúvidas ou dificuldades, e para emergirmos de novo, se nos afundarmos nelas.
Na gruta do coração, em silêncio, rezemos como a ciciante brisa: «Mostrai-nos, Senhor, o vosso amor/e dai-nos a vossa salvação.» E «o Senhor dará ainda o que é bom» (Salmo Responsorial).

Inclusão dos estrangeiros

14 de Agosto
XX DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: Is 56,1.6-7. Salmo 67,2-3.5.6.8. R/ Louvado sejais, Senhor, pelos povos de toda a terra. 2ª: Rm 11,13-15.29-32. Evangelho: Mt 15,21-28. IV Semana do Saltério.
O problema da inclusão dos estrangeiros é antigo como a Bíblia e continua premente, hoje. Com as muitas leis a exortá-lo à santidade, a destacar a tribo de Levi para o culto e a definir tempos e modos para as festas e sacrifícios, o “povo eleito” erguera barreiras entre “eles” e “os outros”. Isaías, o profeta do «banquete para todos os povos» (Is 26,6), abre-as «aos estrangeiros que desejam unir-se ao Senhor para O servirem, para amarem o seu nome e serem seus servos», com estas condições: «se guardarem o sábado…, se forem fiéis à minha aliança… Os seus holocaustos e sacrifícios serão aceites no meu altar, porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos.» Cessa a condição de nacionalidade, contando apenas a verdade do coração e da vida (1ª Leitura).
Paulo, «Apóstolo dos gentios», porque os da sua raça não aprenderam a lição de Isaías, dedica-se aos pagãos para que alguns judeus, ao menos moídos pelo ciúme, queiram ser salvos (2ª Leitura). Algo na linha de Mateus, que mostra uns magos a adorar o Messias, para interpelar os judeus que o rejeitaram e eliminaram.
Neste sentido vai o Evangelho: à mulher pagã que lhe pede a cura da filha «cruelmente atormentada por um demónio», Jesus faz-lhe sentir que os judeus tratam os gentios por “cães”; mas a mulher aguenta a prova e desarma-o com humildade e fé inesperadas: «É verdade, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus donos.» E Jesus: «Mulher, é grande a tua fé. Faça-se como desejas.»
Aclamemos, com o Salmista:
«Os povos Vos louvem, ó Deus,
todos os povos Vos louvem.
Deus nos dê a sua bênção
e chegue o seu temor aos confins da terra» (Salmo responsorial).

“Chamarei o meu servo…”

21 de Agosto
XXI DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: Is 22,19-23. Salmo 138,1-2a.2bc-3.6. 8bc. R/ Senhor, a vossa misericórdia é eterna: não abandoneis a obra das vossas mãos.2ª: Rm 11,33-36. Evangelho: Mt 16,13-20. I Semana do Saltério.
Senhor, há só um: Deus; os outros são meros administradores em seu nome, e seus servos. Na  Leitura, Isaías, em nome do Senhor, desmascara o nepotismo de Chebna, administrador do palácio real («vou expulsar-te do teu cargo, remover-te do teu posto»), e anuncia a sua substituição por um outro a quem chama «meu servo» e cujas características ultrapassam o nome de Eliacim, o seu tempo e o mero serviço humano:
«Porei aos seus ombros a chave da casa de David:
há-de abrir, sem que ninguém possa fechar;
há-de fechar, sem que ninguém possa abrir.
Fixá-lo-ei como uma estaca em lugar firme
e ele será um trono de glória para a casa de seu pai.»
A profecia garante a estabilidade da casa de David, e nela vai incluído Jesus, descendente de David, na referência ao «trono de glória». O profeta Natan deu a mesma garantia a David (2 Sm 7,11-16), e o anjo Gabriel recordou-a a Maria: «O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim» (Lc 1,32-33). Depois, Jesus dirá: «Quem quiser ser grande entre vós, faça-se o vosso servo e quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se o servo de todos. Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos» (Mc 43b-45).
É neste espírito que Jesus confia a Pedro a primazia entre os doze: «sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos Céus.» Mas, antes disso, foi preciso que Pedro o reconhecesse como «o Messias, Filho do Deus vivo». Para que não pusesse o seu ministério ao serviço dos seus e de si próprio, como fazia Chebna, mas fosse «um pai» para todos. E tudo conforme a palavra de Jesus, na parábola do bom servidor: «Assim, também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”» (Lc 17,10). Credibilizando, deste modo, o título de “servo dos servos de Deus”, que os papas se dão a si próprios. Até lá, é preciso seguir e ouvir o Mestre, para crer e passar na “prova de fé”: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» (Evangelho). 
Mas, em tudo isto proclama-se a gratuidade e o total senhorio de Deus: «Quem lhe deu primeiro, para que tenha de receber retribuição? D’Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória a Deus para sempre. Ámen» (2ª Leitura).
«O Senhor é excelso e olha para o humilde,
ao soberbo conhece-o de longe.
Senhor, a vossa bondade é eterna,
não abandoneis a obra das vossas mãos» (Salmo responsorial).

As exigências do Amor

28 de Agosto
XXII DOMINGO COMUM
1ª: Jr 20,7-9. Salmo 63,2.3-4.5-6.8-9. R/ A minha alma tem sede de Vós, meu Deus. 2ª: Rm 12,1-2. Evangelho: Mt 16,21-27. II Semana do Saltério.
DEUS é um SEDUTOR: o seu amor cativa-nos, domina-nos, vence-nos, violenta-nos, cega-nos… ao ponto de, por tão cegamente o amarmos (ou melhor: nos deixarmos amar por Ele!), nos tornarmos «objecto de escárnio». Mas não devemos resistir-lhe nem deixar de falar dele. O prémio maior é sermos amados por Ele. Jeremias di-lo muito bem, e sofreu-o na carne (1ª Leitura).
DEUS é, para nós, uma SEGURANÇA: água para o nosso espírito árido e sequioso, graça mais valiosa que a vida, manjar saboroso que nos sacia, nosso refúgio, sombra com as suas asas, amparo com a sua mão… Mas não devemos reduzi-lo a um seguro de vida que nos deixe inactivos em cuidar dela, nem servi-lo por interesse, ou pensar que o crer nele nos dispensa de o procurar e nos livra do risco da fé. Daí precisarmos de actualizar cada dia esta rel(ig)ação amorosa com Ele («Senhor, sois o meu Deus: desde a aurora Vos procuro»), de ansiar por Ele («A minha alma tem sede de Vós, meu Deus»), de o querer contemplar, de o bendizer toda a vida, de o louvar jubilosamente, e lhe dizer: «Unido a Vós estou, Senhor» (Salmo responsorial).
Mais: devemos dispor-nos à exigência de todo o amor, que faz de dois um só e os leva ambos a se imolarem (e emularem) um pelo outro. Daí Paulo: «Peço-vos, irmãos, pela misericórdia de Deus, que vos ofereçais a vós mesmos como vítima santa, viva, agradável a Deus, como culto racional.» A linguagem é ritual, vem dos sacrifícios que no AT se imolavam a Deus. Os casais sabem disto, mas os místicos também conhecem esta linguagem. As suas biografias referem “casamentos” e “imolações” espirituais, em que elas ou eles preferem morrer a viver, para estar com o Amado. (2ª Leitura). Antecipo o que Paulo vai dizer-nos na 2ª Leitura do XXV Domingo: «para mim, viver é Cristo e morrer é lucro… não sei o que escolher» (Fl 1,21).
DEUS, por Jesus Cristo, CHAMA-NOS como discípulos E ENVIA-NOS. Mas não podemos pretender dar-lhe ordens, fazer o seu programa ou moldá-lo aos nossos interesses e projectos. Se quisermos seguir Jesus, devemos renunciar a nós mesmos, tomar a nossa cruz e ir atrásdele – vendo-o e ouvindo-o, para o imitarmos. Com a certeza de que, ao pretendermos salvar a nossa vida à margem d’Ele, perdemo-la; e, ao perder a nossa vida por sua causa, estamos a ganhá-la. Ora, «que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua vida?» E «que poderá dar o homem em troca da sua vida», para se permitir sacrificá-la a outros valores? (Evangelho).
«Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, ilumine os olhos do nosso coração, para sabermos a que esperança fomos chamados»(estrofe do Aleluia).

Sentinelas da palavra e ministros da reconciliação

04 de Setembro
XXIII DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: Ez 33,7-9. Salmo 95,1-2.6-7.8-9. R/ Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações. 2ª: Rm 13,8-10.Evangelho: Mt 18,15-20. III Semana do Saltério.
À sentinela compete dar ou ouvir e retransmitir a voz de alerta, para que todos os destinatários acordem e/ou fiquem vigilantes, preparando-se para um risco iminente. Se ele não transmitir a palavra de alerta, torna-se responsável pelas mortes ou acidentes que daí advenham. Aplicado às palavras de Deus que exortem o pecador à conversão: «Quando ouvires as palavras da minha boca, deves avisá-los da minha parte. […] Se tu não falares ao ímpio para o afastar do seu caminho, o ímpio morrerá por causa da sua iniquidade, mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte. Se tu, porém, avisares o ímpio, para que se converta do seu caminho, e ele não se converter, morrerá nos seus pecados, mas tu salvarás a tua vida». O bem ou o mal do outro não me podem ser indiferentes: co-responsabilizam-me, na proporção do risco por ele corrido. Se estiver em causa a salvação, o risco é total e a minha obrigação é absoluta e indesculpável (1ª Leitura).
No Evangelho, em exclusivo, Mateus alerta-nos para o mesmo. O texto fala da correcção fraterna e da oração comunitária em nome de Jesus. Em sintonia com a 1ª Leitura, Jesus diz-me: «se algum irmão te ofender» e com isso ferir a união comunitária, deves tentar reconduzi-lo; primeiro, falando pessoalmente com ele, depois, chamando duas ou três testemunhas. Falhando as tentativas anteriores, «comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou publicano». É a maior garantia de alguém se arrepender e emendar, e não partir logo para a denúncia pública ou para as “cartas abertas” hoje tão em moda para humilhar e pressionar o eventual culpável, encurralando-o e tornando-o mais irredutível para não “perder a face”.
Tratando-se da Igreja, o caso é mais grave pois está em jogo a sua identidade: o amor. E quantas tropelias do amor e da lei, em nome da fé e dos costumes! Vem muito a propósito a exortação de Paulo: «Não devais a ninguém coisa alguma, a não ser o amor de uns para com os outros, pois, quem ama o próximo, cumpre a lei» (2ª Leitura).
A reconciliação é possível, pois, «em Cristo, Deus reconcilia o mundo consigo e confiou-nos a palavra da reconciliação» (refrão do Aleluia). Usemo-la evangelicamente. 
«Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações» (Salmo responsorial).

Ter compaixão do outro como Deus a tem de nós

11 de Setembro
XXIV DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: Sir 27,33-28,9. Salmo 103,1-2.3-4.9-10.11-12. R/ O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade. 2ª: Rm 14,7-9. Evangelho: Mt 18,21-35. IV Semana do Saltério.
A gente bem reza, uma vez e outra, no Pai-Nosso: «Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.» A maior parte das vezes, apenas com a boca, pois na vida continuamos intransigentes com o próximo. Para imaginarmos o que nos aconteceria se Deus fosse como nós e cumprisse à letra o que lhe rezamos, temos a parábola dos dois servos devedores, noEvangelho. O primeiro pediu ao rei um prazo para pagar a sua dívida avultada, e ele, «cheio de compaixão», concedeu-lho. No regresso, encontrou «um dos seus companheiros», que lhe devia muitíssimo menos: «segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço», exigindo o pagamento. O companheiro pediu-lhe o mesmo prazo que ele pedira ao rei; mas ele não consentiu e mandou-o prender «até que pagasse tudo quanto lhe devia». O rei, ao saber disso, mandou tratá-lo do mesmo modo que ele tratara o seu companheiro.
Isto de nos julgarmos mais ofendidos e com mais razões do que Deus, para não perdoarmos a quem nos deve ou nos ofende, é de um enorme desplante! Pedimos e espera-mos que Ele nos perdoe, e adiamos ou recusamos o perdão! Ben Sira já o dizia, numa linguagem que permanece actual:
«Um homem guarda rancor contra outro
e pede a Deus que o cure?
Não tem compaixão do seu semelhante
e pede perdão para os seus próprios pecados?»
Depois, diz, antecipando o Evangelho:
«Perdoa a ofensa do teu próximo
e, quando o pedires, as tuas ofensas serão perdoadas.»
E acrescenta:
«O rancor e a ira são coisas detestáveis,
e o pecador é mestre nelas.»
Como remédio para a cura, faz várias exortações. Selecciono duas:
«Lembra-te do fim e deixa de ter ódio; […]
pensa na aliança do Altíssimo
e não repares nas ofensas que te fazem» (1ª Leitura).
Hoje, a cristãos adultos, basta recordar a palavra de Jesus: «Dou-vos um mandamento novo: amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (estrofe do Aleluia).
Ou o amor de Deus para connosco, mesmo em linguagem do AT:
«Ele perdoa todos os teus pecados
e cura as tuas enfermidades.
Salva da morte a tua vida
e coroa-te de graça e de misericórdia.
Não está sempre a repreender
nem guarda ressentimento
Não nos tratou segundo os nossos pecados
nem nos castigou segundo as nossas culpas.»
Por isso,
«Bendiz a minha alma o Senhor
e todo o meu ser bendiga o seu nome santo» (Salmo responsorial).

“Ide vós também para a minha vinha”

18 de Setembro
XXV DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: Is 55,6-9. Salmo 145,2-3.8-9.17-18. R/ O Senhor está perto de quantos o invocam. 2ª: Fl 1,20c-24.27a. Evangelho: Mt 20,1-16a. I Semana do Saltério.
Chamo a atenção para o diálogo entre Deus e nós
estabelecido nas palavras da
 1ª Leitura,
que destaco a bold:
«Procurai o Senhor > enquanto se pode encontrar,
invocai-o > enquanto está perto
Converta-se ao Senhor > que terá compaixão dele.
[converta-se] ao nosso Deus, > que é generoso em perdoar

O Salmo responsorial prolonga isto em oração
(era dele, o refrão do Salmo, no Domingo passado):
«O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.
… O Senhor está perto de quantos o invocam,
de quantos o invocam em verdade.»
Um Deus assim deve mover-nos a amá-lo e a servi-lo por amor. A isso nos convida Jesus, com a parábola dos convidados para a vinha. Ele/Deus, na pessoa do proprietário, chama nas várias horas do dia, como quem diz, nas várias fases da vida, e acolhe todas as respostas como igualmente meritórias, se dadas no amor e na disponibilidade.
Por isso, no fim retribui a todos por igual, sem a nossa lógica do mérito e do salário igual para trabalho igual. Como se tivéssemos qualquer direito diante dele, dá a todos o “ajustado”; mas, como tudo é gratuito, acaba por parecer mais generoso com os que trabalharam menos. Esta é a lição da parábola, respondendo à pergunta de Pedro em Mt 19, 27b-28: «Nós deixámos tudo e seguimos-te. Qual será a nossa recompensa?» Jesus sintetiza a resposta: «Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos» (Evangelho).
Se os salários não fossem “de fome”, todos trabalhariam com mais gosto e teriam mais empenho em salvar as empresas – e os patrões, que disso dependem. E acabariam os salários escandalosos, porque imerecidos. E “a crise”, talvez, mais depressa.
«Abri, Senhor, os nossos corações,
para aceitarmos a palavra do vosso Filho» (estrofe do Aleluia).

Não basta dever ou dizer: é preciso fazer

25 de Setembro
XXVI DOMINGO COMUM
LEITURAS: 1ª: Ez 18,25-28. Salmo 25,4-5.6-7.8-9. R/ Lembrai-Vos, Senhor, da vossa misericórdia. 2ª: Fl 2,1-11 [breve: Fl 2,1-5]. Evangelho: Mt 21,28-32. II Semana do Saltério.
No tempo de Ezequiel, o povo queixava-se de que Deus não era justo, pois condenava os que se afastavam da justiça. O profeta sai em defesa do «modo de proceder» de Deus: «Quando o justo se afastar da justiça, praticar o mal e vier a morrer, morrerá por causa do mal cometido. Quando o pecador se afastar do mal que tiver realizado, praticar o direito e a justiça, salvará a sua vida… há-de viver e não morrerá» (1ª Leitura). Pois, «por minha vida – oráculo do Senhor Deus – não tenho prazer na morte do ímpio, mas sim na sua conversão, a fim de que tenha a vida. Afastai-vos desse mau caminho que seguis; por que persistis em querer morrer, casa de Israel?» (Ez 33,11).
A parábola dos dois filhos esclarece tudo: o convite de Deus à salvação deixa-nos livres; e Ele só toma a nossa última palavra como definitiva. O pai convidou os dois: «Filho, vai hoje trabalhar na vinha.» O que «fez a vontade do pai» não foi o que «respondeu: “Eu vou, Senhor”, mas de facto não foi»; e sim o que «respondeu: “Não quero”. Depois, porém, arrependeu-se e foi.» (Evangelho).

O Salmo responsorial dá razão ao profeta:
«O Senhor é bom e recto,
ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça
e dá-lhes a conhecer os seus caminhos.»
Por isso devemos rezar o refrão com toda confiança:
«Lembrai-vos, Senhor, da vossa misericórdia.»
Como quem diz: Lembrai-me, Senhor, que sois misericordioso, para que eu deixe os medos e cobardias e aceite o caminho da conversão.
A isso nos deve também mover o exemplo de Cristo: sendo Deus, aniquilou-se a si próprio, assumiu a condição humana de servo, humilhando-se ainda mais, até à morte de cruz. Tudo e só – para nos salvar! Paulo exorta os Filipenses a imitarem esses «mesmos sentimentos que havia em Cristo Jesus» e a terem entre eles «os mesmos sentimentos e a mesma caridade, numa só alma e num só coração», não fazendo «nada por rivalidade nem por vanglória». O Apóstolo pede-lhes que façam isso para completarem a sua alegria. Esta espécie de chantagem ou aliciamento psicológico em nome da amizade, noutro contexto, seria infantilização dos cristãos, como faz a mãe aos filhos pequenos; mas ele apenas se quis servir da estima que lhes tinha, para incitá-los ao seguimento de Cristo (2ª Leitura).