'Se ele é assim ou se age de forma menos correta, então eu falhei no desempenho da minha função parental'. Este é um raciocínio muito frequente que é urgente alterar, para bem dos pais e dos filhos.
Se vai ser pai/mãe nos
próximos tempos, então prepare-se porque irá assumir um dos papéis mais
desafiadores, extenuantes e difíceis da existência humana, em relação ao qual
não há retorno. Pelo menos durante um longo período, acabaram-se os fins de
semana descansados, as idas ao cinema e os jantares fora. Mesmo que tenha avós
disponíveis para acolher o novo elemento da família, a presença dele na sua
mente será constante e por isso dificilmente poderá encontrar aquela
tranquilidade de antigamente. Não é que eu queira pintar o quadro muito negro,
mas quem tem filhos sabe bem que o descanso acabou. Acha que estou a exagerar?
Então o melhor é esperar para ver... Vai ver o lado difícil, mas também o
outro. É que eles, para além de nos encherem a vida de preocupações, também
preenchem a nossa existência de alegria e encantam-nos permanentemente.
Muitas são as dúvidas que
assaltam os pais quando desempenham a sua função, nomeadamente se têm dado aos
filhos o contributo essencial para que estes cresçam de forma equilibrada e
feliz. É muito frequente encontrar pais a culpabilizarem-se quando algo corre
mal com os filhos... 'Se ele é assim ou se age de forma menos correta, então eu
falhei no desempenho da minha função parental'. Este é um raciocínio muito frequente
que é urgente alterar, para bem dos pais e dos filhos.
A existência de serviços de
apoio e orientação de pais poderia ser uma excelente ajuda para eles viverem de
uma forma mais tranquila o desempenho da sua missão, em relação à qual ninguém
nasceu ensinado. Estes serviços de apoio poderiam funcionar nas autarquias ou
nos centros de saúde e terem como coordenadores psicólogos e psiquiatras. A
existência deste tipo de serviço seria de grande utilidade, uma vez que os pais
muitas vezes se sentem perdidos e incapazes de definir o tipo de estratégia
mais adequada para ajudarem os filhos a resolver problemas, que muitas vezes
estão associados a uma determinada etapa do desenvolvimento. Além disto, é
urgente que os pais possam treinar competências que lhes permitam mudar alguns
comportamentos quando são confrontados com determinadas circunstâncias.
A educação parental é um
desafio que se poderá também colocar aos psicólogos que trabalham em contexto
escolar, uma vez que a alteração do comportamento dos mais novos passa,
sobretudo, por um trabalho intensivo junto dos seus encarregados de educação.
Todo o trabalho que for desenvolvido com os pais será uma forma de prevenir o
aparecimento de muitos dos comportamentos que são considerados indesejáveis no
contexto escolar.
Pais informados,
descontraídos e confiantes são meio caminho andado para a felicidade mútua.
Torna-se por isso urgente investir mais na formação de quem tem a difícil
tarefa de educar.
Adriana Campos
Fonte: http://www.educare.pt/
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