domingo, 12 de fevereiro de 2012

Sugestões para a homilia - 6ºdomingo tempo Comum - ano B 12.02.2012


1. A lepra espiritual: o pecado que degrada a alma e se opões a Deus.
2. A cura da lepra: o pecado pode ser perdoado. A necessária conversão.
3. Na misericórdia de Deus encontraremos a paz e a felicidade.
1. A lepra espiritual: o pecado que degrada a alma e se opões a Deus.


1. A lepra espiritual: o pecado que degrada a alma e se opões a Deus.
O pecado representa sempre uma falta de confiança em Deus. O tentador, pai da mentira, induz ao pecado com a introdução do grande engano, da grande falsidade: a desconfiança em relação a Deus. Com incrível maldade, levanta a suspeita sobre a bondade de Deus e sobre a sua palavra.
«Tentado pelo diabo, o homem deixou morrer no coração a confiança em seu Criador. Abusando da liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Nisso consistiu o primeiro pecado do homem. Dali em diante, todo o pecado será uma desobediência a Deus e uma falta de confiança na sua bondade» (Catecismo da Igreja Católica, n.º 397).
O pecado é também uma falta contra a razão e contra a verdade, causando danos e prejuízos para nós mesmos; os desequilíbrios, as feridas e as desordens provocadas pelos nossos pecados bem podem comparar-se aos efeitos devastadores da doença da lepra. Porém, a última palavra nesta guerra entre o bem e o mal não a tem o pecado mas a graça de Deus: «Onde abundou o pecado, superabundou a graça». Em Cristo alcançámos a libertação do poder e do predomínio do pecado.
2. A cura da lepra: o pecado pode ser perdoado. A necessária conversão.
A Igreja professa e proclama incessantemente a conversão a Deus. Esta consiste sempre na descoberta da misericórdia divina, isto é, do seu amor que é «paciente e benigno» (1 Cor 13,4); a conversão a Deus é sempre fruto do retorno para junto do Pai, «rico em misericórdia».
Importa muito recuperar a plena confiança filial em Deus. O Senhor não é um déspota nem uma ameaça para o homem, mas um pai. Quem nos criou por amor conhece melhor que ninguém o que nos faz felizes. Importa restabelecer a verdade sobre Deus e sua paterna misericórdia em relação com o homem. Deus ama-nos! Esta é a verdade central do cristianismo. Os seus mandamentos não são um capricho nem uma arbitrariedade. Ao Senhor não Lhe é indiferente que o homem se procure uma lesão a si mesmo e em certas ocasiões – pense-se na droga, na violência, no alcoolismo e na corrupção sexual – se degrade e desça mais baixo que os animais.
3. Na misericórdia de Deus encontraremos a paz e a felicidade.
A misericórdia de Deus é infinita. Infinita é a prontidão do Pai em acolher os filhos pródigos que voltam a casa. São infinitas também a prontidão e a força do perdão que brotam continuamente do admirável valor do Sacrifício de seu Filho Jesus Cristo. Nenhum pecado humano prevalece sobre esta força e nem sequer a limita. Da parte do homem pode limitá-la a falta de boa vontade, a falta de prontidão na conversão e na penitência (Cfr. Dives in Misericórdia, n.º 13).
Purifiquemos os nossos corações, com frequência, no Sacramento da Reconciliação ou da Misericórdia de Deus. A Confissão Sacramental é uma verdadeira libertação: apaga o pecado, dissolve o mal cometido, limpa a lepra da nossa alma, dá-nos a graça do perdão. Os cristãos, pela sinceridade da sua vontade de conversão, devem «revoltar-se» diante do aviltamento do homem e proclamar, na sua vida, a alegria da verdadeira libertação do pecado, graças ao perdão de Cristo. É preciso transmitir ao mundo o fogo da misericórdia de Deus e alegria do seu perdão.
«Na misericórdia de Deus o mundo encontrará a paz e o homem a felicidade» (João Paulo II, Cracóvia, 17-VIII-2002).

Fala o Santo Padre
«Cristo é o verdadeiro ‘médico’ da humanidade, que o Pai celeste enviou ao mundo para purificar o homem.»
[…] Nestes domingos, o Evangelho de Marcos apresenta-nos Jesus que, no início do seu ministério público, se dedica completamente à pregação e à cura dos enfermos nos povoados da Galileia. Os inúmeros sinais prodigiosos que Ele realiza nos doentes confirmam a «boa nova» do Reino de Deus. Cristo é o verdadeiro «médico» da humanidade, que o Pai celeste enviou ao mundo para purificar o homem, assinalado no corpo e no espírito pelo pecado e pelas suas consequências.
Hoje, o trecho evangélico narra a cura de um leproso e expressa com grande eficácia a intensidade da relação entre Deus e o homem, resumida num diálogo maravilhoso: «Se quiseres, tens o poder para me purificar!», diz o leproso. «Quero, sê purificado!», responde-lhe Jesus, tocando-o com a mão e purificando-o da lepra (cf.Mc 1, 40-42). Vemos aqui, como que concentrada, toda a história da salvação: aquele gesto de Jesus, que estende a mão e toca o corpo chagado da pessoa que o invoca, manifesta perfeitamente a vontade de Deus, de curar a sua criatura decaída, restituindo-lhe a vida «em abundância» (Jo 10, 10), a vida eterna, repleta, feliz. Cristo é «a mão» de Deus estendida à humanidade, para que a mesma consiga sair das areias movediças da doença e da morte, erguer-se sobre a rocha sólida do amor divino (cf.Sl 39, 2-3).
Hoje, gostaria de confiar a Maria «Salus infirmorum» todos os doentes, especialmente os que, em todas as partes do mundo, além da falta de saúde, sofrem também por causa da solidão, da miséria e da marginalização. Transmito um pensamento especial também a quantos, nos hospitais e em todos os outros centros de assistência à saúde, cuidam dos doentes e trabalham pela sua cura. A Virgem Santa ajude cada um a encontrar alívio no corpo e no espírito, graças a uma adequada assistência médica e à caridade fraterna, que sabe fazer-se atenção concreta e solidária.
Bento XVI, Angelus, 12 de Fevereiro de 2006

Sem comentários:

Enviar um comentário