sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Liturgia do 5º Domingo do Tempo Comum - Ano B - 05/02/2012

LITURGIA DA PALAVRA

Primeira Leitura Job 7, 1-4.6-7

Monição: Job afirma, com a sua experiência, que a vida do homem sobre a Terra é luta e trabalho. Perante a tempestade de sofrimento, que sobre ele se abateu, sente-se confundido. Apesar de tudo, aceita com resignação a vontade de Deus e espera na Sua misericórdia.

1Job tomou a palavra, dizendo: «Não vive o homem sobre a terra como um soldado? Não são os seus dias como os de um mercenário? 2Como o escravo que suspira pela sombra e o trabalhador que espera pelo seu salário, 3assim eu recebi em herança meses de desilusão e couberam-me em sorte noites de amargura. 4Se me deito, digo: ‘Quando é que me levanto?’ Se me levanto: ‘Quando chegará a noite?’ e agito-me angustiado até ao crepúsculo. 6Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança. 7Recordai-Vos que a minha vida não passa de um sopro e que os meus olhos nunca mais verão a felicidade».

Temos aqui um precioso texto do livro de Job, livro que não só põe dramaticamente o problema da dor, mas também a descreve de modo patético e com alto valor literário, como este dorido lamento na presente leitura.
1 «Vive… como um soldado». Uma outra tradução possível é a de S. Jerónimo seguida pela Neovulgata, mais expressiva, como a da recente tradução da Difusora Bíblica: «A vida do homem sobre a terra, não é uma vida de luta?» De facto a palavra hebraica «tsabá» tanto pode significar serviço militar, como guerra ou luta. A tradução escolhida parece empobrecer o texto, pois nós hoje entendemos por vida de soldado uma coisa mais suave e pacífica do que então se entendia, ao passo que naquela época implicava grande sacrifício e grandes riscos.


Salmo Responsorial  Salmo 146 (147), 1-2.3-4.5-6 (R. cf. 3a ou Aleluia)

Monição: O salmo de meditação é um cântico de confiança e abandono nas mãos de Deus, que nunca falta com o Seu auxílio, sobretudo aos mais desprotegidos. Os habitantes de Jerusalém experimentaram a dor e louvaram o Senhor por ter vindo em Seu socorro.

Refrão: LOUVAI O SENHOR, QUE SALVA OS CORAÇÕES ATRIBULADOS.
            Ou: ALELUIA.

Louvai o Senhor, porque é bom cantar,
é agradável e justo celebrar o seu louvor.
O Senhor edificou Jerusalém,
congregou os dispersos de Israel.

Sarou os corações dilacerados
e ligou as suas feridas.
Fixou o número das estrelas
e deu a cada uma o seu nome.

Grande é o nosso Deus e todo-poderoso,
é sem limites a sua sabedoria.
O Senhor conforta os humildes
e abate os ímpios até ao chão.

Segunda Leitura   1 Coríntios 9, 16-19.22-23

Monição: Só em Deus encontramos resposta para os problemas humanos. S. Paulo, verdadeiramente enamorado de Deus e de Sua Obra, quer ver todos os homens felizes. Sente obrigação de anunciar a Palavra salvadora do Senhor: «Ai de mim se não anunciar o Evangelho!»

Irmãos: 16Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória, é uma obrigação que me foi imposta. Ai de mim se não anunciar o Evangelho! 17Se o fizesse por minha iniciativa, teria direito a recompensa. Mas, como não o faço por minha iniciativa, desempenho apenas um cargo que me está confiado. 18Em que consiste, então, a minha recompensa? Em anunciar gratuitamente o Evangelho, sem fazer valer os direitos que o Evangelho me confere. 19Livre como sou em relação a todos, de todos me fiz escravo, para ganhar o maior número possível. 22Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos, a fim de ganhar alguns a todo o custo. 23E tudo faço por causa do Evangelho, para me tornar participante dos seus bens.

A leitura insere-se no contexto da questão da legitimidade de comer carnes sacrificadas aos ídolos e vendidas no mercado (1 Cor 8, 1 – 10, 33); Paulo insiste na liberdade de espírito, que não se opõe à renúncia a legítimos direitos, dando o seu exemplo de prescindir de receber estipêndio pelo seu trabalho apostólico; no exercício da sua missão, ele não reivindica direitos, mas apenas considera o ingente dever de evangelizar, que o leva a exclamar: «ai de mim se não anunciar o Evangelho!»,seguindo à risca o ensinamento de Jesus – «somos servos inúteis: fizemos apenas o que devíamos fazer» (Lc 17, 10).
22-23 O zelo do Apóstolo fica patente em expressões lapidares, um lema para todos os apóstolos de todos os tempos: «tudo faço por causa do Evangelho». E de que maneira? Sendo «tudo para todos».

ALELUIA

Cristo suportou as nossas enfermidades
e tomou sobre Si as nossas dores.

Evangelho  São Marcos 1, 29-39

Monição: Só em Deus se encontra resposta para todos os problemas humanos. Como é importante escutar a Sua Palavra! Ela ilumina e faz crescer a luz da fé, com a qual compreenderemos, tanto quanto é possível, o mistério da cruz.

Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. 30A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela.31Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. 32Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos 33e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. 34Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. 35De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. 36Simão e os companheiros foram à procura d’Ele 37e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». 38Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». 39E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

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