FONTE: http://www.gaudiumpress.org
Ao celebrar Todos os Santos somos levados a contemplar a
multidão imensa de todas as nações a que se refere a primeira leitura desta Solenidade.
Os que no passado, ao longo dos tempos pertenceram a
movimentos renovadores da Igreja: eremitas e conventuais, monges de todas as
denominações, beneditinos e franciscanos, carmelitas e dominicanos; os grandes
reformadores de todas as épocas, às vezes incompreendidos e até perseguidos no
seu tempo, mas a quem devemos uma tradição admirável de fé e apostolado: os evangelizadores
e reformadores de todos os séculos e do nosso tempo, os missionários, os santos
vivos que no tempo presente militam nesta Igreja de Jesus Cristo que muito
amamos e queremos ver cada vez mais ativa e missionária com a nossa presença e
de todos os homens de fé por entre as «incompreensões do mundo e as bênçãos de
Deus».
Ninguém pode ser santo sem seguir o modelo que é Jesus, sem
se deixar impelir pelo vento do Espírito que soprou no Pentecostes que levaria
os discípulos de Cristo até aos confins da terra. Alguns, muitos mesmo, o zelo
no anúncio e no testemunho cristão os levaria ao martírio, outros dariam
testemunho das mais diversas maneiras. O Pentecostes, aliás não aconteceu só um
dia. É Pentecostes todos os dias e todas a vezes que alguém fica cheio do
Espírito Santo como os discípulos do Cenáculo.
Quando o Espírito intervém e muda radicalmente as pessoas e a
história, opera maravilhas, santifica e conduz pelos caminhos da fé no
reflorescimento de movimentos eclesiais e novas comunidades. Os movimentos são
hoje caminhos de santidade que alguns percorrem graças à efusão do Espírito.
Abri-vos com docilidade aos dons do Espírito. Cada carisma é
dado para o bem comum, em benefício de toda a Igreja.
Entre estes estão certamente quantos vivem comprometidos com
novos movimentos de renovação cristã.
Alguns movimentos eclesiais serão por ventura olhados com
reserva por leigos ou sacerdotes mas se eles estão na comunhão da Igreja, se a
experiência nova é ditada pela inspiração do Espírito Santo, se estão na linha
evangélica que nos recorda que na «casa de meu Pai há muitas moradas», vivam os
novos movimentos que vêm ornar o rosto sempre jovem da Igreja de novos carismas
e sinais de evangelização. E neles se encontra o espaço de graça dos novos
santos.
Olhai: é o evangelho de hoje que nos avisa: bem-aventurados
sereis se vos perseguirem por causa do meu nome...
A Igreja é bela, quando na unidade da fé do Batismo e na
Eucaristia encontra o valor da oração e a graça da caridade na união com Deus.
Todos os que fizeram de Cristo o perfeito modelo são os santos que fazem bela
esta Igreja que amamos.
Os santos que se converteram depois de uma pausa na vida e de
terem meditado o Evangelho são um rico patrimônio da Igreja. Alguns trouxeram à
mesma Igreja uma novidade inesperada, encontraram-se diante de um forte desafio
e desafiam a própria Igreja a transmitir aos seus membros uma sólida e
aprofundada formação cristã.
Personalidades fortes, dóceis ao chamamento do Espírito
enriquecem continuamente Igreja, mesmo quando lhes colocam problemas pelo inesperado
do seu aparecimento.
Jesus disse: «Vim lançar fogo sobre a terra; e que quero Eu
senão que ele já se tenha ateado?» (Lc 12, 49).
Também não devemos esquecer os santos de amanhã, aqueles que
hão-de receber o ideal que aqui nos reúne e nos traz à prática dos sacramentos.
Vamos ao ponto central da questão: honrar os santos de ontem
que hoje fazem coro junto do trono do cordeiro. Com eles cantamos: Hosana.
Amém.
Santo se Santas de Deus, de todos os tempos, de todas as
raças, de todas as culturas, de todas as nações, roguem a Deus por nós.
Intercedam por nós.
Dom Antônio Carlos Rossi Keller
Bispo de Frederico Westfalen
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