quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A ruptura da lei perante Deus




A inobservância da lei Divina e natural acarreta em si uma forma de penalidade munida de contornos próprios.
Desta forma, a perturbação e o não cumprimento das prescrições definidas poderão conduzir ao pecado, que consiste precisamente numa transgressão à Lei de Deus, embora coincida com a violação da lei natural.
Uma vez que Deus ordena desde toda a eternidade o que é conveniente e proporcionado à natureza racional, consistiria numa ruptura com esta ordem e, portanto, com Deus, se o homem viesse a recusar e menosprezar a lei natural enquanto participação da criatura racional na lei eterna.
Consequentemente, romper com a Lei pode trazer uma sanção na vida futura, que consiste na perda eterna da felicidade.
De acordo com São Tomás de Aquino, Deus ama os homens chamando-os à visão de Deus, que supera o comum estado da natureza, outorgando-lhes não só a graça nesta terra, como a glória no Céu.
Porém, aqueles que pecam fazendo mau uso de sua liberdade, e de seu livre arbítrio, perdem nesse mesmo instante a graça, e o Supremo Juiz reprova-os imputando-lhes a devida culpa que é causa de uma pena eterna, aplicada na vida futura.
Verifica-se então uma dupla decorrência relativa à transgressão: em sua peregrinação terrena o pecador perde a posse de Deus - antecipação da felicidade eterna - consequência que se assemelha, de certo modo, a um prelúdio daquela mesma reprovação eterna que se dá após o juízo.
Entretanto, também o não cumprimento das leis humanas, quando providas das condições que as legitimam e validam, obrigam em consciência diante de Deus e a sua transgressão poderá constituir um verdadeiro pecado,4 cuja gravidade dependeria, sobretudo, do grau de rompimento com a lei divina a ela adjacente.
Por Padre José de Andrade, EP.

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