terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Sugestões de homilia - 2º domingo do Tempo Comum - Ano B - 15 de janeiro de 2012

Sugestões para a homilia


A vocação sobrenatural.


Discernimento da vocação.


Necessidade da virtude da castidade.


Toda vocação é apostólica.


A vocação sobrenatural

O Profeta Samuel (1ªLeit.) está separado por um arco de mais de mil anos dos pescadores de Genesaret: João, André e Pedro, mas os quatro foram chamados por Deus para colaborar na Obra da Salvação.

Deus aproxima-se dos homens e mulheres de todos os tempos e a todos chama à santidade e ao apostolado em Cristo, pela incorporação na Igreja. A esse chamamento designamos como vocação (do latim vocare: chamar) cristã.

Mas o Espírito Santo fez surgir também dentro da Igreja variadas instituições, que são modos diversos de realizar o seguimento de Cristo, e constituem uma especificação da vocação geral do cristão. O chamamento que a todos faz Deus para serem santos, em muitos casos vai acompanhado da indicação concreta de algum de esses caminhos de santidade existentes na Igreja.

Peçamos a Deus que todos os cristãos, e em especial os jovens como Samuel, João e André, saibamos reconhecer e seguir o projecto de Deus para as nossas vidas.

Discernimento da vocação

A vocação manifesta-se, frequentemente, na intimidade do diálogo com Deus (cfr. 1ª Leit. e Ev.). Um elemento essencial para o seu discernimento será o conselho oportuno (cfr.1ª Leit., conselho de Heli a Samuel) do sacerdote que orienta espiritualmente cada alma.

Necessidade da virtude da castidade

A virtude da castidade, que São Paulo exorta a viver aos primeiros cristãos (2ª Leitura) é necessária para ter uma vida humana digna e para corresponder à vocação cristã. Mas uma vez que só com a sua vivência é possível alcançar a verdadeira intimidade com Deus (cfr. Mt 5, 8), é condição imprescindível para aqueles que receberam a vocação a um maior empenhamento cristão quer no celibato quer na vida matrimonial.

Toda vocação é apostólica

A consequência lógica de ter encontrado Jesus Cristo (cfr. Ev.) é procurar que O encontrem e amem também os nossos familiares, amigos, vizinhos, colegas de profissão, etc. Deus serve-se, habitualmente, do testemunho e a palavra para dos cristãos para atrair a Si a aqueles que ainda O não conhecem. Pensemos se já aproximamos de Deus muitas pessoas ao longo da nossa vida.

Fala o Santo Padre

«Desejamos que o ano novo seja um tempo para renovar o nosso caminho espiritual com Jesus.»

Com o Domingo passado, no qual celebrámos o Baptismo do Senhor, começou o tempo ordinário do ano litúrgico. A beleza deste tempo está no facto de que nos convida a viver a nossa vida ordinária como um itinerário de santidade, isto é, de fé e de amizade com Jesus, continuamente descoberto e redescoberto como Mestre e Senhor, Caminho, Verdade e Vida do homem. É o que, na liturgia de hoje, nos sugere o Evangelho de João, apresentando-nos o primeiro encontro entre Jesus e alguns dos que se tornarão seus apóstolos. Eles eram discípulos de João Baptista, e foi precisamente ele quem os orientou para Jesus, quando, depois do Baptismo no Jordão o indicou como «Cordeiro de Deus» (Jo 1, 36). Então dois dos seus discípulos seguiram o Messias, o qual lhes perguntou: «Que pretendeis?». Os dois perguntaram-lhe: «Mestre, onde moras?». E Jesus respondeu: «Vinde e vereis», isto é, convidou-os a segui-lo e a estar um pouco com Ele. Nas poucas horas transcorridas com Jesus, eles ficaram tão admirados, que imediatamente um deles, André, falou com o irmão Simão dizendo-lhe: «Encontrámos o Messias». Eis duas palavras singularmente significativas; «procurar», «encontrar».

Podemos tirar da página evangélica de hoje estes dois verbos e obter uma indicação fundamental para o ano novo, que desejamos seja um tempo no qual renovar o nosso caminho espiritual com Jesus, na alegria de o procurar e de o encontrar incessantemente. De facto, a alegria mais verdadeira está na relação com Ele encontrado, seguido, conhecido, amado, graças a uma contínua tensão da mente e do coração. Ser discípulo de Cristo: isto é suficiente para o cristão. A amizade com o Mestre garante à alma paz profunda e serenidade também nos momentos obscuros e nas provas mais difíceis. Quando a fé se confronta com noites escuras, nas quais já não se «sente» nem se «vê» a presença de Deus, a amizade de Jesus garante que na realidade nada nos pode separar do seu amor (cf. Rm 8, 39).

Procurar e encontrar Cristo, fonte inexaurível de verdade e de vida: a palavra de Deus convida-nos a retomar, neste início de ano novo, o caminho de fé que nunca se conclui. «Mestre, onde moras?», dizemos também nós a Jesus e ele responde-nos: «Vinde e vereis». Para o crente é sempre uma incessante busca e uma nova descoberta, porque Cristo é o mesmo ontem, hoje e sempre, mas nós, o mundo, a história, nunca somos os mesmos, e Ele vem ao nosso encontro para nos oferecer a sua comunhão e a plenitude da vida. Peçamos à Virgem Maria que nos ajude a seguir Jesus, saboreando todos os dias a alegria de compreender cada vez mais o seu mistério.


Bento XVI, Angelus, 15 de Janeiro de 2006

Fonte: http://www.presbiteros.com.br/ 

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