Quanto mais cresce o neo-paganismo, mais cresce o esoterismo, o
ocultismo, as superstições, etc. Foi assim no tempo do paganismo
pré-cristão em Roma, Grécia, Egito, Babilônia, Éfeso, etc., e hoje se repete em
novas metrópoles modernas.
Quando o homem não encontra o Deus verdadeiro, e não se entrega a
Ele, então, fabrica o seu deus, à sua pequena imagem e semelhança; semelhante á
pedra, ao cristal, à magia, etc.
Este deus é um deus “que lhe obedece” mediante algumas práticas
rituais um tanto secretas, misteriosas e mágicas. Ele busca neste deus com pés
de barro, o conhecimento do futuro ou as revelações do presente, de modo a ser
feliz durante o Ano que surge.
Sobretudo na festa de Ano Novo os espíritos esotéricos se exaltam
em busca das melhores condições para serem agraciados por seus deuses e pelos
poderes ocultos do além. Para uns é a exigência de começar o Ano com o pé
direito; para outro é estar de roupa branca, mesmo as mais íntimas, ainda que
alma não esteja tão clara; para outro é pular as ondinhas do mar… e a pobre
miséria humana multiplica as fantasias e suas falsidades.
O homem tem sede de Deus! Ou ele adora e serve ao Deus verdadeiro,
“Criador de todas as coisas visíveis e invisíveis”, como diz o Credo, ou passa
a adorar e a servir a deuses falsos, mesmo que conscientemente não se dê conta
disso. E assim as seitas se multiplicam a cada dia.
Outros ainda, mais desorientados, correm atrás de horóscopos, de
zodíacos, de mapas astrais, de cartomantes, de necromantes, de búzios, de
umbanda, de macumba e de todos os tipos de ocultismos, tentando encontrar uma
forma de satisfazer as suas necessidades.
Nas grandes e pequenas livrarias, proliferam todos esses tipos de
livros, muito bem explorados por alguns escritores e editoras. Lamentavelmente,
muitos cristãos (e até católicos!), por ignorância religiosa na sua maioria,
acabam também seguindo esses caminhos tortuosos e perigosos para a própria vida
espiritual.
A doutrina cristã sempre condenou todas essas práticas religiosas.
Já no Antigo Testamento, Deus proibiu todos os cultos idolátricos,
supersticiosos e ocultos. O livro do Deuteronômio relata a Lei de Deus dada ao
povo: “Que em teu meio não se encontre alguém que se dê à adivinhação, à
astrologia, ao agouro, ao feiticismo, à magia, ao espiritismo ou à evocação
dos mortos, porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas
práticas” (Dt 18,10-12). É interessante que, logo em seguida, disse Deus ao
povo: “Serás inteiramente do Senhor; teu Deus” (Dt 18,13).
No livro do Levítico também encontramos: “Não vos dirijais aos
espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis, para que não sejais
contaminados por eles. Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19,31) e: “Não
praticareis a adivinhação nem a magia” (Lv 19,26b).
A busca dessas práticas ocultistas revela grande falta de fé e
confiança em Deus, já que a pessoa está buscando poder ou conhecimento do
futuro, fora de Deus e contra a Sua vontade.
Ao cristão é permitido buscar unicamente em Deus, pela oração,
todo consolo, auxílio e força de que necessita – e em nenhum outro meio ou
lugar. São Paulo disse: “Não vos inquieteis com nada! Em todas as
circunstâncias apresentai a Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as
súplicas e a ação de graças” (Fl 4,6). E São Paulo advertiu severamente as
comunidades cristãs de que fugissem da idolatria (cf. I Cor 10,14) e mais: “As
coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam-nas a demônios e não a Deus. E eu
não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo
o cálice do Senhor e o cálice dos demônios”
Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa
dos demônios. Ou queremos provocara ira do Senhor?” (1 Cor 10,20-22)
Muitos católicos, por ignorância, quando não conseguem por suas
orações as graças e favores que pedem a Deus, especialmente nos momentos
difíceis da vida, perigosamente vão atrás dessas práticas supersticiosas
proibidas pela fé católica, arriscando-se, como disse São Paulo, a prestar
culto ao demônio sem o saberem, magoando a Deus (cf. 1 Cor 10,20-22).
Quando Deus não atende um pedido nosso, Ele sabe a razão; e, se
temos fé e confiança nEle, não vamos atrás de coisas proibidas. Toda busca de
poder, de realização, de conhecimento do futuro, etc., fora de Deus, sem que
Ele nos tenha dado, é grave ofensa ao Senhor por revelar desconfiança nEle.
O Ano que começa é um grande presente de Deus para cada um de nós;
e deve ser colocado inteiramente em Suas mãos para que Ele cuide de cada dia e
de nós. Nada alegra tanto a Deus do que vivermos na fé.
Prof. Felipe Aquino
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