Não. A resposta a esta
pergunta debruçará sobre dois aspectos. Num primeiro momento, os direitos
esquecidos de Nixon, objeto desse desafio, e num segundo momento a extensão
desse objeto em outros âmbitos por que
estão na base esses direitos que andam esquecidos não só das crianças,
mas também as outras franjas da sociedade civil.
Visualizando um documentário
sobre como tem sido a vida dum adolelescente (o Nixon) no meu país e, principalmente na Cidade da Praia, fiquei
particularmente tocado com a sua situação na medida em que isso se passa não só
aqui no meu país mas também em outras latitudes desse continentea africano.
Ora fiquei tocado
profundamente não porque esse problema de abandono por parte dos pais é de um
cabo-verdiano (de pai guineense e mãe cabo-verdiana) ou de um africano em si, mas principalmente
por ser humano e precisa dos seus Direitos
fundamentais a que se denominam de
Humanos.
Entretanto, vemos ao longo do
documentário como muitos pais devido à sua iresponsável paternidade colocam o
seu filho excluído dos mais básicos e
elementares direitos. Senão vejamos:
a) Essa criança a única coisa que
herdou dos pais foi o seu nome;
b) Vive na caridade dos que lhe
dão alguma coisa para comer, ou seja sem acesso à alimentação;
c) A mesma coisa podemos dizer
quanto ao acesso à água potável;
d) O adolescente não tem acesso
à habitação – um grande sonho do mesmo;
e) Vê-se claramente que não tem
acesso a um vestuário condigno;
f) O mesmo se pode dizer quanto à
questão do acesso à educação. Aqui podemos ver que a negação chega a pontos
extremos desde dos pais e familiares que já não se importam com a sua ida à
escola, passando pela comunidade educativa que faz nada para trazê-lo de volta.
g) O nosso adolescente do documentário
não possui amigos, como é natural num mundo cheio de pessoas que não se
importam com a sua situação de vida;
h) Aliás, as únicas pessoas a que ele considera
amigas são as que ele ajuda a carregar as compras e que lhe dão alguma coisa
para matar a sua fome;
Entretanto, esse cenário fica
claro a explicação por que muitos problemas por que passa a nossa cidade da
Praia vem passando por causa de THUGS (Jovens delinquentes) que vem assolando e
denegrindo a imagem da nossa “morabeza
crioula”. De quem é a culpa?
No entanto, não querendo ser
cruel, creio que os primeiros responsáveis por essa situação são os pais que acabam
por deixar no mundo filhos à mercê do pior que a vida nos pode reservar.
Sujeitando-se a estar debaixo do frio, do vandalismo urbano, das doenças, das
drogas e como consequência acabam vivendo como autênticos criminosos ou mesmo
com uma vida paupérrima como os refugiados de guerra.
Entretanto, falando em
refugiados de guerra, nós assistimos diariamente tanto aqui em África como
noutras latitudes conflitos armados que fazem milhares de vítimas que perdem os
seus progenitores e acabam nos campos de refugiados sem as mínimas condições de
ver os seus direitos salvaguardados.
Ora, essas vítimas são na sua
maioria crianças, mulheres e idosos – as camadas mais vulneráveis duma
sociedade – e essas crianças são arrancadas do seu “habitat” natural e com elas
todos os seus direitos fundamentais tudo por culpa dos interesses dos países
que camuflam os outros, os econômicos.
É neste contexto que eu
costumo dizer que o que interessa para as grandes potências são os seus
interesses econômicos e não os direitos Humanos.
Entretanto, como isso não faz
parte da questão em si, apenas deixo um cheirinho do que mem vai na alma quando
vejo muitos defensores de Direitos Humanos a nivel internacinal com os seus
países vendendo armas, formando e exercitando criminosos de guerra,
assassinando grandes líderes africanos que lutaram pelo seu país, promovendo golpes
de estado, corrupção e miséria pelo meu continente e assim mesmo classificando
países a nível de liberdade de imprensa, corrupção, governação, entre outros itens.
Para finalizar apenas fazer uma chamada
de atenção para o facto de eu também defender os Direitos Humanos, mas deixo
claro que para falar disso primeiro temos que falar necessariamente de Direitos
do Homem na medida em que não se pode falar em direitos humanos para uns
quando, por vezes o que está por detrás são INTERESSES HUMANOS, ou melhor,
INTERESSES ECONÔMICOS de uma determinada franja da população, país ou estado.
Tema para outros âmbitos e outros fóruns.
Ricardino Rocha
Ricardino Rocha
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