domingo, 9 de outubro de 2011

Roteiro Homilético – XXVIII Domingo do Tempo Comum – Ano A

A parábola dos convidados para as bodas (com grande paralelo com a de Lc 14, 15-24) está na sequência das dos dois últimos domingos, a dos dois filhos e a dos vinhateiros homicidas, pois se insere nas controvérsias de Jesus com as autoridades judaicas de Jerusalém e visam apresentar a Igreja como o novo povo de Deus, que corresponde à chamada divina. Esta parábola completa as anteriores, ao apresentar claramente o chamamento para o «banquete» – imagem bíblica do Reino de Deus – dirigido a todos aqueles que os mensageiros encontrarem «nas encruzilhadas dos caminhos» (v. 9).

1-7 A primeira parte da parábola fala do convite feito, em primeiro lugar, aos mais dignos – os judeus – para entrarem no Reino de Deus inaugurado por Cristo (o filho).É um convite, por isso pode não ser aceite; mas, dado que é Deus quem convida, não há nenhuma escusa legítima: não podem prevalecer impunemente os mesquinhos interesses humanos ao maravilhoso plano divino.

8-13 A segunda parte refere-se à chamada dos gentios – os menos dignos – à fé. Mas também não é suficiente a fé; são necessárias as boas obras (»o traje nupcial»: v. 12). A parábola também mostra como no Reino de Deus há bons e maus, mas, quando o Rei vier – para o juízo final (é claro o matiz escatológico da parábola) –, excluirá definitivamente todos os que não quiseram vestir o traje nupcial da graça.

Sugestões para a homilia

O banquete do Reino

Convite dirigido a todos os homens

Na orientação do nosso coração para Jesus

O banquete do Reino

A Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, inúmeras vezes nos apresenta a vida como uma festa que devemos saber aproveitar. Ora, na primeira leitura deste domingo, o profeta Isaías ao falar de Deus que nos prepara um banquete de manjares suculentos, leva-nos a imaginar a felicidade que o Senhor prepara para os seus filhos. O sonho, que desde sempre tem acompanhado o homem, torna-se realidade na casa de Deus, nosso Pai. Assim, tudo aquilo que é morte e derrota como a falta de rumo para a existência, a ausência de ideais, o fracasso, a dor, a fome, a doença, o desprezo, serão completamente eliminados.

Com a vinda de Jesus Cristo, todas as situações de morte são transformadas em alegria e felicidade, pela festa do banquete do Reino.

A esta felicidade e alegria são convidados todos os povos.

Convite dirigido a todos os homens

Tal nos demonstra Jesus, no Evangelho, ao concretizar o banquete do Reino na festa nupcial que o Pai prepara em honra de Seu Filho, o Esposo da nova humanidade.

Na alegria desta festa há porém elementos que nos obrigam a reflectir.

Os primeiros convidados, que representam os guias espirituais de Israel, já se encontram satisfeitos com a organização religiosa que montaram e que lhes comunica segurança e, por isso, rejeitam ir ao banquete.

Ora, todos os que não são pobres, os que se recusam a abandonar as próprias garantias materiais e espirituais, que não têm fome e sede de um mundo novo, jamais entrarão no Reino de Deus, pois ficarão satisfeitos com as insignificâncias em que estão envolvidos.

O banquete é então aberto a convidados recolhidos ao longo do caminho, «bons e maus», que caracterizam a Igreja, comunidade tão múltipla, que se abre a toda a gente, sem rejeições. É o Novo Povo de Deus em que se dá a todo o homem a possibilidade de encontrar o Salvador.

Esta parábola é uma chamada a abrir o coração e as portas das nossas comunidades a qualquer género de pessoas, aos pobres, aos abandonados, a quem é recusado por todos.

Todavia, é fundamental que cada convidado corresponda ao convite e se prepare condignamente para tomar parte nele.

Na orientação do nosso coração para Jesus
No detalhe da veste nupcial está compreendido um apelo à nossa responsabilidade. Não basta sermos convidados: é preciso saber corresponder e ser merecedor do convite, através da nossa conduta activa e testemunhal.
S. Paulo, como lemos na segunda leitura, homem habituado a uma vida dura, às perseguições, à fome, sente-se comovido com as ofertas enviadas pela comunidade dos filipenses para o acalentarem na prisão, onde ele se encontrava detido. É então que ele afirma que a felicidade não reside na fartura ou na carência dos bens materiais, mas sim na direcção do nosso coração em face da vida. E esta bússola define a orientação do nosso coração para Jesus Cristo.
Cabe aqui recordar a necessidade de termos uma palavra de gratidão, através de gestos e acções concretas, para com todos aqueles que deixaram a formação de uma família própria, que tudo abandonaram, para se dedicarem completamente à pregação do Evangelho e que, tantas vezes incompreendidos, não recebem qualquer sinal de apreço e amizade das comunidades a que se dedicam.
Perante este convite urgente à conversão do nosso coração, saibamos aceitar a lógica e a «roupa nova» dos filhos do Reino de Deus, construindo deste modo a nossa verdadeira felicidade em alegria, comunhão, amizade e confiança.

FONTE:http://www.presbiteros.com.br

Sem comentários:

Enviar um comentário