terça-feira, 18 de outubro de 2011

REFLEXÃO sobre as leituras do XXIX Domingo do Tempo Comum - ano A

Deus e César
O Cristão é um cidadão como todos os outros: desfruta dos mesmos direitos e tem os mesmos deveres.
E os impostos, ele é obrigado a pagar?
As Leituras nos dão uma resposta...
Na 1aLeitura, um rei pagão foi "instrumentos de Deus" para libertar o seu povo da escravidão da Babilônia. (Is 45,1.4-6)
Ciro, Rei da Pérsia, foi um excelente comandante e político iluminado. Conquistou todos os impérios do oriente, inclusive a Babilônia.

No ano 538, depois de conquistar a Babilônia, permitiu os judeus voltarem à própria terra e começarem a reconstruir o templo e a cidade de Jerusalém.
O profeta chama o rei pagão de "ungido do Senhor".
Ciro torna-se instrumento de Deus, mesmo sem o conhecer, sem mesmo ser membro do povo da Aliança.
* O texto sugere que Deus é o verdadeiro "Senhor da História" e que é ele quem conduz a caminhada do seu Povo.
Deus pode se servir de qualquer pessoa para realizar seus projetos.
Pode se servir de dirigentes até sem religião, desde que sejam  competentes, honestos e saibam promover o bem-estar e a paz.
- O contrário também pode acontecer:  Nem toda pessoa "religiosa" e bem intencionada tem a necessária competência para uma função pública.

Na 2ª Leitura, Paulo louva o Senhor, porque a Comunidade de Tessalônica abraçou com entusiasmo o Evangelho, e pela ação do Espírito Santo, deu frutos de fé, de amor e de esperança. (1Tes 1,1-5b)
É a carta mais antiga de São Paulo.

No Evangelho, Jesus responde a uma pergunta política. (Mt 22,34-40)
Discípulos dos fariseus e herodianos, favoráveis ao poder romano, fazem uma pergunta capciosa: "É permitido ou não pagar o TRIBUTO a César?"
- Se dissesse SIM: apareceria como colaborador da dominação romana.
Se dissesse NÃO: seria denunciado às autoridades romanas como subversivo.
- Jesus percebe a armadilha. Pede uma moeda e pergunta:
"De quem é essa imagem?
"Dai pois a César o que é de César..."  e acrescenta: "...e a Deus o que é de Deus"
+ "Dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus":
"Dar" significa aqui "devolver" a cada um o que lhe pertence.
Não deve dar a César o que não lhe pertence: a ADORAÇÃO, devida unicamente a Deus (não aos imperadores...).
* Jesus não nega o pagamento do tributo imperial.
O amor a Deus não tira as obrigações para com a nação.
Mas questiona a pretensão de César de se nivelar a Deus e exigir dos súbditos culto só devido a Deus.
A resposta reduzia César às suas devidas dimensões.
+ Um Perigo: Tirar o lugar de Deus.
- Uns reconhecem a autoridade do império, por isso servem aos interesses dele, pagando o imposto;
- Outros querem reconhecer a autoridade de Deus,
mas deixam de lado o que é de Deus.
O dinheiro, o poder, o êxito, a realização profissional, a ascensão social, o clube de futebol… podem tomar o lugar de Deus e passam a dirigir e a condicionar a vida de muitas pessoas.
* Deus é, de fato, nosso único "Senhor", a quem servimos?
+ Conclusões da resposta de Jesus:
- "Dar a César..." (a imagem de César)
O Cristão tem obrigações com a Sociedade em que vive.
Nenhum país funciona se a população não der a César o que é de César...
O cristão deve ser um bom cidadão.
É uma obrigação moral, além de civil, contribuir para o bem comum
com o pagamento de impostos justos.
- "Dar a Deus" (o homem foi criado à "imagem" de Deus)
Por isso, seus direitos e sua dignidade devem ser respeitados por todos.
Nós somos o "seu Povo", que não pode ser vendido a nenhum César.
Se tiramos de Deus o que lhe pertence, devemos "devolver".
Só Deus é o "Senhor" de nossa vida...
- Dar à Comunidade cristã (devemos ser membro vivo e atuante...)
- Participar na Vida e Ação Evangelizadora e Missionária da Igreja...
A Igreja no Brasil nos pede que todos devemos:
"EVANGELIZAR, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida, rumo ao Reino definitivo". (DGAE)
- Colaborar pela sua manutenção, com o Dízimo...
A Bíblia fala e condena os que "sonegam" o tributo do templo...
+ Estamos, de fato, dando a César o que é de César e a Deus o que é de Deus?
Não podemos "sonegar" o nosso tributo nem a Deus, nem à Nação, nem à Comunidade...
Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 16.10.2011

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