domingo, 18 de dezembro de 2011

4º DOMINGO do Advento - Ano B - SUGESTÕES DE HOMILIA

Sugestões para a homilia
O teu trono será firme para sempre
Faça-se segundo a tua palavra
Que obedeçam à fé
O teu trono será firme para sempre
O rei David, depois de conquistar Jerusalém e fazer dela a capital do seu reino, quis construir para Deus um templo que fosse digno do Senhor. Até então o templo era uma tenda de peles, como Deus tinha indicado a Moisés no deserto do Sinai, de modo a ser transportada de um lado para o outro.
Deus mandou dizer pelo profeta Natã que essa tarefa seria para o filho que lhe sucedesse. Mas o Senhor recompensou a sua generosidade fazendo-lhe a promessa maravilhosa que ouvíamos na primeira leitura: da sua descendência havia de nascer o Messias prometido a Abraão.
É uma lição muito importante para nós. Deus não fica a dever nada. É mais generoso do que nós. Vale a pena que sejamos cuidadosos com as coisas de Deus. Vale a pena que tratemos bem a Jesus que está connosco na Santíssima Eucaristia.
É um sinal da nossa fé e do nosso amor cuidar das nossas igrejas e dos objectos do culto. Que não sejam como o curral onde nasceu há dois mil anos porque não quiseram recebê -Lo em suas casas.
Jesus continua a ser Deus connosco em nossas igrejas. Além do cuidado com as coisas litúrgicas, respeitemos o ambiente sagrado dos nossos templos, hoje que tantos cristãos não o sabem fazer. Até parece que estão na rua ou na feira da aldeia.
Ali é casa de oração, é lugar para falar com o Senhor e não para estar a conversar com os outros. Se alguma coisa é preciso dizer temos de falar baixo e só o estritamente necessário, com a consciência de que está ali Jesus.
Aprendamos com Nossa Senhora a tratar bem Aquele que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem e que veio habitar entre nós e que Se encontra em nossos sacrários.

Faça-se segundo a tua palavra

Nossa Senhora é para nós o modelo sempre actual para acolher a Jesus. A Igreja apresenta-nos neste último domingo do Advento a figura de Maria, a sugerir-nos que façamos como Ela para viver bem o Natal de Jesus.
O Arcanjo S. Gabriel saúda-A em nome de Deus e diz-Lhe que Ele a escolheu para mãe do Salvador prometido aos seus antepassados. A Virgem escuta com atenção, acredita sem duvidar naquilo que o mensageiro de Deus lhe diz. Não pede nenhum sinal como Zacarias.
E responde: – «Eis a escrava do Senhor. Faça-se em Mim segundo a tua palavra.» Naquele momento o Verbo de Deus, eterno com o Pai, toma a nossa natureza humana fazendo-se um de nós no seio puríssimo de Maria.
Podemos admirar a fé, a humildade e a obediência pronta e decidida da Virgem. É uma lição viva para todos nós. A fé e o amor de Deus manifestam-se na obediência fiel à vontade de Deus. Cumprindo os Seus mandamentos.
A Epístola aos Hebreus diz-nos que as primeiras palavras de Jesus para o Pai ao incarnar foram: «eis que venho, ó Deus, para fazer a Tua vontade» (Heb 10, 7). Vemos aqui a sintonia perfeita entre a Mãe e o Filho.
Jesus fez-se homem e veio ensinar-nos a cumprir fielmente a vontade de Deus. Daí depende a nossa felicidade neste mundo e no outro. «O meu alimento – dirá Ele mais tarde – é fazer a vontade daquele que Me enviou» (Jo 4, 34).
Aprendamos com a Virgem a identificar-nos com Jesus, sempre prontos a fazer a vontade de Deus. Jesus continua a guiar-nos através da Sua Igreja: através do Santo Padre, sucessor de Pedro e pastor de todo o Seu rebanho e também dos bispos unidos a ele.
Santa Teresa de Ávila estava em Salamanca em 1563. O seu confessor mandou-lhe escrever o relato da fundação dos seus conventos: madre Teresa estava bastante doente e com muitas ocupações. Mas procurou fazer o que lhe mandavam. Jesus disse-lhe na oração. «Filha, a obediência dá força» (Prólogo, Livro das Fundações).
A desobediência, por seu lado, rouba as forças e a eficácia na vida espiritual e no apostolado.
Hoje custa obedecer. Em nome duma falsa liberdade. Todos sabemos criticar e poucos sabemos obedecer. Para acolher a Jesus em nosso coração, temos de o limpar do pecados e adorná-lo com o desejo firme de cumprir em tudo a vontade de Deus. O Advento foi para nós tempo de barrela, procurámos confessar-nos, purificando-nos dos pecados, que são desobediência à vontade de Deus. Além do arrependimento e acusação sinceras procurámos fazer propósitos de emenda, desejo sincero de cumprir em tudo o que Deus manda.
Peçamos à Virgem que nos ajude a acolher bem a Jesus, a acolher a salvação que nos trouxe e continua a oferecer-nos a nós e a todos os homens. Depende da nossa cooperação.
Da cooperação de Maria dependeu a salvação de todos os homens. A Virgem não se limitou a cumprir os mandamentos, como faziam muitos em Israel. Estava atenta às inspirações de Deus e respondia a elas com prontidão e amor
Da nossa obediência amorosa à vontade de Deus depende talvez a graça para muitos à nossa volta.

Que obedeçam à fé

S. Paulo, na segunda leitura, fala do mistério da salvação que Deus oferece a todos os homens, para que obedeçam à fé.
O Evangelho de Jesus, a Boa Nova da salvação, exige a fé para ser acolhida. E a fé leva a obedecer sem reservas às exigências de amor que Deus nos faz.
A humildade, a fé, a obediência amorosa da Virgem são o modelo para todos os homens poderem acolher a Jesus e a salvação que nos traz. Não nos admiremos que muitos homens continuem a fechar-se à Boa Nova de Jesus. Rezemos e trabalhemos mais. A graça de Deus pode tudo.
Animemos a todos à nossa volta a acolher a Jesus, a não fechar o coração como as gentes de Belém há dois mil anos. Rezemos mais a Nossa Senhora e a S. José, que souberam acolher e tratar tão bem a Jesus, que saibamos imitá-los melhor neste Natal. E que saibamos levá-Lo a todos à nossa volta, com o nosso amor e nossa alegria de cristãos, que serão a chave para abrir muitos corações, ansiosos pela salvação que só Jesus lhes pode trazer. Mesmo quando parecem insensíveis e indiferentes.

Fala o Santo Padre

«Nesta preparação para o Natal, cultivemos o recolhimento interior, para acolher e conservar Jesus na nossa vida.»

Nestes últimos dias do Advento, a liturgia convida-nos a contemplar de modo especial a Virgem Maria e São José, que viveram com intensidade singular o período da expectativa e da preparação do nascimento de Jesus. […]. Na hodierna página evangélica, São Lucas apresenta a Virgem Maria como «desposada com um homem chamado José, da Casa de David» (Lc 1, 27). […] Ele é modelo do homem «justo» (Mt 1, 19), que em perfeita sintonia com a sua esposa acolhe o Filho de Deus que se fez homem e vela sobre o seu crescimento humano. Por isso, nos dias que precedem o Natal, é mais oportuno do que nunca estabelecer uma espécie de colóquio espiritual com São José, para que ele nos ajude a viver em plenitude este grande mistério da fé. […]
O silêncio de São José é permeado de contemplação do mistério de Deus, em atitude de total disponibilidade à vontade divina. Em síntese, o silêncio de São José não manifesta um vazio interior mas, ao contrário, a plenitude de fé que ele traz no coração, e que orienta todos os seus pensamentos e todas as suas acções. Um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, conserva a Palavra de Deus, conhecida através das Sagradas Escrituras, comparando-a continuamente com os acontecimentos da vida de Jesus; um silêncio impregnado de oração constante, de oração de bênção do Senhor, de adoração da sua santa vontade e de confiança sem reservas na sua providência. Não se exagera, se se pensa que precisamente do «pai» José, Jesus adquiriu no plano humano aquela vigorosa interioridade, que é o pressuposto da justiça autêntica, da «justiça superior», que um dia Ele ensinará aos seus discípulos (cf. Mt 5, 20).
Deixemo-nos «contagiar» pelo silêncio de São José! Temos tanta necessidade disto, num mundo muitas vezes demasiado ruidoso, que não favorece o recolhimento, nem a escuta da voz de Deus. Neste período de preparação para o Natal, cultivemos o recolhimento interior, para acolher e conservar Jesus na nossa vida.

Bento XVI, Angelus, 18 de Dezembro de 2005

FONTE: http://www.presbiteros.com.br/

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