quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A África representa "um frescor do sim à vida”, afirma Bento XVI

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 23-11-2011, Gaudium Press)
 Durante a audiência geral desta manhã, na Sala Paulo VI, diante de sete mil pessoas, o Papa Bento XVI fez o balanço de sua viagem apostólica ao Benin, na África, realizada entre 18 e 20 de novembro.

O motivo da viagem foi o 150° aniversário da evangelização do país e a entrega da exortação pós-sinodal "Africae munus", fruto da Segunda Assembléia Especial para a África do Sínodo dos Bispos, realizada no Vaticano em outubro de 2009.

Em sua catequese, Bento XVI rememorou a rica e calorosa recepção dos africanos

Em sua catequese, o Santo Padre renovou o apelo à África para serem "verdadeiros semeadores de esperança em todas as realidades e em todos os ambientes", e "construtores incansáveis de comunhão, de paz e de solidariedade". "Brota espontâneo da minha alma o agradecimento ao Senhor: na sua providência, Ele quis que eu voltasse à África pela segunda vez como sucessor de Pedro", confessou o Papa no início de seu discurso.

"Agora as comunidades cristãs da África - como foi ressaltado tanto pelo tema do Sínodo como pelo lema de minha Viagem Apostólica - são chamadas a renovar-se na fé para serem cada vez mais ao serviço da reconciliação, da justiça e da paz. Elas são convidadas a se reconciliarem internamente para tornarem-se instrumentos alegres da misericórdia divina, cada uma trazendo as próprias riquezas espirituais e materiais ao compromisso comum", declarou o Santo Padre.

O pontífice afirmou que o espírito de reconciliação é indispensável no plano civil, sócio-político e econômico do continente africano. Segundo o Santo Padre, a esperança "deve animar o caminho do continente, relevando o ardente desejo de liberdade e justiça" na construção da sociedade".

Comentando sobre os acontecimentos vividos no Benin, o Santo Padre recordou uma verdade que foi dita por ele à imensa multidão presente na celebração eucarística dominical no estádio da Amizade de Cotonou."Os cristãos são por si só homens de esperança, que não podem se desinteressar pelos próprios irmãos e irmãs".

Sobre a cerimônia de entrega da exortação apostólica "Africae munus", o pontífice recordou seu chamado feito na ocasião. "Viver em plenitude, para responder eficazmente à empenhadora missão evangelizadora da Igreja peregrina na África do terceiro milênio", Neste documento, "todo fiel encontrará as linhas fundamentais que guiarão e encorajarão o caminho da Igreja na África, chamada a ser cada vez mais o 'sal da terra' e a 'luz do mundo'", proferiu o pontífice.

O Santo Padre rememorou também a rica e calorosa recepção que lhe foi oferecida pelos africanos, desde os mais velhos aos mais jovens. "Foi um maravilhoso testemunho de como a fé consegue unir as gerações e sabe responder aos desafios de toda estação da vida", disse. "Em seus rostos, em sua fé ardente, em sua adesão convicta ao Evangelho da vida reconheci mais uma vez sinais consoladores de esperança para o grande continente africano", completou.

De um modo particular, Bento XVI lembrou o encontro com as crianças na igreja paroquial de Santa Rita, onde perto dali, no Foyer "Paz e Alegria", saudou as crianças abandonadas e doentes.

O Papa reafirmou ainda, durante a catequese, a esperança e o futuro que vê no continente africano. "A Igreja na África", observou, "com seu empenho a serviço do Evangelho, com o corajoso testemunho de eficaz solidariedade, poderá ser protagonista de uma nova temporada de esperança". De acordo com o Papa, na África, se vê "um frescor do sim à vida, um frescor do sentido religioso e da esperança, uma percepção da realidade na sua totalidade com Deus e não reduzida a um positivismo que, por fim, apaga a esperança".

"Esta minha viagem constituiu também um grande apelo para a África, para que direcione todos os esforços para anunciar o Evangelho àqueles que ainda não o conhecem. Trata-se de um empenho renovado para a evangelização, para qual todo batizado é chamado, promovendo a reconciliação, a justiça e a paz", concluiu o Papa.

Saudação aos presentes na Audiência

Entre as 7 mil pessoas presentes esta manhã, na sala Paulo VI, o Papa saudou os fiéis da paróquia Nossa Senhora de Lourdes, de Neuquen, na Argentina; a Comunidade Católica Arca da Aliança, do Brasil, e outros peregrinos dos países latino-americanos.

O Santo Padre convidou os jovens a "sintonizarem o próprio caminho pessoal com aquele da Igreja, enfatizado pela Liturgia" em preparação para o advento que terá início na Igreja Católica a partir das primeiras Vésperas do próximo sábado. Encorajou os enfermos a "invocarem a Deus o dom da esperança, oferecendo também o próprio sofrimento". E aos jovens casais de esposos pediu para "terem sempre confiança na Divina Providência. Que guia e acompanha as famílias cristãs".

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