Em
um de seus mais recentes artigos, dom Zeno Hastenteufel, bispo da
diocese de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, faz uma reflexão sobre o
próximo domingo, o segundo do Tempo Pascal, em que o evangelho
simplesmente diz: "Oito dias depois, o Senhor apareceu de novo". Segundo
o prelado, é o domingo da pascoela ou o domingo da divina misericórdia,
em que o Senhor ressuscitado perdoa ao pobre Tomé, que se reconhece
pecador, por não ter acreditado na ressurreição.
De acordo com o bispo, foi o Papa João
Paulo II que instituiu este "Domingo da Divina Misericórdia", a partir
das revelações feitas a Santa Faustina Kowalska. Dom Zeno explica que
foi na véspera deste domingo que João Paulo II faleceu, no dia 2 de
abril de 2005, e, agora, será neste domingo que ele e o Papa João XIII
serão canonizados, em uma das maiores celebrações que já aconteceram na
Praça de São Pedro.
O prelado ainda destaca que, por sua
vez, foi o Papa João XXIII, eleito em outubro de 1958, que a 25 de
janeiro de 1959 convocou o Concílio Vaticano II e pessoalmente abriu
este grande acontecimento da Igreja a 11 de outubro de 1962. "Foi o Papa
que teve a coragem de abrir portas e janelas (da Igreja) e deixou o
Espírito Santo entrar, arejar, renovar e transformar a vida da Igreja",
afirma.
Ele acrescenta que o Papa João Paulo II,
eleito a 16 de outubro de 1978, que veio de longe, com a experiência de
uma convivência terrível com o comunismo, trabalhou 27 anos na
aplicação do Concílio e na publicação de livros indispensáveis, como o
novo Código de Direito Canônico (1983) e o Catecismo da Igreja Católica
(1992).
"E agora, neste domingo, o nosso Papa
Francisco que está revolucionando a Igreja com o seu discurso direto e
forte em favor de uma nova evangelização e pela vivência do Concílio
Vaticano II, a partir de um maior despojamento e de uma busca
missionária de todos aqueles que se afastaram da vivência cristã, vai
canonizar estes dois grandes predecessores", ressalta.
Dom Zeno salienta que a Igreja do Papa
Francisco quer ter um rosto alegre como o de São João XXIII e um coração
misericordioso, inteiramente voltado para o Senhor, como o de São João
Paulo II. Para o bispo, os novos santos apontam para a alegria e para a
misericórdia, e só será capaz de imitá-los quem se atira de corpo e alma
na vivência do Concílio e assumir o mandato do Senhor: "Ide ao mundo
inteiro e fazei discípulos meus todos os povos" (Mt 28,19).
Por fim, o prelado enfatiza que a
liturgia deste domingo nos apresenta o ideal dos primeiros cristãos:
"Eles eram perseverantes no ensino dos apóstolos, na comunhão fraterna,
na fração do pão e nas orações" (At 2,42). Já o evangelho, conforme o
bispo, nos recorda a cena do Tomé, em que o Cristo ressuscitado aparece
pela segunda vez, chama o Tomé, que ao se aproximar cai de joelhos e
diz: "Meu Senhor e meu Deus". (FB)
Fonte e link: http://www.gaudiumpress.org/content/58104
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