domingo, 25 de março de 2012

Sugestões para a homilia - 5º domingo de quaresma - ano B - 25.3.12

Sugestões para a homilia
• Acolhamos o apelo à conversão
É preciso a mudança de vida
Piedade de filhos
Fortaleza para mudar
• A conversão e a confissão
Desejo do encontro com Deus
Glorificar Cristo em nós
Renascerá a alegria

1. Acolhamos o apelo à conversão
a) É preciso a mudança de vida. «Dias virão em que estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova.»
Cristo foi atendido, como nos ensina o autor da Carta aos Hebreus. É Ele que ora em nós ao Pai. Por isso, temos a certeza de que levaremos avante esta mudança de vida, por Ele está connosco.
Não devemos perder demasiado tempo a olhar para o passado, para a situação em que nos encontramos, mas alimentar a esperança de que seremos renovados.
Poderíamos ser tentados a alimentar a falta de esperança, pensando que a nossa vida já não tem remédio, por causa dos nossos muitos pecados; ou que os nossos defeitos estão já muito enraizados em nós e já não somos capazes de nos emendarmos; ou porque nos domina a preguiça ao empreender o trabalho da mudança.
Apoiemo-nos filialmente numa grande confiança em Jesus Cristo para chegarmos ao Pai.
b) Piedade de filhos. «Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração»
A piedade é a virtude que regula as relações entre pais e filhos. Quando a desdobramos, encontramos o amor, o respeito e a obediência.
Deus quer libertar-nos das nossas fealdades e restituir-nos a beleza recebida no Baptismo. (Quando a mãe encontra o filho cheio de sujidade e com a roupa em trapos não deixa de gostar dele. O seu amor materno, ao contrario, move-a a restituir-lhe a beleza quando antes). De modo semelhante, o Senhor deseja ardentemente a nossa conversão pessoal, seja qual for a situação em que nos encontremos. Basta – para nos convencermos desta verdade – ler as três Parábolas da misericórdia narradas por S. Lucas – ovelha tresmalhada, dracma perdida e filho pródigo – para compreendermos esta «impaciência» divina.
Na verdade, a maior alegria que podemos dar a Deus é deixá-l’O perdoar os nossos pecados, libertar-nos dos nossos defeitos para nos revestir de novo do esplendor de filhos de Deus.
c) Fortaleza para mudar. «Porque vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas
É verdade que encontramos em nós apegos de que temos de nos libertar e hábitos que é urgente combater até os eliminar.
(Qualquer tratamento a que nos submetemos exige de nós sofrimento, disponibilidade e mudança de hábitos. Até por razões de desporto os atletas submetem-se aos maiores sacrifícios).
A Sagrada Escritura apresenta-nos Deus como a águia que esvoaça sobre o ninho os seus filhos, incitando-os a tentar o voo (cf Cântico de Moisés, Deut 32, 11). Podemos imaginar o nosso Pai do Céu animando-nos continuamente a deixar a preguiça e a comodidade, para empreender a conquista das alturas da santidade.
Os milagres de lemos no Evangelho enchem-nos de esperança. O Senhor está disponível para nos ajudar. Basta uma pequena diligência da nossa parte.
Jesus Cristo é fonte de Vida e de Salvação. Quando recebemos um Sacramento, vamos à fonte das águas vivas.
2. A conversão e a confissão
a) Desejo do encontro com Deus. «Havia alguns gentios [...]. Foram ter com Filipe, [...], e fizeram este pedido: ‘Senhor, nós queremos ver Jesus.’»
A Confissão sacramental é um encontro pessoal com Jesus Cristo. Ele está misteriosamente presente no sacerdote que nos acolhe, seja qual for a sua situação espiritual.
O Senhor estabeleceu esta mediação por misericórdia para connosco. Se fosse Ele visivelmente a acolher-nos, talvez nos sentíssemos dominados pelo sentimento de indignidade do centurião romano de Carfarnaúm, quando implorou a cura do servo, mas não queria que Jesus entrasse em sua casa.
Coloca-nos perante um sacerdote – homem com experiência do que é a fraqueza humana – para nos ajudar fraternalmente.
Este homem «empresta-Lhe» uma visibilidade. Se não fora este sinal externo, quando poderíamos saber que havíamos já preenchido todas as condições para sermos perdoados?
b) Glorificar Cristo em nós. «Então, Jesus tomou a palavra e disse-lhes: “Chegou a hora de o Filho do homem ser glorificado
Glorificamos Jesus Cristo na medida em que aceitamos a Sua vontade, ao estabelecer as condições para a conversão e consequente perdão dos nossos pecados.
Temos de estar dispostos a morrer, como o grão de trigo, para que ressuscite em nós o homem novo e demos fruto. Esta morte concretiza-se:
– na humildade, reconhecendo, sem descontos nem desculpas, os nossos pecados. Somos tentados a procurar uma desculpa no comportamento dos outros, no nosso modo de ser, etc., mas devemos renunciar a tudo isso para carregar generosamente a responsabilidade dos pecados cometidos.
– Na sinceridade. Trata-se de acusar os pecados segundo o número, a espécie e as circunstâncias que mudam a espécie. O Senhor pede-nos que encaremos o sacerdote que nos atende como um médico. Ele precisa saber a nossa situação concreta, não por curiosidade, mas para nos ajudar na libertação.
– Na verdade com que fazemos um propósito de lutar para não recair em tentação e nos apresentamos arrependidos dos passos mal dados. Há quem, por uma falsa noção de sinceridade, se afaste da confissão: «Não vou, porque voltarei, talvez, a cair… e não quero ser mentiroso!»
O que verdadeiramente prometemos não é não cair, mas lutar para que isso não volte a acontecer. Para conseguir esta finalidade, propomo-nos rezar com maior frequência, frequentar mais o Sacramentos e fugir das ocasiões.
c) Renascerá a alegria. «É agora o julgamento deste mundo. É agora que o Príncipe deste mundo vai ser lançado fora
Muitos empobrecem, de algum modo, a riqueza do Sacramento da Reconciliação, reduzindo os seus frutos exclusivamente ao perdão dos pecados. Na verdade, por ele é expulso o Demónio. Este é para o Inimigo o mais doloroso exorcismo.
Mas não fica por aqui a magnanimidade do nosso Deus, ao restituir-nos a graça baptismal ou ao purificar-nos das manchas contraídas. Entre outras graças podemos recordar:
– A alegria e a paz, fruto deste encontro pessoal com Jesus Cristo. Qual de nós não sentiu já este dom? A festa com que o pai do filho pródigo acolhe o jovem tresmalhado sentimo-la também dentro de nós.
– A graça sacramental. Todos os sacramentos têm uma graça própria. A deste Sacramento é uma ajuda especial para vencer as resistências que nos dificultam o caminho da santidade. Sentimos maior força para perdoar, abandonar as ocasiões, mais devoção para rezar…
– Oportunidade para receber um bom conselho. Sentimo-nos inibidos de partilhar os nossos problemas e dificuldades com outras pessoas, porque não confiamos na sua discrição, receamos a sua imparcialidade ao aconselhar-nos, etc. Encontramos na confissão um sigilo sacramental que coloca uma rocha sobre o que apresentámos que ninguém mais poderá remover, nem mesmo depois da nossa morte. E confiamos que o sacerdote nos aponte o que Deus quer para a nossa vida.
À semelhança de Filipe que diligenciou para que estes gregos se encontrassem com Jesus, também nós havemos de procurar que muitas e bem preparadas pessoas se aproximem do sacramento da reconciliação e Penitência.
Maria, como a melhor das mães, olhará com particular carinho os que ajudam os seus filhos e nossos irmãos a este encontro pessoal com Jesus Cristo.

Fonte: www.presbiteros.com.br

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