domingo, 5 de janeiro de 2020

HOMILÉTICA: EPIFANIA DO SENHOR 5.1.2020

"Vimos a Estrela"

O tempo de Natal é a uma caminhada à procura de Jesus.
Com a festa da EPIFANIA, que hoje celebramos,
concluímos esse tempo, lembrando
a procura e o encontro de Jesus pelos Magos,
que representam todos os povos e nações.

A palavra "Epifania" significa: Manifestação de Deus aos homens.

A Liturgia desse domingo leva-nos à manifestação de Jesus.
Ele é uma "Luz", que se acende na noite do mundo e
ilumina os caminhos dos homens, conduzindo-os ao encontro da Salvação.

A 1a Leitura anuncia a chegada da Luz salvadora do Senhor,
que transfigurará Jerusalém e atrairá a ela povos de todo o mundo. (Is 60,1-6)
* Esta Jerusalém nova representa a Igreja, comunidade dos que
aderiram a Jesus e acolheram a Luz salvadora que ele veio trazer.

A 2ª Leitura apresenta o projeto salvador de Deus, como uma realidade
que vai atingir toda a humanidade, juntando judeus e pagãos,
numa mesma comunidade de irmãos, a comunidade de Jesus. (Ef 3,2-3a.5-6)

No Evangelho vemos a concretização da promessa da 1ª leitura. (Mt 2,1-12)

Guiados pela LUZ da Estrela, os Magos procuram com esperança
o Messias até encontrar, reconhecem nele a "Salvação de Deus"
e o aceitam como "Senhor".
"Salvação" rejeitada pelo seu povo e agora oferecida a todos os povos.

+ A narrativa, exclusiva de Mateus, tornou-se muito conhecida e popular...
No entanto, não é uma reportagem jornalística,
mas uma CATEQUESE sobre Jesus e sua Missão.

- A ESTRELA, inventada por Mateus, não é um astro no céu,
mas a pessoa de Jesus. Ele é a "Luz" anunciada pelos profetas.
- Os MAGOS representam os povos estrangeiros, que vão ao encontro
de Jesus e se deixam guiar pela sua mensagem de paz e de amor.
São imagem da Igreja, formada de todos os povos que aderem a Jesus
e o reconhecem como o seu "Senhor".
- Intenção de Mateus era apresentar Jesus como o novo Moisés...
o ungido de Deus, recusado pelos judeus e aceito pelos pagãos,
que formarão o novo Israel, o novo povo de Deus: a Igreja.

+ ATITUDES diante dessa estrela:

- ADORAÇÃO: os Magos viram a "estrela", deixaram tudo
e puseram-se a caminho para descobrir Jesus e adorá-lo.
Os Magos representam todos os povos não judeus,
agora associados à História da Salvação.
- INDIFERENÇA: Os Sacerdotes o conheciam bem nas Escrituras.
Sabiam até o lugar onde deveria nascer, mas não perceberam
o sinal de sua chegada, nem se preocuparam de ir ao seu encontro.
Estavam muito seguros de sua sabedoria...
e por isso não tiveram a alegria de encontrar e adorar o Salvador.

- REJEIÇÃO: Herodes tentou até apagar esta Luz.
Simboliza os grandes desse mundo, que temem a sua chegada.
Poderia roubar-lhe o trono.

+ Todos viram a mesma realidade: um menino recém-nascido,
mas as opções foram e são diferentes...

Com quem nos assemelhamos?
- Com os Magos, atentos aos sinais, capazes de ler os acontecimentos
de nossa vida e a história do mundo à luz de Deus?
- Com os Sacerdotes, orgulhosos de seu saber, mas acomodados?
- Com Herodes, que procura matar o menino?

Um caminho a seguir à procura de Deus...
O itinerário seguido pelos magos reflete o processo
que os pagãos seguiram para encontrar Jesus:
- Estão atentos aos sinais (estrela),
- percebem que Jesus traz a Salvação,
- põem-se a caminho para o encontrar...
- perguntam aos judeus, que conhecem as Escrituras, o que fazer,
- encontram Jesus e o adoram;
oferecem "seus tesouros" (seu coração) e
voltam por outro "Caminho", oposto aos interesses de Herodes.

* Nesse relato, descobrimos as etapas
do nosso caminho à procura de Jesus:
- Sensibilidade em distinguir os sinais de Deus…
- Generosidade em aceitar o convite: "Viram a estrela e vieram adorá-lo".
- Eles não perderam a esperança na incompreensão dos contemporâneos…
nem diante das dificuldades da longa caminhada…
da ignorância e maldade de Herodes…
ou ambiente rústico em que encontraram o menino, Rei dos judeus.

Se olharmos o mundo e os homens com os olhos da fé…
tudo será uma manifestação e presença de Deus… uma perene Epifania...

+ Os magos não se apresentaram de mãos vazias…
Ofereceram o que tinham de melhor... E nós, o que temos a oferecer?
Um pouco de nosso tempo, fidelidade da nossa fé, perdão, justiça,
honestidade, fraternidade?...

Pe. Antônio Geraldo Dalla Costa - 05.01.2020

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