Esta afirmação foi feita
à imprensa pelo especialista brasileiro em Microbiologia e Biologia
Renato Vargas e pelo professor Ricardino Rocha, no âmbito do IV Fórum
Internacional sobre “Educação e desafios antropológicos em Cabo Verde”,
realizado pela Associação dos Professores Católicos de Cabo Verde
(APC-CV) este final de semana
“É preciso que
entendamos que toda a questão da ideologia do género não é uma questão
que surge da sociedade e sobe até aos poderes públicos para que seja
aplicado”, lançou o académico, para quem existe um processo inverso, “de
cima para baixo”, tentando destruir toda a estrutura familiar, não como
apelo da sociedade, mas como politica que “deseja atacar a família”.
Conforme o especialista, o género actua em três linhas, política, linguagem e educação.
Neste âmbito, avançou
que o debate vai centralizar-se nestas três ideias, assim como na
política de género que, no seu entender, mistura-se com ideias do
“feminismo que deseja igualar as mulheres na sociedade diante dos seus
direitos”.
Apesar de reconhecer a
legitimidade e a necessidade do debate face à igualdade, Renato Vargas
explicou que é preciso “muito cuidado” para não se deixar vincar o
feminismo radical, que deseja “destruir a família”.
“A luta contra a
ideologia de género não é uma luta contra a mulher, contra o movimento
LGBTI. É sim uma luta contra um movimento político e ideológico que
deseja destruir as famílias”, disse, esclarecendo a ideia do que pensam
os professores católicos.
Quanto a esta questão, o
especialista defendeu a necessidade de que todos tenham em mente de que
“igualdade não é uma homogeneização dos papéis”, já que existe no ponto
de vista biológico “um papel a ser cumprido por cada um de nós”.
A ideologia do género,
ajuntou, ensina “tudo ao contrário” e leva as pessoas a entenderem que
“o papel biológico precisa ser dissolvido”.
O especialista defendeu
ainda que não é destruindo o homem que a sociedade será mais
equilibrada, pelo que chama a atenção para “maior compreensão do género”
para se saber no que está focado esta ideologia.
Para o presidente da
APC-CV do núcleo da Praia, Ricardino Rocha, a ideologia do género propõe
a desconstrução de que não existe homem e nem a mulher quando para se
ter uma família é preciso se ter um homem e uma mulher.
“A família é uma verdade
natural que não se pode subverter”, afirmou, reafirmando o seu apoio à
ideia de que a ideologia do género não deve ser ensinada na escola, mas
sim que deve ser da responsabilidade das famílias.
Segundo Ricardino Rocha,
a escola deve complementar o que as famílias ensinam e não ensinar a
criança de que ela não é “nem masculino, nem feminino”.
Isso, no seu ponto de vista é “desconstruir a construção”.
Também nas suas palavras
de boas vindas, o padre e vigário geral da diocese de Cabo Verde, João
Augusto Martins, afirmou que a família é a base da sociedade, pelo que
deve ser o primeiro educador dos seus filhos nas diferentes ideologias.
No
fórum em que deveria participar o Ministério da Educação e representes
do Instituto Cabo-verdiano para Igualdade e Equidade de Género (ICIEG) a
imprensa constatou que nenhum dos serviços se fez representar.
TN com Inforpress
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