Durante duas décadas, entre os anos 70 e 80, foi a bruxa mais famosa da
Colômbia. Políticos, artistas e narcotraficantes solicitavam seus
serviços, até que um dia se encontrou com uma religiosa, recebeu um exorcismo e abraçou a fé católica que agora proclama.
Faz uns dias o jornal El Tiempo publicou uma entrevista na qual a
ex-bruxa -cuja identidade mantém em reserva- relatou os perigos da
bruxaria, narrou com detalhes seu exorcismo e sua surpreendente
conversão.
“As pessoas pensam que não há nada de mal em que lhe adivinhem a
sorte”, adverte e assegura que assim permitem que o mal entre nelas.
Agora é mãe de família, lidera um grupo de oração, viaja pelo país advertindo sobre a bruxaria e promove a causa pró-vida ajudando muitas jovens a desistirem do aborto. As suas armas principais são a oração do Santo Terço e a Missa diária.
A mulher está convencida que “quando entregamos tudo a Cristo e lhe
pedimos que faça o que queira conosco, o Senhor é maravilhoso e
misericordioso. Eu continuo pecando, mas Deus vai tirando um por um, até
eliminá-lo”.
Ela começou as práticas de bruxaria quando era muito jovem, quando
costumava visitar uma pessoa para que lhe adivinhe a sorte. Começou com a
leitura de cartas e o cigarro até converter-se em “especialista”.
Quando uma pessoa pratica a bruxaria mesmo que seja por curiosidade
“abrimos nosso corpo e nosso coração para que entrem espíritos do mal. E
esclareço: como existe Deus, existem a bruxaria e o poder do maligno”,
assegura.
Agora recomenda que “aqueles que estejam metidos nestas coisas,
procurem um sacerdote que os oriente e lhes faça uma oração de
libertação, ou façam uma confissão de todo coração para que os perdoem
desse atentado contra a fé de Deus. Se o caso for muito grave, talvez
seja necessário o exorcismo. Mas deve ser com um sacerdote autorizado,
não com qualquer um”.
Em sua nova vida, a mulher está convencida de que “para caminhar para
Deus é preciso ensinar os outros a escolherem o caminho. As minhas
palestras partem de uma vivência e o único que busco é que as pessoas
não caiam no mesmo erro que eu caí e que não mudem o único Deus que
existe por um monte de deuses”.
“Quando falo isso, estou querendo dizer que não temos a confiança
plena no Senhor, nem a esperança nele. Não sabemos pedir-lhe e não o
temos como Pai. E acreditamos que uma planta, uma bebida ou uma
ferradura têm mais poder que Ele”.
Para a mulher, a bruxaria é algo de todas as épocas. “Veja a
televisão e suas mensagens, que promovem àquelas pessoas a quem se pode
acudir quando o marido vai embora ou quando o namorado não gosta mais.
Ou então não são comuns os cartazes que dizem: ‘venha e falo para você
sobre o seu futuro’? Claro! Na rua entregam papéis que dizem: ‘amarramos
seu ser querido e se não acontecer, devolvemos o dinheiro’. A bruxaria é
um negócio do maligno onde a pessoa algumas vezes acredita que está
conversando e em outras sim sabe que com isso se faz o mal”.
“Sou inimiga do I-Ching, da nova era, do feng shui, porque tudo isto
desagrada a Deus e eu quero levar Deus em meu coração. Preciso pedir
fortaleza para não voltar a cair. Quando as pessoas dizem ‘não me entra
nenhum mal’, eu dou risada porque para que não te entre nada tem que
estar confessado, comungado e rezar o terço. Essas são as armas”,
concluiu.
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