As causas da tosse podem ser variadas, desde infeção em qualquer ponto das vias respiratórias, alergias, asma, presença de corpos estranhos, irritação das vias aéreas por substâncias como o fumo do tabaco, entre outras.
A tosse é uma resposta
fisiológica à irritação das vias aéreas, que funciona como um importante
mecanismo de defesa do sistema respiratório, permitindo a expulsão de secreções
e/ou material estranho. É um sintoma muito frequente na idade pediátrica, mas
necessário, que incomoda a criança e preocupa os pais, sendo responsável por
muitas noites mal dormidas e tendo, consequentemente, implicações na escola e
no trabalho, nomeadamente ao nível do absentismo.
Apesar de originar grande
preocupação nos pais, a tosse na criança é, na maioria das vezes, condicionada
por situações benignas e autolimitadas. As causas da tosse podem ser variadas,
desde infeção em qualquer ponto das vias respiratórias, alergias, asma, presença
de corpos estranhos, irritação das vias aéreas por substâncias como o fumo do
tabaco, entre outras. Na maioria das vezes, a tosse passa em alguns dias ou
semanas e o organismo da criança reestabelece-se naturalmente.
A oferta de medicação de venda
livre nas farmácias, nomeadamente xaropes para a tosse, é numerosa, dispendiosa
e variada, mas poucos são os pais que sabem que a eficácia desses medicamentos
não é comprovada e, por vezes, são até mesmo desaconselhados. Daí a importância
de orientar os pais, de forma a diminuir significativamente a sua ansiedade e o
uso inadequado e/ou desnecessário de terapêutica, à qual podem estar associados
efeitos adversos.
Então, os pais só podem esperar
que a tosse passe? Não. Se o seu filho tem tosse deve consultar o médico
assistente, que em função das queixas, do tipo de tosse e do exame físico
indicará a forma mais adequada de avaliar e tratar o seu filho.
Se a tosse não é atribuída a
nenhuma doença específica como asma, pneumonia, sinusite, rinite alérgica, entre
outras, mas é devida a uma infeção das vias aéreas superiores sem tratamento
curativo específico, como por exemplo as constipações, existem algumas medidas
que os pais podem adoptar para minimizar o desconforto. Aquela dica antiga de
hidratar a criança continua imbatível: incentive o seu filho a beber água. Não
se esqueça que o fumo passivo é uma causa comum de tosse, por isso mantenha o
seu filhote em locais livres de fumo de tabaco ou outras substâncias que possam
irritar as vias aéreas. Além disso, segundo alguns estudos realizados, há outra
medida que os pais podem adoptar nestes casos - dar mel aos seus filhos. É uma
daquelas coisas que a sua avó já dizia: o mel é bom para a tosse.
Publicado, recentemente, na
revista científica Pediatrics, um estudo veio reforçar o efeito positivo do mel
na tosse da criança. O estudo analisou 300 crianças, entre 1 e 5 anos, para
identificar se o mel aliviava a tosse noturna. A conclusão foi que as crianças
que ingeriram mel apresentaram melhoria significativa da tosse noturna e menor
dificuldade para dormir comparativamente às que receberam um xarope sem mel.
Assim, este estudo veio enfatizar
as recomendações fornecidas pela Organização Mundial de Saúde e pela Academia
Americana de Pediatria para o uso de mel, cerca de 2,5 a 5 ml, como potencial
tratamento da tosse em crianças com mais de 1 ano. Já outros estudos
anteriormente publicados, tinham demonstrado maior eficácia do mel no alívio da
tosse, comparativamente aos xaropes antitússicos/expetorantes e anti-histamínicos.
Apesar da crescente evidência do uso de mel como suavizador da tosse na
criança, esta ainda não é uma recomendação da Sociedade Portuguesa de
Pediatria.
O mel deve ser administrado
durante um curto período de tempo, e ter em consideração o risco de cáries
dentárias e obesidade. Além disso, não se esqueça que a ideia generalizada de o
mel ser uma substância natural que não faz mal a ninguém, não é bem assim.
Crianças com menos de 1 ano não podem consumir mel porque o seu organismo ainda
não tem proteção contra a bactéria Clostridium botulinum, que pode estar
presente no mel e é responsável pela transmissão do botulismo.
É importante perceber que o mel
vai atuar, essencialmente, como mecanismo de alívio do desconforto,
proporcionando menor incómodo e noites mais tranquilas para a criança e para os
pais.
Marlene Rodrigues, com a
colaboração de Sofia Martins, Pediatra do Serviço de Pediatria do Hospital de
Braga
Fonte: http://www.educare.pt/
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