Fonte: http://www.gaudiumpress.org
O clima de Natal já começa a florescer em muitos ambientes.
Os espíritos preparam-se para comemorar a chegada do Menino Jesus, relembrando
fatos históricos que descrevem a presença neste mundo do Salvador da
humanidade.
Presépio, gruta, manjedoura, além dos anjos, pastores e reis:
tudo é relembrado. Tudo traz de volta belas recordações do passado, alegrias
que reanimam. Traz de volta também um misto de saudades e esperança, um desejo
difuso de reconquistar algo de uma inocência que já tivemos...
A propósito, trazemos hoje uma descrição de Soror Maria de
Agreda sobre Nossa Senhora e os Reis Magos:
"Após a Circuncisão, São José propôs a Maria Santíssima
deixar a gruta por causa da falta de conforto que o Menino Jesus e Ela mesma
sofriam. Ela respondeu que estava pronta a fazer tudo aquilo que ele ordenasse
e a segui-lo para todo lugar onde fosse. Mas São Miguel e São Gabriel, que
serviam visivelmente ao Senhor e à sua Rainha, deram o seguinte aviso: Deus
quer que os reis do Oriente adorem, eles mesmos, o Rei do Céu, o Verbo
encarnado. Há dez dias que eles estão a caminho e eles não demorarão a chegar,
segundo as profecias que os tinham anunciado".
"Maria Santíssima preparou a gruta para receber os Reis
Magos. Desejando preservar do frio o Menino Jesus, Ela O tinha sempre em seus
braços, ordenando à intempérie que não incomodasse o seu Criador. A esta ordem,
os ventos, a chuva e a neve pararam a uma distância de cinco medidas da gruta.
São José e o Menino Jesus gozavam do calor desta maravilhosa ação de Nossa
Senhora".
"Frequentemente, quando Ela tinha o Menino Jesus nos
seus braços, Ela Se colocava de joelhos para O adorar e, se Ela tinha
necessidade de Se sentar, Ela Lhe pedia permissão. De vez em quando Ela beijava
os pés mas, para beijar o rosto, Ela solicitava o seu consentimento. O mais das
vezes, o Menino Jesus Se inclinava sobre o seu Coração ou sobre seus ombros e
envolvia seu pescoço com seus pequenos braços. São José participava também das
carícias infantis de Jesus e sentia seus efeitos sobrenaturais, mas não com
tanta frequência quanto a Virgem Santíssima".
"Foi nestas doçuras divinas que eles esperaram a vinda
dos Magos, que deviam este nome às ciências que eles possuíam, e a mais nobre
delas era sobre as Sagradas Escrituras do povo de Deus. Eles vinham
originariamente da Pérsia, da Arábia e de Sabá. Possuíam reinos vizinhos e se
comunicavam para transmitir as suas virtudes e conhecimentos. Um Anjo do presépio,
em sonho, revelou-lhes com uma grande claridade o nascimento do Salvador e sua
obrigação de ir adorá-Lo".
"Após o sonho, eles se prosternaram e ofereceram suas
homenagens ao Verbo Encarnado. Sem esperar, no mesmo dia, eles fizeram todos os
preparativos da viagem e muniram-se de ouro, incenso e mirra sob uma misteriosa
inspiração".
"Ao mesmo tempo, o Anjo de Belém que lhes havia sido
enviado formou com uma matéria do ar uma estrela muito brilhante, se bem que
não fosse tão grande como as estrelas do céu. Chama luminosa durante a noite,
ela não cessava de ser percebida durante o dia, malgrado o esplendor do Sol.
Após de ter-se comunicado sua revelação e seu desígnio, eles perseguiram juntos
seu caminho, glorificando a Deus".
"Como a estrela desapareceu em Jerusalém, eles
acreditavam que o Messias tinha nascido ali e puseram-se em alta voz a
perguntar em que lugar eles O encontrariam. Herodes alarmou-se e consultou os
príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo, que lhe indicam Belém, de
acordo com as profecias de Miquéias".
"Saindo de Jerusalém, os Reis viram de novo a estrela,
com extrema alegria. Ela os conduziu à gruta da Natividade, sobre a qual ela
parou de início. Depois ela abaixou, diminuiu seu tamanho, entrou e colocou-se
sobre a cabeça do Menino Jesus, que ela cobriu com seus raios. A Virgem
Santíssima estava ornada de uma modéstia e de uma beleza incomparáveis, como de
uma majestade sobre-humana, pelo que os raios que saíam de seu rosto A
transfiguravam. O esplendor do Divino Infante, que Ela tinha em seus braços,
era ainda maior e irradiava de sua adorável Pessoa uma tão doce e tão agradável
luz que a gruta tornou-se um Paraíso".
"Eles se prosternaram diante do Menino Jesus e O
adoraram como o Salvador do mundo. Eles foram de novo iluminados pela graça e
viram até mesmo os Anjos que estavam ordenados, com profundo respeito, em torno
do Rei dos reis. Após ter rendido culto ao Divino Infante, eles felicitaram a
Mãe e Lhe testemunharam sua veneração, dobrando os joelhos diante d'Ela e
pedindo para beijar suas mãos. Após terem se prosternado de novo em uma fervorosa
adoração ante o menino Jesus, os Magos felicitaram São José por ser o esposo da
Virgem Mãe de Deus, e como sua visita já tinha transcorrido três horas, eles
pediram à celeste Rainha a permissão de ir procurar um alojamento na
cidade".
"Eles enviaram provisões à Soberana do mundo, que os
distribuiu aos pobres. Eles consultaram a Virgem sobre os mistérios da Fé, os
deveres de sua consciência, o governo de seus Estados e Lhe ofereceram os ricos
presentes, que Ela recusou graciosamente, mas, para consolo, lhes deu alguns
panos de Jesus. Enfim, após terem recebido a bênção de Jesus, de Maria e de
José, eles despediram-se dando o adeus com tanta ternura que parecia que seus
corações iriam se romper em suspiros e lágrimas. No momento de saírem de Belém,
uma estrela os conduziu por um outro caminho até o local de onde eles tinham-se
encontrado. Eles tornaram-se apóstolos do Redentor e seu zelo encontrou
poderoso auxiliar na relíquia que tinham levado e que tinham colocado em um
relicário de ouro e de pedras preciosas. Deste relicário saía um perfume tão
penetrante que se sentia quase a uma légua de distância, mas somente para
aqueles que tinham Fé".
"Maria e José dividiram em três partes o presente dos
Reis Magos: uma parte foi destinada ao templo de Jerusalém, outra parte do ouro
foi dado aos sacerdotes da Circuncisão pelo seu serviço e o da sinagoga e a
terceira parte do ouro foi distribuída aos pobres". (JS)
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